Brasil: Dilma rechaza la política del “vale todo” y jóvenes convocan a las calles a “defender la democracia”

Brasil: Dilma rechaza la política del “vale todo” y jóvenes convocan a las calles a “defender la democracia”
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Dilma faz apelo a brasileiros para que rejeitem movimento para enfraquecer o governo

Na entrega de 2.020 moradias do Minha Casa Minha Vida, a presidente Dilma Rousseff aproveitou para passar o recado de que, apesar da crise, é hora de as pessoas pensarem primeiro no Brasil e depois em seus partidos e projetos pessoais.

Dilma disse ainda que está trabalhando diuturnamente para que esse momento de dificuldade, a que voltou a chamar de travessia, passe o mais rapidamente possível. Ela pediu aos brasileiros que não aceitem a teoria de que devem enfraquecer o governo por desgostarem dele e que “repudiem o vale-tudo”.

— Eu trabalho dia e noite incansavelmente para que essa travessia seja a mais breve possível. O Brasil precisa muito, precisa mais do que nunca, que as pessoas pensem primeiro nele, Brasil, no que serve a nação, a população e só depois pensem nos partidos e em seus projetos pessoais. O Brasil precisa de estabilidade para fazer essa travessia. É como numa família.

Numa dificuldade, não adianta ficar um brigando um com o outro. É preciso que as medidas sejam tomadas. Ninguém que pensa no Brasil deve aceitar a teoria dos que pensam assim: “Eu não gosto do governo, então eu vou enfraquecer ele”. Quanto pior, melhor? Melhor para quem? — questionou Dilma, completando em seguida com um apelo:

— Quero aproveitar para fazer um apelo aos brasileiros: vamos repudiar sistematicamente o vale-tudo para atingir qualquer governo. Seja o governo federal, o governo dos estados e dos municípios. No vale-tudo, quem acaba sendo atingido pela torcida do quanto pior melhor é a população.

— Neste momento estamos, sem sombra de dúvida, passando por um momento de dificuldade. Mas o Brasil é muito mais forte que este momento. Estamos numa travessia. Não estamos parados. É um período de dificuldades? É. Períodos de dificuldade geralmente causam incerteza e apreensão. Não fiquem inseguros nem apreensivos. Esta é uma situação temporária, ela vai passar e vai passar rápido — prometeu.

O evento acabou se transformando num ato de apoio ao mandato de Dilma. Ela recebeu apoio tanto nos discursos de autoridades que falaram antes dela, quanto da plateia. Além dos beneficiários do Minha Casa Minha Vida, militantes de movimentos de moradia estavam presentes. Alguns empunhavam placas de agradecimento e cartazes que diziam: “Aqui é um dos 8% e não me envergonho.

” O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), aliado de Dilma, afirmou que todos que estavam ali davam um abraço simbólico na democracia. E disse ser contra qualquer tipo de golpe. A referência indireta foi aos movimentos pró- impeachment que crescem na esfera política e entre movimentos populares.

— Nós aqui do Maranhão defendendo a democracia contra qualquer tipo de golpe instalado no nosso país. Estamos aqui manifestando o que se passa no coração do povo mais pobre deste país. É claro que todos nós somos contra a corrupção. Defendemos a investigação e a punição de quem quer tenha feito coisa errada. Temos que separar as coisas.

Com respeito à Constituição, à democracia e às regras do jogo. Estamos aqui num abraço simbólico à democracia, à Constituição e ao governo da presidente Dilma Rousseff — discursou.

Antes dele, o prefeito da cidade maranhense de Caxias, Léo Coutinho (PSB), que também recebeu casas do Minha Casa Minha Vida, encorajou Dilma:

— Siga firme, presidente — falou ao microfone.

O prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda (PTC), foi na mesma linha, só que com viés religioso:

— Deus continue te abençoando. Força, fé, continue sua luta— discursou.

Ao longo de toda a cerimônia, a plateia interrompia várias vezes os discursos para entoar gritos de incentivo, como: “Renova, renova, renova a esperança” e “A Dilma é guerrilheira e da luta não se cansa” e ainda “No meu país, eu boto fé, porque ele é governado por mulher.

A presidente entregou 2.020 moradias em quatro condomínios numa área do entorno de São Luís. Os beneficiários são famílias cuja renda mensal é de até R$ 1.600. As casas têm 43,5 metros quadrados e estão avaliadas em R$ 52 mil.

Outras unidades foram entregues simultaneamente no Mato Grosso do Sul, de onde, por teleconferência era transmitido o evento, com a presença do governador Reinaldo Azambuja. No total, o governo entregou em quatro cidades 4.467 residências, atendendo 17 mil pessoas.

Dilma também reclamou da aprovação, pelo Congresso, de matérias que geram mais despesas para o governo, as chamadas «pautas-bombas»:

– Não concordamos com nenhuma medida aprovada que leve à instabilidade tanto econômica quanto política do país – disse a presidente, reforçando que repudia medidas que causem «caos nas finanças» dos

governos federal, estaduais e municipais.

PRESIDENTE INAUGURA TERMINAL DE GRÃOS

Em um segundo evento em São Luís, onde inaugurou o terminal de grãos no porto de Itaqui, Dilma disse que o Brasil não está parado e que vem entregando projetos como este, que, segundo ela, vêm sendo maturados nos últimos anos. A presidente voltou a falar que o Brasil vive um momento de dificuldade, mas assegurou que o país tem hoje mais condições de enfrentar as crises do que no passado, por conta dos investimentos feitos em infraestrutura e logística.

– Nosso país hoje tem uma diferença do país de antes. E por isso nós nos sentimos muito mais em condições de enfrentar as dificuldades, que acreditamos transitórias, que a economia brasileira enfrenta, justamente pela quantidade de investimento realizado em infraestrutura nos últimos anos – afirmou.

Dilma mencionou que o mundo não vive mais o boom de commodities que experimentou sob o governo Lula e que agora temos que “contar com nossos esforços para atingir esse novo patamar e nos expandir cada vez mais”. Ao fim de sua fala, num galpão erguido na área do porto, a presidente agradeceu aos trabalhadores que participaram das obras e afirmou que eles são os responsáveis por construir um novo país.

– Quem está de parabéns são os funcionários do Maranhão por construirem esse novo Brasil que está nascendo e que vai ser responsável por garantir que a nossa travessia de um momento de dificuldade para o novo momento, que é o momento da prosperidade e do crescimento, seja a mais leve possível – disse.

A exemplo do evento de que participou mais cedo, de entrega de casas do programa Minha Casa Minha Vida, Dilma também ouviu gritos menos efusivos de apoio da plateia, que cantou: «Olê, olê olê olá, Dilma, Dilma». No galpão havia funcionários, empresários responsáveis pela obra e sindicalistas da CUT e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

O terminal de grãos, segundo o governo, servirá para escoar 30 milhões de toneladas de grãos produzidos no Centro-Oeste e Nordeste, região que o governo passou a chamar de Matopiba, formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

O local, construído em parceria entre empresas e governo, custou R$ 640 milhões e contou com R$ 245 milhões do BNDES e Banco do Nordeste. O terminal foi erguido por um consórcio chamado Tegram.

O Globo

Jovens vão às ruas dia 20 em defesa do mandato de Dilma e dos direitos sociais

Entre as entidades e lideranças que estão organizando as mobilizações para as manifestações do próximo dia 20, pelos direitos ameaçados no atual processo político e contra o golpe articulado por setores importantes da direita no país, representantes da juventude estão entre os mais aguerridos. “Dada a conjuntura acirrada neste início do mês de agosto, é preciso que as forças populares estejam nas ruas pautando a defesa da democracia, dos direitos dos trabalhadores, a defesa da Petrobras, que são lutas que estamos fazendo desde março, e se colocam na ordem do dia”, diz Pedro Freitas, integrante do Levante Popular da Juventude.

Para Sarah de Roure, da Marcha Mundial das Mulheres, a mobilização do dia 20 “tem a ver com a tentativa de golpe contra a presidenta Dilma, que está proposto pela direita, mas também tem a ver com o conservadorismo que tomou conta da política, da economia e da sociedade”. “Vamos às ruas no dia 20 contra o ajuste fiscal, mas também contra o golpe. Por direitos sociais, mas também em defesa da democracia”, resume.

Movimentos sociais, CUT, UNE, Unegro, MST, UBM e CTB, Levante Popular da Juventude, Marcha Mundial das Mulheres, entre outros movimentos, vão às ruas dia 20.

Para a presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), Angela Meyer, 20 anos, o principal objetivo da mobilização é a unidade em torno da defesa do mandato conquistado nas urnas pela presidenta Dilma Rousseff. “A mobilização e a unidade dos movimentos sociais são muito importantes para a defesa do projeto de nação que nós defendemos para o Brasil. Um projeto progressista, que contemple a todas as camadas da sociedade brasileira”, explica.  “Nós sabemos que isso está em jogo, por isso é importante a nossa mobilização no dia 20 contra o golpe, fazendo a defesa constitucional do mandato da presidenta Dilma.”

Na opinião de Angela, os objetivos só serão alcançados com “a mobilização de todos os brasileiros e brasileiras que votaram nesse projeto, e que querem um Brasil melhor, a continuidade dos avanços que a gente teve nos últimos 12 anos”.

Para Sarah, da Marcha Mundial das Mulheres, a web é o contraponto com o qual os movimentos sociais contam na luta contra a mídia, considerando que os meios de comunicação tradicional já escolheram dar ênfase total às manifestações do dia 16, contra o governo Dilma. “Para nós, a internet é um instrumento  fundamental, pelo papel que tem na vida das pessoas e pela autonomia que a gente tem na internet.”

Para ela, porém, o significado da mobilização do dia 20 é mais amplo do que simplesmente fazer uma “queda-de-braço” com a dos que se vestem de verde e amarelo. “Para nós, mais do que fazer uma queda-de-braço entre o dia 16 e o dia 20, a questão é o que significa o dia 20 do ponto de vista de reconstituir um sujeito político capaz de enfrentar o contexto que estamos vivendo? O dia 20 tem um caráter de afirmar a necessidade dos movimentos sociais e da esquerda brasileira de se reconstituírem e afirmar seus laços, para termos um sujeito político capaz de fazer enfrentamento na sociedade.”

Petrobras

Freitas, do Levante Popular da Juventude, destaca a defesa da Petrobras como uma das principais bandeiras na manifestação do dia 20, porque está na pauta do Congresso Nacional a proposta de alteração do regime de partilha. “A soberania nacional está ameaçada com esse projeto de desmonte de Petrobras e é necessário que as forças de esquerda se coloquem na rua contra isso.”

Em tramitação no Senado o PLS 131/2015, do senador José Serra (PSDB-SP), pretende “excluir a condicionante de participação mínima da empresa em, pelo menos, 30% da exploração e produção em cada licitação”, nas palavras de texto publicado na internet pelo site do Instituto Millenium.

Segundo Pedro Freitas, além de ser a maior empresa nacional e controlar a exploração de petróleo no país, a Petrobras “é um motor que permite o desenvolvimento de outras indústrias, como a naval e a de construção, toda uma cadeia produtiva”. Para ele, “a Petrobras está no foco da disputa”.

Rede Brasil Atual

 

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