Tras las manifestaciones, Dilma llama al diálogo y dice que Brasil está “más fuerte que nunca”

Tras las manifestaciones, Dilma llama al diálogo y dice que Brasil está “más fuerte que nunca”
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Dilma: ‘Brasil está mais forte do que nunca depois das manifestações’

A presidenta Dilma Rousseff não esperou muito para se pronunciar em público sobre as manifestações. Embora sua equipe ministerial tivesse avisado que ela falaria até o final da semana, Dilma externou sua posição hoje (16), durante a solenidade de sanção do novo Código de Processo Civil, no Palácio do Planalto. Disse que o Brasil está mais forte do que nunca. “Tenham a certeza de que quando eu vi os cidadãos se manifestando, percebi que valeu a pena lutar pela liberdade e pela democracia”, afirmou, em tom emocionado e repetindo várias vezes que está aberta a todo tipo de diálogo.

“Quando falo em diálogo, é tanto com a população que foi às manifestações, como também com a que não foi, tanto quem votou em mim, como quem não votou. Ouvimos e ouviremos todas as reivindicações”, acrescentou. A presidenta, mesmo sem falar propriamente em impeachment, deu um recado aos que pediram sua saída do governo, ao destacar que “na democracia, deve-se respeitar as urnas, as ruas e ouvir com atenção todas as vozes. Ouvir é a palavra, dialogar é a ação”.

Dilma reiterou as informações já dadas pelos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Eduardo Braga (Minas e Energia) de que apresentará um pacote de medidas para combate à corrupção no país. Ela também destacou a importância de ser dada continuidade ao processo de reforma política no país – que se encontra em discussão –, mas disse que o local adequado para fazer a reforma é o Congresso Nacional.

E sobre as críticas feitas nesta manhã pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que disse que a corrupção não está no Legislativo e sim no Executivo, embora sem citar o nome de Cunha, a presidenta foi veemente: “Essa discussão não leva a nada. A corrupção não nasceu hoje neste país, assim como não poupa ninguém, nem o setor privado. Temos que tratá-la com vigilância, com legislação e com instituições fortes para impedir que ocorra. Não vamos achar que um determinado setor é acima de qualquer suspeita”, salientou.

Instituições

A presidenta também destacou a importância das instituições brasileiras serem cada vez mais aprimoradas, como forma de se fortalecer o país como um todo “sem amarras, sem ameaças, nem desrespeito às liberdades civis”. “Um país amparado na harmonia dos poderes e na democracia representativa se tornando cada vez mais forte em detrimento da ignorância, de agressões, atitudes de golpismo e retrocesso.”

De acordo com Dilma, as manifestações mostraram temas de convergência e de divergência com o governo. Como convergência, citou a necessidade do combate à corrupção e o programa que lançará nos próximos dias, que consiste em um conjunto de medidas já anunciadas no período de campanha. E como ponto de divergência mencionou a necessidade de ajuste.

Medidas anticíclicas

Segundo a presidenta, a economia brasileira encontra-se da forma como está porque as medidas anticíclicas adotadas pelo governo nos últimos anos, como desoneração de impostos e subsídios, não registrou o resultado esperado. E, agora, os ajustes precisam ser feitos e ela pretende ser firme na condução desses ajustes. A presidenta destacou, entretanto, que os programas existentes vão todos continuar, embora com alíquotas menores.

Embora sem citar expressamente a oposição, a presidenta também deu uma alfinetada nos políticos que não apoiam o seu governo ao falar no que considera “falta de lucidez política”. “Meu compromisso é governar para os 203 milhões de brasileiros que votaram ou não em mim. Em democracia, o diálogo é essencial. Não quero consenso, quero o diálogo, porque entendo que temos de aceitar e entender que as vozes são diferentes num país complexo como o Brasil. Mas é preciso haver responsabilidade nas instituições. É uma temeridade acreditar que alguém ganhará com isso, é uma falta de lucidez política”, acentuou.

RBA

Cunha diz que vai arquivar pedidos de impeachment contra Dilma

A revista IstoÉ Dinheiro informa nesta segunda-feira (16) que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), indicou que vai arquivar os pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff que chegarem à Casa. Cunha disse que não leu o pedido do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), mas acredita que o impeachment «não é a solução». Ele afirmou ainda que o impedimento da presidente é uma situação que «beira o ilegal e o inconstitucional».

«Efetivamente, da nossa parte, não tem guarida para poder dar seguimento, até porque entendemos que esta não é a solução. Entendemos que temos um governo que foi legitimamente eleito e que, se aqueles que votaram neste governo se arrependeram de terem votado, isso faz parte do processo político. E não é dessa forma que vai resolver», argumentou Cunha, após participar de um encontro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

«Temos que debater, sim, o que aconteceu nas ruas ontem, temos que buscar formas que ajudem o governo a se encontrar com aquilo que a sociedade deseja ver. Mas não a partir de situações que cheiram e beiram o ilegal e o inconstitucional», completou.

Segundo a revista, o presidente da Câmara também fez críticas ao governo e aos ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, escalados para defender o governo no início da noite de domingo. Cunha disse que a fala dos ministros não refletiu o clima das ruas e chamou a participação dos dois de «desastre». «Não vi ninguém nas ruas pedir reforma política, vi pedir reforma de governo», disse Cunha. «Não vi ninguém nas ruas dizendo que o financiamento empresarial é o problema».

Sobre a proposta apresentada pelos ministros de um pacote anticorrupção, Cunha ironizou dizendo que há dois anos escuta o governo dizer que vai mandar as medidas para o Congresso. «Qualquer proposta que mandarem eu coloco em votação imediatamente», disse.

Jornal do Brasil

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