Brasil: Dilma Rousseff defiende el ajuste fiscal y opositores se manifiestan en varias ciudades

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Sob vaias e xingamentos na rua, Dilma pede paciência à população para enfrentar crise

Em sua primeira fala à nação depois da divulgação da lista de políticos que serão investigados na operação LavaJato, a presidente enfrentou a mais pesada crítica popular endereçada diretamente a ela desde o início de seu governo, em janeiro de 2011.

Enquanto pedia paciência à população e coragem para enfrentar a corrupção, em um pronunciamento de 15 minutos programado para comemorar o Dia da Mulher, moradores de ao menos três estados ­ Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina ­ e do Distrito Federal foram às ruas e janelas de prédios para protestar contra a presidente. Houve panelaço, buzinaços e vaias, com xingamentos, em diferentes bairros. (LEIA A ÍNTEGRA DO DISCURSO)

No discurso, Dilma pediu paciência à população para as medidas de enfrentamento à crise econômica. Nos 15 minutos de discurso, ela fez ainda uma breve menção ao escândalo da Petrobras, afirmando que o Brasil tem coragem de submeter os corruptos à Justiça. E que está havendo uma apuração grande e rígida do esquema, a que ela classificou como «lamentável».

Ao mesmo tempo em que a presidente fazia seu pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, moradores de diversas cidades realizaram simultaneamente um panelaço em protesto ao seu discurso. Em bairros nobres como Higienópiolis, em São Paulo, e Barra da Tijuca, no Rio, as pessoas não só batiam panelas como gritavam palavras de baixo calão contra a presidente.

Também foram registrados protestos nos mesmos moldes em Brasília e cidades do Nordeste. Muitos internautas postaram vídeos em seus canais de relacionamento e em redes sociais.

Na esteira do protesto contra o pronunciamento, alguns moradores aproveitaram para incentivar a manifestação pró­impeachment de dilma roussef, programada para o próximo domingo.

­Com coragem e até sofrimento, o Brasil tem aprendido a praticar a justiça social em favor dos mais pobres, como também aplicar duramente a mão da justiça contra os corruptos. É isso, por exemplo, que vem acontecendo na apuração ampla, livre e rigorosa nos episódios lamentáveis contra a Petrobras ­ disse Dilma.

Depois de ouvir reclamações de aliados e de seu próprio partido por não fazer defesa enfática do pacote de ajuste fiscal que o governo enviou ao Congresso, Dilma usou a maior parte do pronunciamento para explicar e pedir apoio às medidas. Ela negou que o Brasil passe por uma crise de grandes dimensões, disse que depois do início da crise econômica internacional de 2008, o governo agora teve coragem de mudar a estratégia de enfrentamento ao problema, que no Brasil foi agravado por conta da crise hídrica.

Dilma ressaltou que os direitos dos trabalhadores são sagrados e não serão prejudicados. E que o país não vai parar. O forço, disse, será passageiro. Numa tentativa de criar empatia em quem a assistia ou ouvia, Dilma disse compreender a irritação e preocupação de brasileiros diante do cenário atual,com inflação em alta, economia
fraca e aumento do endividamento das famílias.

A presidente pediu a confiança da população e conclamou a todos a se unirem em um esforço coletivo para a retomada do crescimento do país.

Você tem todo direito de se irritar e de se preocupar. Mas lhe peço paciência e compreensão porque esta situação é passageira. O Brasil tem todas as condições de vencer estes problemas temporários. E esta vitória será ainda mais rápida se todos nós nos unirmos neste enfrentamento. Peço a vocês que nos unamos e que confiem na condução deste processo pelo governo, pelo Congresso, e por todas as forças vivas do nosso país ­ e uma delas é você! ­ afirmou.

Dilma disse que os noticiários às vezes mais confundem do que esclarecem, e chamou de injustas e desmedidas críticas que o governo tem recebido por conta do ajuste. Ela espera que uma reação da economia aconteça já no segundo semestre deste ano.

­Absorvemos a carga negativa até onde podíamos e agora temos que dividir parte desse esforço com todos os setores da sociedade.

Em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, as pessoas saíram às janelas dos prédios batendo panelas e gritando «fora Dilma», «fora PT». As manifestações começaram na metade da fala da presidente e só se encerraram depois do pronunciamento. Algumas pessoas estouraram
rojões.

Uma série de vídeos foi postado na internet durante o pronunciamento. Em muitos deles, as pessoas também apagavam e acendiam as luzes do apartamento como forma de protesto. Em alguns bairros de São Paulo, o protesto foi além do panelaço. Muitas pessoas de carro saíram buzinando pelas ruas enquanto Dilma falava na TV.

O Globo

Link al discurso completo de Dilma Rousseff

http://www2.planalto.gov.br/acompanhe-o-planalto/discursos/discursos-da-presidenta/pronunciamento-a-nacao-da-presidenta-da-republica-dilma-rousseff-por-ocasiao-do-dia-internacional-da-mulher

Grupos contra Dilma esperam levar 100 mil às ruas no dia 15

Eles mandaram às favas o medo do estigma de golpistas. Ou promoverão o maior ato contra a presidente Dilma Rousseff desde a reeleição, ou irão personalizar o fiasco de uma manifestação que se pretende grande o suficiente para chacoalhar o já debilitado quadro político nacional. No dia 15, jovens adeptos da cartilha liberal, empresários que pregam enxugamento radical do Estado e até defensores da intervenção militar prometem marchar juntos em mais de 200 cidades. Eles fazem questão de salientar suas diferenças. «Os caras do Vem Pra Rua são mais velhos, mais ricos e têm o PSDB por trás», diz Renan Santos, 31, do MBL (Movimento Brasil Livre). «Eles vão pro protesto sem pedir impeachment. É como fumar maconha sem tragar.» O MBL quer impeachment mesmo que isso signifique o vice, Michel Temer, ou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (ambos do PMDB), na Presidência. «O PMDB é corrupto, mas o PT é totalitário», diz Kim Kataguiri, 19.

var­100­mil­as­ruas­no­dia­15.shtml 2/5 A tese de uma ligação com o PSDB incomoda o Vem Pra Rua, com 200 mil seguidores no Facebook. O núcleo são cerca de 20 pessoas, a maioria empresários que prefere o anonimato. O rosto público é Rogério Chequer, 46, sócio de uma agência de palestras. «Não recebemos dinheiro e nem material de partido», ressalta. A ideia de vinculação com tucanos começou a ganhar força na eleição, quando o grupo fez passeatas por Aécio Neves. «Não defendíamos o Aécio, mas o não voto na Dilma», diz Chequer. Para o Vem Pra Rua ainda não há base jurídica para impeachment. Ainda assim, o grupo engrossa o chamado ao dia 15. Alega que a pressão é importante para que as apurações sobre a Petrobras, por exemplo, prossigam. Em outros protestos, o Vem Pra Rua se mobilizou para expulsar grupos que defendem a intervenção militar. «Dessa vez vai ser tão grande que será impossível», diz Chequer. Grupos que defendem a tomada do poder pelos militares têm participado dos protestos contra Dilma. No Rio, por exemplo, o que se autodenomina

Legalistas tem feito convocações. «A coisa está indo por um caminho que não vejo outra saída», diz o sargento da reserva da Aeronáutica Tôni Oliveira, 58. A equiparação com intervencionistas irrita o Vem Pra Rua e o MBL. Eles criticam a imprensa e dizem que ela faz questão de jogar todo mundo no mesmo balaio. Todos os grupos evitam estimar a adesão ao ato do dia 15. Internamente, falam em levar 100 mil pessoas às ruas. De onde vem o dinheiro para organizar tudo isso? Cada um se financia de um jeito. O MBL aceita doações e recebe alguns centavos do YouTube a cada clique em seus vídeos. O Vem Pra Rua faz vaquinha entre seus integrantes. Outra celebridade dos atos contra Dilma, Marcelo Reis, do Revoltados, arruma dinheiro de um jeito diferente. Dono da página com mais curtidas entre os mobilizadores, ele vende o kit manifestação, com camisetinha, boné e adesivos pró­impeachment. O Revoltados já defendeu a intervenção militar, mas Reis diz que, hoje, na cúpula do grupo, não há quem advogue por esse caminho. «Queremos as regras democráticas. Impeachment está na Constituição», diz. Reis fez de um flat de 38 metros quadrados o QG de seu grupo. O imóvel fica no prédio em que o ministro José Eduardo Cardoso (Justiça) se hospeda em São Paulo. Seu grupo promete levar a banda Os Reaças para a Paulista. «Ô, ô, ô… Todo mundo já sabe que a anta sabia. Ô, ô, ô… Que o molusco mandava e ela obedecia. Ô, ô, ô… Impeachment! Não tem como fugir. Impeachment! Pede pra sair…», diz o refrão. Reis a exibiu à reportagem no último volume em seu flat. «É pra ver o se o ‘ministrão’ escuta», justificou, aos risos.

Folha Do S.Pablo

 

 

 

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