Movimiento Passe Livre vuelve a las calles para exigir gratuidad del transporte
PASSE LIVRE VOLTA ÀS RUAS, MESMO COM TARIFA ZERO
Diversos municípios têm marcado para os próximos dias protestos contra o aumento da passagem; em São Paulo, onde começaram os atos de junho de 2013, a movimentação começa nesta sexta-feira, às 17h, próximo à Prefeitura; Rio de Janeiro tem ato marcado no mesmo dia e horário; ativistas argumentam que anúncio do prefeito Fernando Haddad (PT) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de tarifa zero para estudantes de baixa renda feito junto com o reajuste da tarifa é golpe, com o fim de desmobilizar a população; Movimento Passe Livre prega gratuidade para todos, sem limite de viagens; mas menos de dois anos depois, o MPL conseguirá convocar protestos nas mesmas proporções em todo o País?
O anúncio da Prefeitura de São Paulo de não aumentar a tarifa de ônibus aos usuários do Bilhete Único mensal, semanal ou diário e conceder tarifa zero a alunos de baixa renda foi certamente bem recebido pelos paulistanos. Essa semana, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) também enviou projeto à Assembleia Legislativa para que estudantes da rede pública não tenham que pagar pelo transporte coletivo.
As medidas, no entanto, não são suficientes para que o Movimento Passe Livre (MPL) desista de realizar manifestações contra o aumento da passagem esse ano. Pelo contrário: as decisões do prefeito Fernando Haddad (PT) são vistas como golpe pelo movimento. Foi o MPL que iniciou, em junho de 2013, os protestos contra o reajuste da tarifa no transporte em São Paulo, resultando em manifestações em todo o País.
Um ato convocado pelo Facebook para esta sexta-feira 9, às 17h, em frente ao Teatro Municipal, próximo à Prefeitura, já tem mais de 45 mil pessoas confirmadas. O Rio tem protesto marcado no mesmo dia e horário. Outras cidades também já convocaram – ou realizaram, como Joinville (SC) e Salvador (BA) – suas manifestações. Na última segunda-feira 5, o Movimento Passe Livre promoveu uma aula pública no centro de São Paulo para explicar como é possível estabelecer a tarifa zero a todos.
Para os ativistas do MPL, Haddad e Alckmin tentam desmobilizar a população anunciando o aumento da passagem junto com benefícios e ainda em período de férias, quando boa parte da população está viajando. Outra acusação, contra o prefeito, é de que ele tenta ressuscitar o Bilhete Único Mensal, «que fracassou», nas palavras de Marcelo Hotimsky, um dos porta-vozes do movimento.
Desde terça-feira 6, a tarifa no estado de São Paulo subiu de R$ 3 para R$ 3,50. Mas desta vez, 505 mil estudantes, apenas na capital paulista, terão direito a 48 viagens gratuitas de ônibus por mês – antes, eles pagavam por metade da passagem – e todo trabalhador que aderir ao Bilhete Único não sofrerá o reajuste.
O cenário, como se vê, é diferente de 2013. Além disso, existe o fato de as jornadas de junho, que pararam o trânsito e provocaram a violência da polícia, de um lado, e depredações ao patrimônio público e privado, de outro, terem ocorrido há menos de dois anos. O MPL conseguirá convocar em tão pouco tempo novas manifestações nas mesmas proporções?
Confira abaixo informações da Agência Brasil sobre manifestações em alguns municípios nos próximos dias:
No Rio de Janeiro, o MPL promete protestar contra o reajuste das passagens na sexta-feira, às 17h, na Cinelândia. Desde 2 de janeiro, as passagens de ônibus municipais subiram de R$ 3 para R$ 3,40. A negativa da Justiça em conceder liminar para impedir o aumento das passagens, na ação civil proposta pelo Ministério Público do Estado, é considerada pelo MPL uma demonstração de que a tarifa tende a aumentar cada vez mais no atual modelo de gestão, «em que os custos ficam com os usuários e as concessionárias têm total liberdade para administrar os serviços».
Em Belo Horizonte, o protesto está marcado para sexta-feira 9, às 17h, na Praça Sete de Setembro. No dia 29 de dezembro, as tarifas de ônibus municipais passaram de R$ 2,85 para R$ 3,10. O ato é convocado pelo Tarifa Zero e tem 6,5 mil pessoas confirmadas no Facebook. Segundo os organizadores, o aumento «exclui a população mais pobre do acesso à cidade, além de aumentar o número de veículos nas ruas, já que as pessoas deixam de usar os ônibus e passam a andar de moto ou de carro».
No Recife, o ato contra o aumento das passagens também está agendado para sexta-feira, às 7h30, em frente à sede do Grande Recife Consórcio de Transporte. Está previsto para o mesmo dia o início das discussões sobre a nova tarifa.
Em Guarulhos, na Grande São Paulo, onde as passagens subiram de R$ 3 para R$ 3,50, o MPL marcou ato para a próxima segunda-feira (12), às 17 horas, em frente à Igreja Matriz. Outras cidades paulistas que já têm manifestações agendadas são Santo André, no sábado (10), e São Bernardo do Campo, na quarta-feira (14).
Em Florianópolis, a agenda de mobilização contra o aumento começa hoje e vai até terça-feira (13), quando será realizado um ato, às 17h, no Terminal de Integração do Centro.
Em Niterói, Rio de Janeiro, o ato está previsto para quinta-feira (15), às 18h, no campus Gragoatá da Universidade Federal Fluminense.
No município paulista de Osasco, os protestos estão marcados para dia 23, na Estação Osasco da CPTM, onde a passagem subiu para R$ 3,50. «Osasco é 10 vezes menor que São Paulo. Cobrar a mesma tarifa de São Paulo por uma quilometragem menor, é desproporcional», ressaltam os organizadores no Facebook.