Los principales desafios para el segundo mandato de Dilma Rousseff – Por Guilherme Mazui

334

Los conceptos vertidos en esta sección no reflejan necesariamente la línea editorial de Nodal. Consideramos importante que se conozcan porque contribuyen a tener una visión integral de la región.

Os principais desafios para o segundo mandato de Dilma Rousseff

Reeleita com a menor margem de votos desde a redemocratização, Dilma Rousseff (PT) enfrenta o desafio de reconciliar um país que se mostrou dividido nas urnas. No primeiro discurso após a vitória, a presidente indicou o caminho em uma palavra, transformada em promessa: diálogo.

– É o primeiro compromisso do segundo mandato – afirmou.

Não se trata de algo simples para a petista, criticada por ser pouco afeita a ouvir. O perfil centralizador e durão dificultou a interlocução com o Congresso e o mercado financeiro, que precisam ser reconquistados para um segundo mandato que avista obstáculos na economia, na relação com a base e na contenção dos estragos do escândalo da Petrobras. Ontem, o mercado deu seu recado: a bolsa de valores devolveu a perda de segunda-feira diante da possibilidade de Dilma compor uma equipe econômica favorável à iniciativa privada.

Nova composição do Senado reforça oposição ao governo

Empresários pedem anúncio da nova equipe econômica do governo

Leia todas as notícias sobre as Eleições 2014

Leia todas as últimas notícias de Zero Hora

No Planalto são discutidas formas para materializar a vontade de dialogar. A mais urgente aponta para o mercado e depende da indicação do substituto de Guido Mantega no Ministério da Fazenda. Em seu discurso, Dilma prometeu combater “com rigor” a inflação e “avançar” na responsabilidade fiscal, o que significa segurar os gastos públicos. Na segunda-feira, em entrevista ao Jornal Nacional, falou em tomar medidas já nas próximas semanas. Nos bastidores, é aguardado um pacote de incentivo para o setor produtivo:

– Externei que eu não iria esperar a conclusão do primeiro mandato para iniciar as ações no sentido de melhorar o crescimento da nossa economia.

Outro tema tratado com zelo é a reforma política e seu plebiscito, uma consulta direta à sociedade. Dilma planeja ter a reforma como símbolo da nova fase. Ontem, o vice Michel Temer foi ao Palácio da Alvorada tratar do assunto com a presidente. Saiu com a missão de liderar no PMDB a discussão sobre o tema. Temer falará com segmentos da sociedade, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

– Temos de caminhar juntos: o Congresso, o Executivo e a sociedade brasileira – disse Temer.

O Planalto pretende conversar com outros partidos aliados, a fim de vencer as resistências no Congresso. O próprio plebiscito é contestado por parte da base, que prefere um referendo para validar ou não as mudanças nas leis feitas pelos parlamentares.

Maior bancada do Senado e segunda maior da Câmara, o PMDB ganha relevância na articulação. Não está descartado que Dilma invista no hábito de realizar reuniões periódicas com deputados e senadores. Já com os novos governadores, o Planalto ensaia reunião no começo de 2015 para firmar pactos.

Sinais de um estilo mais acessível

O reforço no diálogo passa por uma Esplanada com ministros mais independentes, autorizados a firmar acordos com políticos ou setores do empresariado. Diferentemente do primeiro mandato, quando deixou Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti na Casa Civil e Relações Institucionais, Dilma deve ter figuras de maior peso nas duas pastas.

A sinalização de um estilo mais acessível é feita pela petista desde o domingo. Em seu pronunciamento em Brasília, evitou vestir o vermelho do PT. Optou pelo branco, sinal de “trégua” e “conciliação”. No discurso, uma espécie de mea-culpa:

– Quero ser uma presidente melhor do que fui até agora.

Cinco obstáculos para os próximos quatro anos

1 – Controle da inflação e política econômica
Dilma precisa conter a inflação, que está um pouco acima do teto da meta de 6,5% ao ano, retomar os níveis de crescimento e recuperar a confiança do mercado. Investidores reclamavam do intervencionismo na economia. Também há críticas à falta de controle dos gastos públicos. No dia seguinte à reeleição, a Bovespa recuou 2,77% e os papéis da Petrobras desabaram 12%. O dólar subiu para R$ 2,52. Ontem, a bolsa devolveu a perda e subiu 3,62%, enquanto a moeda americana caiu para
R$ 2,47. Passou-se a cogitar nomes favoráveis ao mercado na nova equipe econômica.

O DESAFIO
Equação complicada, que envolve o controle dos gastos públicos e a retomada dos investimentos. Dilma quer fazer isso sem impacto na geração de emprego e renda. Para combater a inflação, é preciso trazê-la de volta para o centro da meta, de 4,5%. Também é necessário respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal.

2 – Infraestrutura
A mãe do PAC tem dificuldades para materializar os anúncios. Promessa da campanha de 2010, a obra da nova ponte do Guaíba começou há duas semanas. Lançado há quase dois anos, com investimento de R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos, o plano de aviação regional não deixou o papel. Já as ampliações de terminais em capitais deslancharam. A dificuldade também é verificada em vitrines do PAC. A transposição do Rio São Francisco, iniciada em 2007, só deve ser concluída em 2015. A ferrovia Norte-Sul teve um trecho de 855 quilômetros entregue este ano, entre Anápolis e Palmas.

O DESAFIO
O governo programa para 2015 e 2016 uma agenda de conclusão de grandes obras, a exemplo da transposição do Rio São Francisco e da hidrelétrica de Belo Monte. A presidente tem o desafio de finalizar as obras dentro dos cronogramas, com o uso menor possível de aditivos nos contratos, que encarecem os custos.

3 – Combate à corrupção
Na campanha, Dilma lançou pacote com cinco medidas para combater a corrupção. Entre elas, transformar em crime o caixa 2 e punir o enriquecimento ilícito de agentes públicos. A presidente também terá de lidar com as suspeitas de irregularidades dentro do governo petista. Duas CPIs da Petrobras estão no Congresso e prosseguem as investigações e depoimentos dos processos referentes à Operação Lava-Jato. O efeito das delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef trarão dores de cabeça ao governo.

O DESAFIO
A presidente terá de conter os desgastes provocados pela Operação Lava-Jato. Das cinco medidas contra corrupção, três têm projetos que já tramitam no Congresso e duas terão de ser criadas. Junto, é importante reforçar investimentos e a independência dos órgãos
de controle.

4 – Reforma política
Classificada pela presidente em seu discurso após a reeleição como a “primeira e mais importante” das reformas pendentes, a reforma política desafia o poder de mobilização da bancada do governo. O tema é discutido há décadas e incentivado por diferentes presidentes da República, porém, o conflito de interesses no Congresso impede as mudanças. Dilma anunciou a realização de um plebiscito para consultar a população brasileira sobre a necessidade de realizar a reforma política. A petista defende o fim do financiamento de empresas nas campanhas.

O DESAFIO
Enviar ao Congresso o pedido para realização da consulta popular e fazer com que o resultado do plebiscito seja materializado em mudanças na legislação. É um processo lento, em virtude dos temas polêmicos e do rito de tramitação das propostas na
Câmara e no Senado.

5 – Articulação no Congresso
O Congresso que assumirá a partir de fevereiro de 2015 terá deputados de 28 partidos diferentes, uma base ampla e difícil de enquadrar, influenciada, neste primeiro momento, pela polarização e tensão da corrida presidencial. Ao longo do atual mandato, em especial na primeira metade, Dilma recebeu críticas dos próprios aliados pela falta de articulação e diálogo com deputados e senadores. A relação fria teve impacto na aprovação de projetos considerados importantes para o governo e manteve muitas vezes, por divergências, a pauta do Congresso trancada.

O DESAFIO
Escalar ministros com trânsito no Congresso e melhorar o diálogo direto da própria presidente com os parlamentares. A distribuição de cargos na Esplanada e nas estatais auxiliará a manter a base aliada ampla, característica do primeiro mandato de Dilma Rousseff.

ZH

Más notas sobre el tema