Brasil: pobladores de favelas lanzaron la “Copa Popular” en protesta por las remociones por obras del Mundial
Moradores de favelas promovem Copa Popular como protesto contra remoções no Rio
Com objetivo de denunciar as remoções que ocorrem devido a obras para a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016, moradores de favelas iniciaram hoje (27) a disputa da Copa Popular. A competição reúne times formados nas próprias comunidades ou por representantes da classe trabalhadora, incluindo vendedores ambulantes. A organização do evento, que começou na Favela Dona Marta, em Botafogo, zona sul do Rio, é do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas.
De acordo com o integrante da entidade Renato Cosentino, mais de 20 mil famílias tiveram que abandonar suas casas, desde 2009, para dar lugar aos projetos esportivos ligados à Copa e às Olimpíadas.
“Fizemos a primeira Copa Popular em 2013, com os atingidos pelas remoções, no dia da estreia da Copa das Confederações. A deste ano está sendo realizada em diversas etapas, em várias regiões da cidade. Não só com os removidos, mas também com outros grupos, como a Frente Nacional dos Torcedores, que questiona a elitização dos estádios, e o Movimento Unido dos Camelôs, que estão tendo o seu direito ao trabalho violado na preparação da cidade para a Copa e as Olimpíadas.”
Haverá quatro etapas: nas zonas sul, norte, oeste e centro. A final será disputada em junho. A finalidade, segundo Cosentino, é chamar a atenção da sociedade para a violação dos direitos ocorre na cidade. “Muitas pessoas estão sendo prejudicadas. E a camada mais pobre da sociedade é a que tem os direitos mais violados. Estão perdendo suas casas, não podem mais ir aos estádios e estão tendo o direito ao trabalho impedido, pois são trabalhadores informais. O argumento com a Copa era que os mais pobres seriam beneficiados, mas não é isso que a gente tem visto”, disse ele, que também faz parte da organização de direitos humanos Justiça Global.
Morador do Dona Marta e um dos organizadores do evento, Vitor Lira disse que a realização do torneio também é uma forma de permitir aos moradores vivenciassem uma copa de futebol, pois a promovida pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) será restrita a poucos torcedores nos estádios. «A motivação do evento é organizar uma copa popular, integrada à comunidade e a que todos tenham a possibilidade de assistir, coisa que na Copa da Fifa não vão ter. O objetivo é promover a integração com as favelas e gerar uma troca de saberes sobre o que está ocorrendo em outros lugares. É um momento oportuno para reivindicarmos nossos direitos na cidade.”