El gobierno brasileño restringirá los vuelos durante el Mundial de fútbol
Governo restringe espaço aéreo no Mundial
Seguindo praxe adotada em grandes eventos, o governo vai restringir pousos e decolagens em aeroportos de algumas das cidades-sede da Copa do Mundo nos dias de jogos. As medidas terão maior impacto no Santos Dumont, do Rio, e nos aeroportos de Fortaleza, Manaus e Cuiabá.
As normas elaboradas pelo Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), subordinado ao Ministério da Defesa e ao Comando da Aeronáutica, proíbem pousos e decolagens em aeroportos com distância inferior a 7,2 km dos estádios onde os jogos estiverem sendo realizados por um período médio de quatro a cinco horas.
A informação sobre as medidas foi publicada ontem no jornal «O Globo».
A restrição começará sempre uma hora antes da partida –exceto no encerramento da Copa, quando o Santos Dumont deixará de operar três horas antes do jogo, com restrição total de sete horas.
OPÇÕES
As opções nesses casos serão: ou as companhias antecipam o voo, ou adiam ou mudam o local de embarque e desembarque. No Rio, a primeira opção é o Galeão.
O mesmo ocorrerá em Cuiabá, Fortaleza e Manaus, que receberão menor número de jogos, mas também serão afetadas. Nesses casos, as autoridades sugerem aeroportos de Estados próximos. Apesar da distância, uma das alternativas indicadas para Manaus, por exemplo, é Belém.
Em Belo Horizonte (Pampulha) e Curitiba (Bacacheri), os aeroportos incluídos na área restrita são de pequeno movimento.
Em Brasília, Natal, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo, não há qualquer restrição, segundo o documento do Decea, já que os aeroportos se situam a uma distância maior dos estádios.
O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, disse que ainda não recebeu o estudo do Decea, mas defende as regras sob o argumento de que são importantes para manter a segurança dos torcedores nos estádios. Segundo ele, ainda serão pensadas «soluções que diminuam ao máximo o desconforto dos passageiros». Ele também frisou que não haverá aumento de custos. «Nem para passageiros, nem para as companhias. Apenas alguns voos não serão feitos naquele período determinado e vão ter de se adaptar», disse.
COMPANHIAS AÉREAS
As companhias aéreas discordam: «O setor lamenta que essa decisão não tenha sido tomada antes da liberação da nova malha de voos elaborada para atender a demanda da Copa, pois isso evitaria custos extras para as empresas e aborrecimento para os passageiros», afirmou o consultor técnico da Abear (Associação das Empresas Aéreas), Adalberto Febeliano.
A Folha apurou, no entanto, que as empresas já sabiam que o governo iria tomar essa decisão há cerca de um mês. Os novos pedidos de voos extras já teriam isso em mente. As medidas afetam, portanto, aqueles cuja venda estava liberada há mais tempo (um ano antes do voo).
Em uma busca nos sites das companhias aéreas ontem, a reportagem encontrou voos à venda no aeroporto Santos Dumont no horário restrito (13h às 20h) em 13 de julho, data da partida final da Copa do Mundo, na Gol, na TAM e na Azul.
A Gol informou que só pode retirar os voos do sistema quando for notificada oficialmente pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o que ainda não ocorreu, segundo a empresa.
Já a TAM respondeu que «fará todos os ajustes necessários em sua malha e avisará os clientes com antecedência sobre as alterações».
A Azul afirmou que já recebeu a notificação da Anac e vai cumprir a determinação.
O estudo do Decea não tem estimativa de passageiros ou voos atingidos. Moreira Franco também disse não possuir esse dado. As companhias são as responsáveis por entrar em contato com os passageiros afetados.
Restrições do espaço aéreo são a norma em grandes eventos, como aconteceu na Copa das Confederações e na Jornada Mundial da Juventude. O que varia é a duração da restrição e o raio de extensão. O objetivo principal é evitar ataques terroristas, pois em eventos desse porte, como na abertura e na final da Copa, há sempre a presença de chefes de Estado.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/156802-governo-restringe-espaco-aereo-no-mundial.shtml