Intento de golpe en Brasil | La comisión investigadora citará a cuatro exministros de Bolsonaro y a presuntos financiadores

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La comisión investigadora apuntó a financiadores del golpe del 8 de enero en Brasilia

Por Pablo Giuliano

El Congreso brasileño pretende descubrir quiénes fueron los que financiaron el intento de golpe de Estado del 8 de enero pasado contra el presidente Luiz Inácio Lula da Silva, perpetrado por seguidores del exmandatario Jair Bolsonaro, y para ello una comisión especial convocará a 40 personas, entre ellas cuatro exministros, se anunció este martes oficialmente.

La comisión parlamentaria mixta de investigación sobre el 8 de enero (CPI) trazó este martes su plan de trabajo, presentado por la relatora o miembro informante, la senadora oficialista Eliziane Gama, del centroderechista Partido Social Demócrata (PSD), quien aseguró que el intento de golpe nació mucho antes, con la derrota de Bolsonaro ante Lula en las elecciones de octubre.

“La jornada de depredaciones no comenzó a la medianoche del 8 de enero de 2023, sino mucho antes, en una sucesión de hechos que, por decir lo menos, levantaron los ánimos. Las noticias difundidas en las redes sociales por la parte de la sociedad que no aceptó la victoria de Lula tenían la intención de construir la realidad desde su particular perspectiva, sembrando creencias y sentimientos conspirativos de todo tipo», aseguró la senadora.

La comisión, formada por 16 diputados y 16 senadores, tendrá 180 días para investigar los actos golpistas en paralelo a la causa judicial que lleva adelante el Supremo Tribunal Federal, que ya procesó a la mayor parte de los 1.390 denunciados por la fiscalía general de atentar contra la democracia con la invasión a la sede de los poderes en Brasilia.

Entre los citados a declarar estarán el exjefe de gabinete y excandidato a vice de Bolsonaro, el general retirado Walter Braga Netto, un hombre fuerte de la inteligencia militar que fue interventor en Río de Janeiro cuando fue asesinada la concejala Marielle Franco a inicios de 2018.

También fue convocado el principal acusado, el exministro de Justicia Anderson Torres, quien en la primera semana de enero era secretario de Seguridad de Brasilia y liberó a la policía de proteger los edificios públicos.

El ex jefe del Gabinete de Seguridad Institucional, a cargo de los servicios de inteligencia, general retirado Augusto Heleno, asesor en geopolítica de Bolsonaro, deberá brindar su testimonio, así como su sucesor, el lulista Gonçalves Dias, quien renunció en abril tras conocerse que había ingresado al Palacio del Planalto y no reaccionó ante el avance de los atacantes.

Dias, hombre de confianza de Lula entre los militares, es considerado por el bolsonarismo como una pieza clave para denunciar que el gobierno buscó «victimizarse» de alguna manera ante el intento de golpe.

El senador Rogerio Correa, del Partido de los Trabajadores de Lula, sostuvo que todos los invasores eran bolsonaristas, generando polémica en el recinto y por ello pidió retirar de la comisión al diputado André Fernandes, del Partido Liberal de Bolsonaro, denunciado por la fiscalía por organizar los campamentos frente al Ejército que convocaron al golpe.

Entre los evangelistas de la comisión se encuentra el pastor Marco Feliciano, diputado, quien pidió no llamar «golpistas» a los autores de los ataques y sí «vándalos o patriotas».

«Es muy fuerte decirles golpistas, son gente de familia, decirles golpistas antes de la investigación de esta comisión es un prejuzgamiento», dijo Feliciano, uno de los mayores aliados de Bolsonaro en el bloque evangelista del Congreso.

Por su parte, la relatora Gama informó que, en el transcurso de la CPI, también serán llamados a deponer aquellos que financiaron los actos del 8 de enero, así como las personas involucradas en otros actos.

Estos financiadores, vinculados al agronegocio del sur y el centro-oeste sojero del país, son investigados por la corte suprema.

Por su parte, la diputada Duda Salabert, del centroizquierdista Partido Democrático Laborista, que forma parte de la base oficialista, aseguró que la comisión debe perseguir a los «tiburones» que financiaron el golpe y no solamente a los «pececitos» que ingresaron al Supremo Tribunal Federal, el Congreso y el Palacio del Planalto el domingo 8 de enero, cuando Lula estaba en Araraquara, interior de San Pablo, visitando a víctimas de una inundación.

Télam


CPMI do golpe vai investigar desde blitz da PRF no segundo turno à participação dos militares

Por Tiago Pereira

Com 18 votos a favor e 12 contrários, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a tentativa de golpe em 8 de janeiro, aprovou nesta terça-feira (6) o plano de trabalho apresentado pela relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Além da invasão e depredação das sedes dos três poderes, a relatora propõe “esmiuçar” fatos que antecederam a investida golpista.

“O dia das depredações não começou à meia-noite de 8 de janeiro de 2023, mas muito antes, em uma sucessão de eventos de, para dizer o mínimo, exaltação de ânimos”, afirmou a parlamentar.

Como ponto de partida, o plano de trabalho sugere investigar a atuação de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. A relatora quer saber a relação de Torres com o então diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Ele organizou blitze policiais com o intuito de atrapalhar o deslocamento de eleitores petistas durante o segundo turno das eleições.

Ambos, Torres e Silvinei, também estariam envolvidos – pelo menos por omissão – com os bloqueios golpistas, organizados por bolsonaristas em rodovias de todo o país, contra o resultado do segundo turno, que confirmou a terceira vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Do mesmo modo, a atuação omissa de Torres durante o 8 de janeiro também será um dos focos da CPMI. Recém-empossado, o então secretário viajou de férias para os Estados Unidos às vésperas da tentativa de golpe em Brasília, mesmo sabendo do risco representado por grupos bolsonaristas que chegavam à capital federal.

Dias 12 e 24 de dezembro

Outras duas datas vão orientar os trabalhos da CPMI. Eliziane quer identificar os autores intelectuais, financiadores e agentes públicos envolvidos na noite de 12 de dezembro de 2022, quando se verificou um cenário de “barbárie” em torno da sede da Polícia Federal, em Brasília. “Lembremos: no dia 12 deu-se a diplomação dos reconhecidamente eleitos no pleito presidencial”, descreve a relatora.

A outra data citada no plano de trabalho diz respeito à tentativa de atentado terrorista no aeroporto de Brasília, quando bolsonaristas confessaram que planejavam explodir um caminhão-tanque. A intenção era provocar o caos na capital federal, de modo a possibilitar uma intervenção dos militares. “Com efeito, naquele exato dia, véspera de Natal, enquanto milhares de passageiros iam e vinham do Aeroporto de Brasília, o terceiro mais movimentado do País, havia um artefato explosivo implantado em caminhão de combustível hábil a causar uma catástrofe”.

Acampamento no QG do Exército e invasão

A CPMI também vai investigar os acampamentos golpistas nos arredores do Quartel-General do Exército, em Brasília. Além disso, a comissão também pretende avançar na identificação dos mentores, financiadores e executores da invasão da Praça dos Três Poderes, em 8 de Janeiro.

Ao mesmo tempo, o plano prevê a apuração do planejamento e atuação dos órgãos de segurança pública da União e do Distrito Federal no referido dia. O objetivo é identificar as causas e os responsáveis pelo “apagão” nas medidas de contenção aos manifestantes. Outro eixo de investigação proposto pela relatora se refere às manifestações públicas e em redes sociais de agentes políticos contra o resultado das eleições.

Por fim, a comissão também vai se debruçar sobre a relação do tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, com pessoas envolvidas com “eventuais conspirações golpistas”. Do mesmo modo, também vai investigar a atuação dos órgãos das Forças Armadas e sua relação com os acampamentos na região do QG do Exército.

Convocações

Além do plano de trabalho, a relatora anexou 62 requerimentos, dentre eles pedidos para ouvir testemunhas e solicitação de informações a órgãos públicos responsáveis pela segurança ou pela investigação sobre os atos de 8 de janeiro.

Nesse sentido, Eliziane sugere que os depoimentos de Anderson Torres e do general Augusto Heleno – ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro – deverão ser tomados já nas primeiras semanas da comissão. A relatora também pretende ouvir o o ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro, general do Exército Walter Braga Netto. Outra testemunha listada é o tenente-coronel Mauro Cid.

Integrantes do atual governo também serão chamados a darem explicações. Entre eles, estão o ministro da Justiça, Flávio Dino; o então interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Capelli; e o general Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Todos os requerimentos precisam ser aprovados pela maioria da CPMI. A votação ficou para a próxima terça-feira (13).

Rede Brasil Atual

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