Brasil | Bolsonaro debe declarar hoy por presunto fraude en las tarjetas de vacunación
Brasil: Bolsonaro a declarar ante policía sobre fraude en vacunación
El expresidente brasileño Jair Bolsonaro debe testificar hoy en la sede capitalina de la Policía Federal (PF), dentro del marco de la investigación sobre la presunta inserción de datos falsos en tarjetas de vacunación antiCovid-19.
La PF cumplió el 3 de mayo una orden de registro y decomiso en la casa del exgobernante, uno de los objetivos de la Operación Venire que indaga acerca de la manipulación de cartones de inoculación.
Tal cruzada fue autorizada por el ministro Alexandre de Moraes dentro de la pesquisa de las «milicias digitales» que ya tramita en el Supremo Tribunal Federal.
Según TV Globo, el fraude en las tarjetas de vacunación de Bolsonaro y su hija Laura ocurrió el 21 de diciembre, justo antes de viajar a Estados Unidos (el penúltimo día de mandato).
La morada del exmandatario fue objeto de una de las órdenes de búsqueda y captura cumplidas por la PF y los agentes también recogieron el teléfono móvil del excapitán del Ejército.
«Nunca dije que tomé la vacuna (de Covid-19]. Nunca me pidieron tarjeta de vacunación en Estados Unidos. No hay manipulación de mi parte», afirmó el político de tendencia ultraderechista cuando dejó en aquella oportunidad su residencia en Brasilia, acompañado de sus abogados defensores.
En la ocasión se cumplieron 16 órdenes de búsqueda y captura, y seis órdenes de detención preventiva en Brasilia y Río de Janeiro.
Al conversar con periodistas en la salida de su casa, Bolsonaro declaró que optó por no tomar la vacuna después de leer la bula del inmunizante.
«No tomé la vacuna. Fue una decisión personal mía, después de leer el prospecto de la (vacuna) Pfizer (laboratorio estadounidense)», alegó.
Asimismo, informó que su hija Laura tampoco se vacunó.
En la red social Twitter, la exprimera dama Michelle Bolsonaro comentó que «la PF hizo un registro e incautación en nuestra casa, no sabemos el motivo y ni nuestro abogado tuvo acceso a los autos».
Detalló que se enteraron por la prensa que «el motivo sería falsificación de tarjeta de vacuna de mi marido y de nuestra hija Laura. En mi casa, solo me vacunaron», acotó.
Entre los seis detenidos figura el teniente coronel Mauro Cid, exayudante de órdenes de Bolsonaro.
«Las inserciones falsas, que ocurrieron entre noviembre de 2021 y diciembre de 2022, tuvieron como consecuencia la alteración de la verdad sobre hecho jurídicamente relevante, cual sea, la condición de inmunizado contra la Covid-19 de los beneficiarios», apuntó la PF en una nota.
Por lo anterior, agregó, «tales personas pudieron emitir los respectivos certificados de vacunación y utilizarlos para burlar las restricciones sanitarias vigentes impuestas por los poderes públicos (Brasil y Estados Unidos) destinadas a impedir la propagación de enfermedad contagiosa».
Bolsonaro vai depor à PF nesta terça e dizer que não se vacinou contra a Covid-19
O ex-presidente Jair Bolsonaro vai depor à Polícia Federal (PF) às 13h desta terça-feira (16) e afirmar que não se vacinou contra a Covid-19 nem participou do esquema de fraude no cartão de vacinação no Ministério da Saúde, em uma tentativa de se descolar de outros alvos da corporação, segundo apurou a reportagem do R7 junto a aliados de Bolsonaro.
O depoimento se dá no âmbito da operação Venire, que investiga a atuação de uma associação criminosa que inseria dados falsos de vacinação nos sistemas públicos. Bolsonaro deveria ter esclarecido à PF no dia 3, data da ação, mas não o fez por falta de acesso aos autos do inquérito.
O ex-presidente teve sua casa, localizada em Brasília, alvo de busca e apreensão por parte da PF (veja fotos abaixo). Ele criticou a medida. «Não há dúvida que eu chamo de ‘operação para te esculachar’. Podiam perguntar sobre vacina, cartão, eu responderia sem problema nenhum. Agora uma pressão enorme, 24 horas por dia, o dia todo, desde antes de assumir a Presidência até agora. Não sei quando isso vai acabar», disse.
Bolsonaro chegou a dizer que sentiu «constrangimento» por parte dos policiais federais que trabalharam na operação. «Abri a porta, convidei para entrar e fui tratado muito bem. Em nenhum momento houve exagero, voz mais alta, falta de educação, muito pelo contrário. Acredito até que eu senti constrangimento em alguns policiais federais. Foram corteses comigo», relatou.
Prisões
No mesmo dia que teve sua residência alvo de busca e apreensão, ex-assessores de Bolsonaro, como Sérgio Cordeiro e Max Guilherme, foram presos. O ex-ajudante de ordens e tenente-coronel do Exército Mauro Cid também foi preso — seu advogado, Rodrigo Roca, deixou o caso após alegar razões profissionais e familiares.
Roca tem proximidade com a família do ex-presidente. Ele defendeu o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das «rachadinhas», entre 2020 e 2021, e foi chefe da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), no Ministério da Justiça e Segurança Pública, durante o governo de Bolsonaro.
Estados Unidos
O R7 mostrou que um relatório produzido pela Polícia Federal indica que a equipe presidencial emitiu o último certificado de vacinação do ex-presidente cerca de duas horas antes de ele deixar o Brasil rumo aos Estados Unidos, no fim do ano passado.
«No dia 30 de dezembro de 2022, às 12h02, o usuário associado ao ex-presidente da República, utilizando o endereço de IP vinculado ao terminal telefônico cadastrado em nome de Mauro Cesar Barbosa Cid, acessou o aplicativo ConecteSUS e emitiu um novo certificado de vacinação contra a Covid-19», diz um trecho do relatório.
O documento, segundo a corporação, continha apenas registro da vacina da Janssen — as da Pfizer já haviam sido excluídas. «Cerca de duas horas depois da emissão do último certificado, Mauro Cesar Cid e o ex-presidente da República Jair Bolsonaro viajaram de Brasília para a cidade de Orlando, nos Estados Unidos», completa. O voo decolou por volta das 14h.
Investigação da PF
A investigação da Polícia Federal sobre o esquema de falsificação de registros de vacinação contra a Covid-19 diz que Bolsonaro não estava nas cidades indicadas nos dias em que teria recebido os imunizantes. Quatro certificados de vacinação no nome do ex-presidente foram emitidos.
Os primeiros dois registros confirmam que ele foi imunizado contra a Covid-19 três vezes: com a vacina da Janssen, de aplicação única, e com duas doses da vacina da Pfizer. Os dois últimos certificados mostram apenas a dose da Janssen.
Em 19 de julho de 2021, quando supostamente foi imunizado com a dose da Janssen, ele estava em Brasília, e não em São Paulo, como indica o certificado de vacinação. A investigação assinala que Bolsonaro também não estava em Duque de Caxias (RJ) em 13 de agosto de 2022, quando teria recebido a vacina da Pfizer.