El gobierno iniciará acciones legales contra Telegram por «violar la soberanía nacional»
Brasil iniciará acciones legales contra Telegram por violar la soberanía nacional
El gobierno de Brasil anunció este martes que tomará medidas legales contra la plataforma de mensajería digital Telegram, con sede en Emiratos Árabes Unidos, por «violar la soberanía nacional» al utilizar su capacidad tecnológica para disparar mensajes a los usuarios brasileños contra el proyecto de ley que se tramita en el Congreso para combatir las noticias falsas.
Telegram envió a sus usuarios de Brasil mensajes para amenazar sobre «el peligro para la libertad de expresión» del proyecto de ley contra las fake news y una regulación de la monetización de quienes comparten contenido violento y discriminatorio en las redes sociales.
El gobierno había iniciado acciones contra el gigante estadounidense Google por sugerir en los buscadores que el proyecto brasileño, respaldado por el oficialismo y parte de la oposición derechista, iba a afectar la libertad de expresión en Internet.
«Esto es increíble. Telegram le falta el respeto a las leyes brasileñas y usa su plataforma para hacer propaganda contra el Proyecto de Ley 2630. Las medidas legales serán accionadas. Ninguna empresa extranjera es más grande que la soberanía de nuestro país», dijo el ministro de Comunicación Social, Paulo Pimenta.
El gobierno del presidente Luiz Inácio Lula da Silva y el titular de la Cámara de Diputados, Arthur Lira, fracasaron la semana pasada en aprobar en trámite urgente la ley contra las fake news en las redes sociales, luego de una ofensiva de las grandes tecnológicas como Google, Meta, WhatsApp, Twitter y TikTok.
El proyecto es resistido por el Partido Liberal del expresidente Jair Bolsonaro, que tiene la mayor bancada parlamentaria en la Cámara baja.
El autor del proyecto, el diputado oficialista Orlando Silva, del Partido Comunista do Brasil (PCdoB), acusó a Telegram de haber realizado «un juego sucio» al divulgar «desinformación a los usuarios brasileños».
«Esta campaña de mentiras no va a prosperar, Internet no es tierra sin ley, y la regulación es una necesidad», dijo el legislador.
El proyecto ganó fuerza luego de que el Ministerio de Justicia informara que 300 personas vinculadas a la extrema derecha y al neonazismo fueron detenidas por amenazar u organizar mediante mensajería en redes sociales ataques contra escuelas, en una ola surgida luego de que en abril un hombre de 26 años asesinara a hachazos a cuatro niños en un jardín de infantes de Blumenau, Santa Catarina.
“A democracia está sob ataque no Brasil”. Assim começa um amontoado absurdo postado pela empresa Telegram contra as instituições brasileiras. O que pretendem ? Provocar um outro 8 de janeiro ? Providências legais estão sendo tomadas contra esse império de mentiras e agressões
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) May 9, 2023
O Brasil está prestes a aprovar uma lei que acabará com a liberdade de expressão. O PL 2630/2020 dá ao governo poderes de censura sem supervisão judicial prévia. Se aprovado, empresas como o Telegram podem ter que sair do Brasil. Aqui o porquê: https://t.co/NMsoMKwIYm
— Telegram Brasil (@telegram_br) May 9, 2023
Flávio Dino diz que medidas legais estão sendo tomadas em relação ao Telegram
Renato Souza
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que medidas legais estão sendo tomadas contra o Telegram. A empresa usou sua plataforma de mensagens instantâneas para enviar texto os usuários no Brasil contra o projeto de lei que criminaliza a disseminação de notícias falsas e responsabiliza provedores por conteúdo criminoso que seja mantido na internet.
O Telegram enviou no começo da tarde desta terça-feira (9/5) uma mensagem para seus usuários afirmando que o projeto de lei contra as fake news, em discussão na Câmara, «vai acabar com a liberdade de expressão no Brasil». De acordo com o texto colocado no ar pela rede social, «a democracia está sob ataque no Brasil. A Câmara dos Deputados deverá votar em breve o PL 2630/2020, que foi alterado recentemente para incluir mais de 20 artigos completamente novos que nunca foram amplamente debatidos».
O comunicado fala que o governo poderá limitar o que as pessoas publicam na internet. No entanto, não existe nenhum artigo no projeto de lei que permita este tipo de ação. Os artigos responsabilizam as empresas por manter no ar conteúdo de ódio ou criminoso, como materiais de pedofilia, racismo e nazismo.
O projeto chegou a normatizar a criação de um órgão público para fiscalizar o cumprimento da lei, mas o trecho foi retirado durante os debates na Câmara.
«Esse projeto de lei permite que o governo limite o que pode ser dito online ao forçar os aplicativos a removerem proativamente fatos ou opiniões que ele considera «inaceitáveis» e suspenda qualquer serviço de internet – sem uma ordem judicial», completa o texto do Telegram.
Flávio Dino afirmou que a mensagem compartilha desinformação. “’A democracia está sob ataque no Brasil’. Assim começa um amontoado absurdo postado pela empresa Telegram contra as instituições brasileiras. O que pretendem? Provocar um outro 8 de janeiro ? Providências legais estão sendo tomadas contra esse império de mentiras e agressões», escreveu ele, nas redes sociais.
