Lula anuncia una reforma tributaria y la revisión de la independencia del Banco Central
Lula avanzará con una reforma tributaria y revisará la independencia del Banco Central de Brasil
El presidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, propuso este jueves al Congreso una reforma tributaria para enfrentar el desequilibrio fiscal, y uno de los hombres de peso del oficialismo en el legislativo estimó que puede aprobarse antes de fin de año. Además, expresó su intención de revisar la autonomía del Banco Central.
«Encontramos un estado con un profundo desequilibrio fiscal» al llegar al gobierno el 1 de enero pasado, afirmó Lula, que adelantó «un nuevo régimen fiscal para Brasil».
El anuncio fue parte del mensaje del presidente al Congreso, en el inicio de las sesiones, texto que leyó el diputado Luciano Bivar.
Según la agencia ANSA, Lula criticó además los «efectos destructivos del techo de gastos», una cláusula constitucional que tuvo «efectos destructivos sobre las políticas sociales y se tornó inocuo como instrumento de control fiscal».
Mientras, el líder oficialista en Diputados, José Guimaraes, tras reunirse con el mandatario en el Palacio del Planalto, confirmó que la idea de una reforma estuvo en la conversación «entre tantas cuestiones importantes».
Para el diputado, es posible aprobar un texto de reforma para finales de este año.
«La negociación está a cargo del ministro (de Hacienda, Fernando) Haddad; los subjefes ayudarán. Tenemos especialistas en el área aquí. Vamos a empezar a hablar a partir del lunes sobre su contenido y qué podemos hacer de antemano para tener una reforma tributaria robusta que atienda los problemas», explicó Guimaraes, según la estatal Agencia Brasil.
Reforma tributaria al consumo y a la renta
En declaraciones recientes, Haddad dijo que el gobierno pretende votar la reforma tributaria al consumo en el primer semestre de este año y la reforma a la renta en el segundo semestre.
La simplificación de la tributación al consumo está en el centro de la primera fase y el texto pretende basarse en dos propuestas de reforma constitucional (PEC) pendientes en el Congreso.
Una de las iniciativas reúne varios impuestos que hoy se centran en el consumo en menos tributos, aunque existen diferencias en el número y en cómo se daría la fusión.
Lula recibió hoy a Guimarães y a otros 13 de los 15 vicepresidentes del gobierno en la Cámara, elegidos entre los partidos de base aliada.
Según el diputado, el encuentro fue de acercamiento y diálogo con el presidente «será permanente».
«Eso es lo que hace que los vicelíderes fluyan y tengan protagonismo en asuntos importantes para el gobierno y el país», señaló el legislador.
La independencia del Banco Central
Por otro lado, Lula dijo el jueves que podría intentar revisar la autonomía del Banco Central del país cuando finalice el mandato del actual directivo de la institución, Roberto Campos Neto.
«Quiero saber para qué era la independencia. Esperaré a que este ciudadano termine su mandato para que podamos hacer una evaluación de lo que ha significado el banco central independiente», dijo Lula en una entrevista con RedeTV.
A la pregunta de si podría haber un cambio en relación con la autonomía de la entidad, el presidente de la República confirmó.
«Creo que podría, pero… quiero decir que esto es irrelevante para mí. Esto es irrelevante, no está en mi agenda. Lo que está en el orden del día es la cuestión de la tasa de interés», dijo, criticando lo que calificó de búsqueda por parte de los mandos del Banco Central de un tasa de interés de «estándar europeo».
Governo Lula trabalha para aprovar reforma tributária até dezembro
Por Ingrid Soares e Rosana Hessel
Com a reabertura dos trabalhos do Congresso Nacional, as articulações para uma das principais reformas prometidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a tributária, começam a ganhar corpo e as sinalizações de fontes do governo indicam que o começo da tramitação deverá ser pela Câmara dos Deputados em vez do Senado Federal, o que vem preocupando técnicos e especialistas.
Após a primeira reunião de Lula com a liderança do governo e vice-líderes da base aliada, ontem, no Palácio do Planalto, o líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE), disse que a reforma tributária foi o principal tema da conversa. Ele afirmou esperar que a matéria seja aprovada «pelo menos até o fim do ano».
Nos bastidores, há uma queda de braço entre os presidentes reeleitos da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre em qual Casa a reforma tributária começaria a tramitação da proposta. O líder evitou comentar onde a proposta começaria a tramitar e reforçou que será preciso um entendimento entre o governo e as duas Casas do Legislativo.
O parlamentar petista destacou que haverá um esforço para avançar rapidamente com a reforma tributária e lembrou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pretende encaminhar a proposta de reforma até abril.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, estima, no mínimo, um prazo de seis meses para que a reforma tributária passe em uma das Casas. «A reforma tributária é um processo que começa agora e estaremos, mais ou menos assim, definindo alguma coisa em torno de seis meses. Não dá para falar em reforma tributária em menos que isso», disse Tebet, ontem, após reunião com Arthur Lira, na Câmara.
Processo demorado
Caso a tramitação comece mesmo pela Câmara, já que Lira saiu mais fortalecido do que Pacheco na reeleição, o processo será mais demorado, de acordo com o ex-deputado Luiz Carlos Hauly, autor do texto-base da PEC 110, que está no Senado, e um grande defensor da reforma tributária.
«Se o governo quiser iniciar a discussão pela Câmara, vai ter que começar do zero e precisará combinar com todos os envolvidos novamente. A PEC 110 está mais adiantada e já tem uma parte da PEC 45 (da Câmara) incorporada ao texto, porque a proposta saiu da tramitação quando Lira encerrou a comissão. Agora, se a proposta recomeçar pela Câmara, vai virar uma briga antiga que vai atrapalhar toda a tramitação da reforma», alertou.
Hauly lembrou que a proposta da PEC 110 é inspirada no modelo canadense, prevendo a criação de um tributo único sobre o consumo, o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, com cobrança única e receita repartida entre a União e os demais entes federativos. «Essa foi uma recomendação da Receita Federal, porque é preciso separar uma parte da arrecadação para a União atender às demandas da Saúde e da Previdência Social.»
Integrantes do governo, por sua vez, buscam uma solução para acelerar a tramitação da reforma tributária. A saída em discussão seria não apresentar uma nova proposta e aproveitar os textos parados no Congresso Nacional: a PEC 45/2019, da Câmara, e a PEC 110/2019, do Senado. De acordo com uma fonte qualificada da Esplanada, a discussão será retomada a partir desses dois textos. Vai tramitar uma das propostas, mas o texto da outra será considerado pelo relator. «A ideia é retomar logo (a reforma tributária), a partir dos textos que já estão no Congresso. A meta é aprovar até o fim de abril em uma das Casas», afirmou.
De acordo com Guimarães, as conversas de Lula com parlamentares aliados sobre a reforma tributária começarão na semana que vem em nova reunião do presidente com as lideranças. «Está sob o comando do ministro Fernando Haddad. Eu conversei um pouco com os vice-líderes, eles vão ajudar, tem especialistas aqui na área. Nós vamos começar a dialogar a partir de segunda-feira (6) sobre o conteúdo dela, sobre o que nós podemos fazer antecipadamente para termos uma reforma tributária robusta e que dê conta dos problemas», emendou.