Violencia política en Brasil | La oposición pide investigar a Bolsonaro por “incitación al odio”
La oposición pidió al fiscal general investigar a Bolsonaro por incitación al odio
Por Pablo Giuliano
Los partidos opositores de Brasil pidieron este martes al fiscal general, Augusto Aras, abrir una investigación contra el presidente Jair Bolsonaro por «exhortar al odio» contra rivales políticos, en virtud del asesinato de un dirigente del Partido de los Trabajadores por parte de un policía penitenciario bolsonarista en Foz do Iguazú, estado sureño de Paraná, el pasado sábado.
«Bolsonaro usa su posición de autoridad para diseminar odio», dice el pedido que indica que el jefe del estado debe ser investigado por incitación y apología del crimen.
El pedido fue elevado por el Partido de los Trabajadores y sus aliados que impulsan la candidatura opositora del expresidente Luiz Inácio Lula da Silva para las elecciones del 2 de ocrtubre más el Partido Democrático Laborista, del candidato presidente Ciro Gomes.
El pedido se basa en las recurrentes convocatorias a una «guerra» contra la oposición y sus amenazas contra sus adversarios políticos.
Vinculan los discursos de Bolsonaro por Facebook y en videos para sus seguidores al clima de odio generado en el país y que terminó el sábado con la vida de Marcelo Arruda, tesorero del Partido de los Trabajadores (PT) asesinado por Jorge Guaranho, un policía y activista del presidente que irrumpió en la fiesta de cumpleaños de la víctima y lo mató de tres tiros por cuestiones políticas.
El presidente Bolsonaro acusó este martes a los que se defendieron de la agresión de haber reprimido con fuerza Guaranho con patadas en la cabeza luego de haber asesinado a Arruda.
El bolsonarista está internado y detenido por homicidio.
Luego de acusar a la izquierda por la violencia, Bolsonaro invitó este martes a Brasilia a uno de los hermanos de Arruda, aparentemente crítico de una parte de la familia, que trabaja en la centran hidroeléctrica brasileño-paraguaya de Itaipú, que depende del gobierno federal.
Bolsonaro le dijo a José Arruda que «la izquierda politizó el caso» y que el homicida «era un desequilibrado».
La reacción de Bolsonaro ocurrió luego de que sus aliados le recomendaron, según la prensa, tener mayor empatía con el homicidio contra un hombre que festejba su cumpleaños con una remera con la cara de Lula.
Lula sugere livros contra armas de Bolsonaro: ‘Nós não precisamos brigar’
Por Tiago Pereira
Em ato de pré-campanha em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu nesta terça-feira (12) à escalada de violência política do lado bolsonarista que culminou com o assassinato do guarda municipal de Foz do Iguaçu (PR) Marcelo Arruda. Ele afirmou que estão tentando fazer da atual campanha eleitoral “uma guerra”. Mas prometeu uma “lição de moral”, e citou Mahatma Gandhi, líder da independência da indiana e símbolo do pacifismo.
“Nós não precisamos brigar. A nossa arma é a nossa tranquilidade, é o amor que temos dentro de nós. É a sede que temos de melhorar a vida do povo brasileiro. Não temos que aceitar provocação”, disse Lula. Ele refutou o argumento de que a escalada violenta seja reflexo da chamada “polarização“. “O PT polariza nas eleições para presidente desde 1994, e nunca teve sinal de violência”.
Lula sugeriu que os militantes progressistas portem livros em atos e reuniões públicas. É a resposta que a gente vai dar a um presidente que está incentivando as pessoas a comprarem armas. Além disso, afirmou que o homem que atirou em Marcelo estava tomado pelo “ódio, loucura, fanatismo e sectarismo”. Nesse sentido, disse que “a sociedade brasileira começa a perceber o que está em jogo”.
“Se o Bolsonaro quiser visitar as pessoas pelas quais ele é responsável pelas mortes, ele vai ter muita viagem. Porque ele não chorou uma lágrima pelas mais de 600 mil vítimas da covid. Nunca se preocupou em visitar uma criança órfã, e são muitas. Nunca se preocupou em visitar uma viúva que perdeu o seu marido”, afirmou o petista. Para Lula, Bolsonaro tem um “comportamento desumano, do mal”. “Esse homem se afastou do planeta Terra, e está orbitando algum planeta onde a humanidade não existe. O que existe é o ódio.
‘Mais exigente’
Lula também afirmou estar ainda mais consciente dos desafios que vai enfrentar para reconstruir o país, caso vença as eleições. Mas disse que está “mais exigente” do que em 2003, quando subiu a rampa do Palácio do Planalto pela primeira vez. “Agora não quero apenas que as pessoas tomem café, almocem e jantem. Agora quero que as pessoas tenham o direito de estudar numa universidade, que tenham um emprego descente. Que as pessoas tenham direito a ir ao teatro, ao cinema, com direito ao lazer no bairro e na comunidade onde moram. Estou mais exigente. Quero que as pessoas viagem mais de avião para os seus estados”.
Emocionado, Lula afirmou que deixou o interior de Pernambuco há 70 anos por causa da fome. “Nós acabamos com a fome e eles trouxeram a fome de volta. E nós vamos acabar com a fome outra vez. Vamos gerar emprego outra vez, aumentar o salário mínimo outra vez. Melhorar o piso dos professores. Garantir que as pessoas sejam tratadas com respeito. Não é possível que o pobre avance e recue.”
Por outro lado, criticou as propostas eleitoreiras de Bolsonaro, voltando a classificar o auxílio Brasil de R$ 600 somente até as eleições de “vale-picolé”. “Nós não somos gado, nem nenhum animal quadrúpede que ele fica querendo oferecer ração para a gente comer. Eles tem que saber que o último erro que a sociedade brasileira cometeu foi deixar de votar no Haddad para votar num cidadão como esse. E a gente vai se redimir dando uma lição de moral nesse país. Esse país tem voltar a crescer, gerar emprego, melhorar a qualidade da educação, para que as nossas crianças, adolescentes e adultos possam estudar”.
Vai mudar
O pré-candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin, citou o ex-deputado Ulisses Guimarães, que dá nome ao centro de convenções que recebeu o ato “Vamos Juntos pelo DF e pelo Brasil”. “Doutor Ulisses dizia que ‘a Nação quer mudar, a Nação deve mudar’. E a nação vai mudar. Vai mudar com Lula”.
“Quando uma pessoa invade uma festa de aniversário e mata outro por intolerância política, quando com drone jogam veneno sobre o povo, quando atiram bomba contra a multidão, o Brasil precisa mudar. Não é possível esse estado de coisas. Não à ditadura, não ao ódio. Sim à paz e amor”, completou Alckmin.
O ex-governador voltou a dizer que Bolsonaro levanta suspeita contra as urnas eletrônicas porque não confia no voto do povo brasileiro, que negará a continuidade de seu governo . “Em vez de desemprego, fome, desalento – com Lula foram 20 milhões de empregos –, valorização do salário mínimo, educação de qualidade, saúde, preservação do meio ambiente e democracia”, resumiu.
Choque de democracia
Em sua participação, o deputado distrital Leandro Grass (PV-DF), pré-candidato ao governo do Distrito Federal também afirmou que o Brasil não é o país da intolerância. Ele chamou o atual governador, Ibaneis Rocha (MDB) de “Inganeis”, e prometeu um “choque de democracia” e de gestão na região. “Infelizmente hoje, no DF, a cada dez pessoas, uma não come, porque não tem dinheiro para comprar comida.(…) Não podemos ter nem no Palácio da República e nem no Palácio do Buriti pessoas que não gostam de gente”.
Rosilene Corrêa (PT-DF), pré-candidata ao Senado, destacou que, na região, milhares de casas foram entregues pelo programa Minha Casa Minha Vida durante as gestões petistas. Também afirmou que 53 creches públicas foram construídas com o apoio do governo federal naquele período. E que antes de 2003 havia apenas uma. “Nós geramos empregos, também fizemos obras. E não causando fome, como estamos assistindo hoje”.
Anteriormente, durante a abertura do ato, a presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann pediu um minuto de silêncio em homenagem a Marcelo Arruda e a outras vítimas da violência política, como a vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e mestre Moa do Katendê. “Eles lutavam pelo amor ao Brasil e pela esperança do povo brasileiro. E é por isso que estamos aqui, com coragem para seguir em frente. Ninguém vai colocar medo em nós. Não vamos abaixar a cabeça e nos dobrar ao ódio”, afirmou.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos coordenadores da pré-campanha de Lula, também rebateu as críticas à “polarização”. Não há polarização quando um lado é a democracia, e histórias como a de Lula e de Alckmin, forjadas na disputa democrática. E o outro lado cultua a memória de um torturador, chamado (Carlos) Alberto Ustra“.