Continúan desaparecidos periodista inglés y activista indigenista en la selva amazónica
Brasil: un corresponsal inglés y un indigenista están desaparecidos en la selva amazónica
Un corresponsal inglés colaborador del diario The Guardian y un indigenista desaparecieron en el extremo oeste de la selva amazónica brasileña hace más de 35 horas, en una región donde se habían registrado amenazas a los defensores de los pueblos indígenas por parte de las mafias madereras y de la minería ilegal.
Se trata del periodista Dom Philips, quien se encuentra realizando una investigación sobre la preservación de la selva y el indigenista Bruno Araújo Pereira, funcionario con licencia de la Fundación Nacional del Indio (Funai), órgano del Poder Ejecutivo encargado de la protección de los pueblos originarios.
La denuncia fue realizada por la Unión de los Pueblos Indígenas del Vale do Javarí (Unijava) y fueron activados los investigadores de la Policía Federal y el Ministerio Público del estado de Amazonas.
Araújo era blanco de constantes amenazas por el trabajo que realizaba para la preservación de los pueblos indígenas ante el avance de las mafias de la minería y el agronegocio en el Vale do Javarí, la región que concentra la mayor concentración de pueblos indígenas aislados del mundo.
Araújo es un gran conocedor del lugar así como los líderes indígenas que hace más de 24 horas están emprendiendo la búsqueda de ambos.
La región es conocida por las invasiones a las tierras indígenas por parte de las mafias, informó el diario O Globo.
Jornalista inglês Dom Philips e indigenista Bruno Pereira desaparecem no Amazonas
Por Felupe Betim
O jornalista inglês Dom Philips, colaborador do The Guardian, e o indigenista Bruno Araújo Pereira, servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), estão há mais de 24 horas desaparecidos no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte, no estado do Amazonas. A região abrange a Terra Indígena do Vale do Javari, habitada por diferentes povos nativos isolados.
O alerta foi dado nesta segunda-feira (6/6) pela União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja) e pelo Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (Opi). Foram acionados a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Exército, entre outras autoridades, mas ainda não há detalhes das investigações.
Em nota, as organizações alertam para o fato de que, na semana do desaparecimento, Bruno e sua equipe haviam recebido ameaças, sem detalhar de quem eram. Tido como um dos mais experientes servidores da Funai, ele foi por anos o coordenador regional da entidade em Atalaia do Norte por anos e alvo constante de ameaças por parte de invasores — pescadores, garimpeiros e madeireiros — pelo trabalho que realiza junto aos indígenas. A preocupação maior é que ambos tenham sido capturados por grupos criminosos durante o deslocamento.
De acordo com a nota divulgada pelas organizações, Dom e Bruno se deslocavam “com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima a localidade chamada Lago do Jaburu, para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas”. Os dois chegaram na localidade no dia 3. No dia 5, os dois retornaram logo cedo para a Atalaia do Norte, mas antes pararam na comunidade São Rafael, visita previamente agendada, para que Bruno fizesse uma reunião com o líder comunitário apelidado de “Churrasco”, com o objetivo de consolidar trabalhos conjuntos entre ribeirinhos e indígenas na vigilância do território bastante afetada pelas intensas invasões.
Ainda segundo os grupos, eles chegaram em São Rafael por volta das 6h e conversaram com a esposa do “Churrasco”, que não estava na comunidade, e depois partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas. Assim, deveriam ter chegado entre 8h e 9h da manhã na cidade, o que não ocorreu.
Uma equipe de busca da própria Univaja formada por indígenas saiu por volta de 14h de domingo para buscar os desaparecidos, cobrindo o mesmo trecho que ambos teriam percorrido, incluindo os “furos” do rio Itaquaí. Pouco depois, às 16h, outra equipe de busca saiu de Tabatinga, em uma embarcação maior, retornando ao mesmo local. “A última informação de avistamento deles é da comunidade São Gabriel — que fica abaixo da São Rafael — com relatos de que avistaram o barco passando em direção a Atalaia do Norte”, informa a nota.
As entidades ainda ressaltam que Dom e Bruno viajavam com uma embarcação nova, 40 HP, 70 litros de gasolina, o suficiente para a viagem e 07 tambores vazios de combustível.
Além da delegacia da PF em Tabatinga (AM), que já fez as primeiras diligências, e das equipes Univaja, a Funai também realiza buscas desde a manhã desta segunda-feira com três servidores e dois agentes da Força Nacional. A fundação ressalta que Bruno não estava em missão oficial e que se encontra licenciado de seu cargo.
Além disso, o Ministério Público Federal afirmou ter instaurado um procedimento administrativo para apurar o desaparecimento. Em nota, afirmou ainda ter acionado a Polícia Civil, a Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari e a Marinha, que “confirmou ao MPF que conduzirá as atividades de busca na região, por meio do Comando de Operações Navais”.
A Human Rights Watch também divulgou uma nota expressando sua preocupação. “É extremamente importante que as autoridades brasileiras dediquem todos os recursos disponíveis e necessários para a realização imediata das buscas, a fim de garantir, o quanto antes, a segurança dos dois”.
Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) informou ter enviado ofícios às autoridades se juntando aos pedidos de prioridade na elucidação do caso e no resgate do jornalista e do indigenista desaparecidos.