Nuevo récord: más de 545 mil candidatos se inscribieron para las elecciones municipales
Brasil: Em novo recorde, eleições municipais têm mais de 545 mil candidatos
Por Karine Melo
O número exato de candidatos que vão disputar vagas de prefeito, vice-prefeito e vereador ainda nem foi fechado pela Justiça Eleitoral, mas já é o a maior desde 2000, quando a votação no país foi 100% eletrônica pela primeira vez. Até as 15h desta segunda-feira (28), o portal lançado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com essas informações, já registrava 545.036 solicitações. O recorde anterior havia sido em 2016, com 496.887 candidatos.
No último sábado (26), terminou o prazo para que partidos políticos e coligações solicitassem à Justiça Eleitoral os registros. Somente interessados em ocupar uma cadeira em uma das Câmaras Municipais do país somam 507.727 inscritos. Na pesquisa por candidatos a comandar prefeituras dos 5.570 municípios são mais 19,1 mil interessados.
Coligações
O fim das coligações para as eleições proporcionais, aprovado pelo Congresso Nacional em 2017, que será aplicada pela primeira vez nas eleições deste ano, é a responsável pelo aumento. A mudança na regra fez com que um candidato que queira disputar como vereador, só possa participar do pleito na chapa única do partido ao qual ele é filiado. Antes, uma chapa tinha candidatos de partidos distintos.
Para aumentar as chances de voto e conseguir cadeiras nas Câmaras Municipais, as legendas estão lançando mais candidatos. É que em uma eleição proporcional, como é para vereador, as vagas são do partido e não do candidato. Na prática, ao votar para em um nome para esse cargo, o eleitor na verdade está escolhendo um integrante daquela legenda. O cálculo de quem vai ocupar a cadeira é feito em cima do quociente eleitoral. Com base nesse cálculo é que cada partido saberá quantos votos serão necessários para conquistar uma vaga.
Data
Por causa da pandemia do novo coronavírus, o calendário eleitoral foi alterado por uma emenda constitucional aprovada pelo Congresso. O primeiro turno foi marcado para o dia15 de novembro. Nos municípios que levarem a disputa às prefeituras para o segundo turno, o pleito será em 29 de novembro. A data da posse dos eleitos continua a mesma, 1º de janeiro.
A cada 15 candidaturas à prefeitura das capitais brasileiras, apenas 1 é mulher negra
Por Igor Carvalho
Apenas 20 mulheres negras disputarão as prefeituras das 26 capitais brasileiras em 2020. Em relação ao número total de candidatos (317) são 6,3%. Comparado com o número de candidaturas de negros (107), elas representam apenas 18,6%.
Para a escritora e jornalista Bianca Santana, os números são “terríveis” e evidenciam “a posição que as mulheres negras ocupam dentro dos partidos”.
“É uma reafirmação do racismo e do sexismo dessa política institucional branca e heteropatriarcal termos pouco mais de 6% de mulheres negras candidatas a prefeitas das capitais, quando somos cerca de 25% da população», afirma.
Cinco partidos de esquerda concentram 55% das candidaturas de mulheres negras nas capitais, são eles: PSOL (4), PSTU (3), PT (2), PCdoB (1) e UP (1). Outros nove partidos terão uma representante em cada: Cidadania, Democracia Cristã, PMB, Podemos, PROS, PSC, PSDB, PSL e PV.
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Portanto, dos 33 partidos do país, 19 não terão candidaturas de mulheres negras nas capitais brasileiras. Santana ressalta que, mesmo em 2020, ter candidatas negras a vereadora, com pouco apoio efetivo, «é o máximo do antirracismo dos partidos brasileiros».
Em 12 capitais brasileiras, quase metade do país, não haverá candidatura de mulheres negras. Rio Branco (AC), Manaus (AM), Fortaleza (CE), São Luís (MA), Campo Grande (MS), Belém (PA), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Porto Velho (RO) e Boa Vista (RR).
A capital que concentra o maior número de mulheres negras concorrendo à prefeitura é o Rio de Janeiro (RJ) com as candidaturas de Benedita Silva (PT), Renata Souza (PSOL) e Suêd Haidar (PMN).
Para Bianca Santana, as candidaturas de Áurea Carolina (PSOL-Belo Horizonte), Olívia Santana (PCdoB – Bahia) e Renata Souza (PSOL – Rio de Janeiro), comprometidas com a luta feminista e antirracista, «permitem ter esperança», mas ressalta que «os 6% escancaram como o caminho é longo”.