Brasil: centrales sindicales y movimientos presentan pedido de impeachment contra Bolsonaro por “despreciar la gravedad de la pandemia”
Centrais sindicais entregam ao Congresso pedido de impeachment de Bolsonaro
A CUT e demais centrais sindicais, além de representantes dos movimentos sociais vão protocolar, na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (14), o pedido de impeachment de Jair Bolsonaro. As entidades pretendem entregar o pedido, pessoalmente, ao presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O pedido é assinando por mais de 40 entidades, que listam os diversos crimes de responsabilidade cometidos desde o início da gestão Bolsonaro que, segundo as organizações, têm ocasionado graves violações aos direitos humanos e ameaçam as vidas de milhões de brasileiros.
«O comportamento e as ações de Bolsonaro, que desprezou a gravidade da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), ignorou recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter a disseminação da doença, como usar máscaras e cumprir o isolamento social, é responsável pelo agravamento das crises econômica e sanitária que o Brasil enfrenta hoje», afirma Sérgio Nobre, presidente da CUT.
“Logo nós vamos bater a marca dos cem mil mortos por Covid-19, mortes que poderiam ter sido evitadas, não fosse a irresponsabilidade dele e de seus ministros”, reforça Sérgio Nobre, que critica especialmente o ministro da Economia, Paulo Guedes, cuja agenda é focada na retirada de direitos da classe trabalhadora.
Brasil perto de 2 milhões de casos de covid-19. OMS lamenta fim do isolamento: ‘Direção errada’
O Brasil tem oficialmente 72.833 mortos pela covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Nas últimas 24 horas, foram registradas 733 novas vítimas e 20.286 doentes, de acordo com o Comitê Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Desde março, 1.884.967 pessoas foram diagnosticadas com a doença.
Existem dois fatores a serem considerados nos dados desta segunda-feira (13). Primeiro, nos fins de semana, menos profissionais da Saúde e de estatística trabalham, o que provoca um represamento dos dados, Por isso, os números são mais baixos que a média diária a partir das terças-feiras.
O segundo ponto é a franca subnotificação dos números da covid-19 no Brasil. Epidemiologistas alertam que o país é um dos que menos realiza testes no mundo em relação ao número de habitantes. O problema é mais incidente no interior e em regiões mais afastadas dos grandes centros, por falta de estrutura de medicina diagnóstica.
Atualmente a pandemia do novo coronavírus segue um caminho de interiorização, após um primeiro momento de grande impacto nas capitais. Estudos, porém, já indicam tendência de refluxo da pandemia de volta às capitais, uma vez que o colapso das redes de atendimento no interior levam obrigatoriamente à busca pelos centros maiores.
Essa tendência, aliada à falta de estrutura em locais mais distantes da capitais, aumenta a subnotificação, tanto de casos como de mortes. Isso fica demonstrado no aumento de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) sem causa detectada. O coronavírus pode provocar a síndrome. Em Minas Gerais, por exemplo, o número da enfermidade sem razão oficial aumentou mais de 650% neste ano em relação ao ano anterior.
Sem isolamento
Embora muitos estados e cidades do Brasil estejam afrouxando as fracas medidas de isolamento social que foram impostas nos últimos meses, tais medidas são precoces, defendem especialistas. Há quem diga que a tragédia está naturalizada, já que não houve redução nas mortes no Brasil. Foi observada uma estabilidade nas mortes, mas os casos seguem aumentando exponencialmente.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lamenta a postura de países que seguem o caminho inverso ao indicado pelos especialistas. O isolamento social ainda é indicado. “Deixe-me ser direto. Muitos países estão na direção errada”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom. Ele chegou a chorar na semana passada ao lamentar a falta de união no combate ao vírus.
“O vírus permanece como inimigo público número um, mas a ação de muitas pessoas e governos não reflete isso”, seguiu. Adhanom analisa que as medidas de relaxamento precoce podem agravar o quadro. “Se as medidas básicas não forem seguidas, a única direção que essa pandemia pode seguir é piorar, piorar e piorar. Não tem atalhos nessa pandemia. Todos nós esperamos uma vacina, mas precisamos usar as ferramentas que temos”, completou.
Com COVID-19, Bolsonaro conta como se sente e volta a falar sobre cloroquina
Diagnosticado com COVID-19 no dia 7 de julho, o presidente Jair Bolsonaro contou como tem se sentido nos últimos dias. Bolsonaro disse que teve febre em apenas uma ocasião e que, após tomar hidroxicloroquina, passou a se sentir melhor.
“Estou muito bem. Tive um pequeno problema na segunda-feira, com temperatura de 38 graus, um pouco de febre e mal estar, canseira e um pouco de dor no fundo dos olhos. Fui medicado às 17h. Tomei hidroxicloroquina, devidamente prescrita pelo médico. No dia seguinte já estava bom, como estou até hoje”, disse o presidente em entrevista à CNN Brasil nesta segunda-feira.
Apesar da ‘campanha’ feita por Bolsonaro a favor da cloroquina e da ampliação de seu uso pelo Ministério da Saúde, inclusive para casos leves de COVID-19, não há comprovação científica de que o medicamento tenha efeito no combate à doença causada pelo coronavírus. Além disso, a cloroquina e a hidroxicloroquina podem causar efeitos colaterais graves como distúrbios de visão, irritação gastrointestinal, alterações cardiovasculares e neurológicas, cefaleia, fadiga, nervosismo, prurido, queda de cabelo e exantema cutâneo.
Alimentação normal
Bolsonaro disse ainda que tem se alimentado normalmente e que não teve perda de paladar. Segundo ele, gostaria até de fazer uma caminhada, se fosse possível.
“Não senti perda de paladar. Tenho almoçado e jantado sem problemas. Estava preocupado com isso, porque o pessoal diz que é um dos sintomas mais importantes, mas eu não perdi o paladar. Estou sem problemas. Gostaria até de dar uma caminhada aqui, mas a recomendação é não fazer”, afirmou.
Isolamento parcial
O presidente está despachando do Palácio da Alvorada e afirmou que as pessoas que tem contato com ele já teriam anticorpos, por já terem tido diagnóstico de COVID-19 anteriormente.
“Raramente alguém vem despachar comigo. Quem está do meu lado aqui, pelo que ei tenho conhecimento, todos já tiveram COVID, então já têm anticorpos, apesar dos cuidados que tem, máscaras e distancia social. Esta tudo muito bem conduzido para que eu não transmita para ninguém. Sigo os protocolos e aguardo o dia de voltar à minha atividade normal”, declarou.
Novos exames
Bolsonaro deve se submeter a um exame de PCR nesta terça-feira para avaliar se está livre do vírus e se já poderá retornar à sua rotina normal de atividades.
“De manhã a gente faz um controle diário. Estou com febre sempre abaixo de 37 graus, saturação na média 98, sangue tem dado normal também. Estou alternando agora a coleta de sangue. Amanha está previsto um novo exame. Se estiver tudo bem, eu volto ao trabalho. Caso contrário, espero mais alguns dias.
ONU: Insegurança alimentar no Brasil cresce em 3 anos e atinge 43,1 milhões em 2019
Em apenas 3 anos, a porcentagem da população brasileira afetada pela insegurança alimentar moderada e aguda aumentou 13%. Em 2016, o número de pessoas que ingeriam menos calorias do que o necessário para uma vida saudável era de 37,5 milhões no Brasil, e saltou para 43,1 milhões em 2019.
Os dados foram apresentados nesta segunda-feira (13) pelo relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2020″ (State of Food Security and Nutrition – SOFI). O documento foi lançado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Programa Mundial de Alimentos (WFP) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo o mais completo estudo global sobre o tema.
Segundo o relatório, cerca de 750 milhões, ou quase uma em cada dez pessoas no mundo, foram expostas a níveis graves de insegurança alimentar no ano passado. Já a insegurança alimentar moderada – que ocorre quando as pessoas são forçadas a reduzir a quantidade ou a qualidade dos alimentos – afetou dois bilhões de pessoas no mesmo período.
O levantamento destaca ainda que cerca de 8,9% da população mundial, o equivalente a 690 milhões de pessoas, foi afetada pela fome em 2019. Houve um aumento de 10 milhões de pessoas nessa condição em nível global em apenas um ano.
Somente na região da América Latina e Caribe, mais de 47 milhões foram atingidas pela fome ano passado. É também na mesma região que a insegurança alimentar aumenta rapidamente, crescendo de 22,9% em 2014 para 31,7% em 2019.
Anualmente, o documento faz um rastreamento do desempenho e trajetória dos países para alcançar a erradicação da fome global, uma das metas sustentáveis da Objetivos Sustentáveis da ONU para 2030.
Comida de verdade
O grande destaque do relatório neste ano é um alerta não só sobre a quantidade de comida ingerida mas também sobre a qualidade. Atualmente, uma dieta saudável, variada e com os nutrientes necessários é uma realidade inalcançável para 38% da população mundial, aproximadamente três bilhões de habitantes. Cerca de 104,2 milhões dessas pessoas vivem na América Latina e Caribe.
A constatação é clara: As dietas saudáveis são inacessíveis para os mais pobres. Os órgãos internacionais apontam que os alimentos saudáveis são, em média, cinco vezes mais caros do que alimentos industrializados.
Na América Latina, o custo diário é de US$ 3,98 por pessoa, superior ao valor que uma pessoa abaixo da linha da pobreza poderia gastar – US$ 1,90 por dia.
A verba necessária para arcar com uma dieta saudável também excede a despesa alimentar média na maioria dos países do chamado Sul Global. Aproximadamente 57% da população na África Subsaariana e no Sul da Ásia não têm acesso a alimentos adequados.
O documento ressalta ainda que as crianças são grandes afetadas pelo grave cenário da ausência de alimentação e oferta em má qualidade. Em 2019, 144 milhões de crianças abaixo de 5 anos foram atingidas pelo crescimento atrofiado, enquanto outras 38,3 milhões estavam com excesso de peso.