Brasil: al menos siete mil indígenas contagiados y más de 300 fallecidos

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Brasil: 7.000 indígenas han sido contagiados por coronavirus

Líderes indígenas brasileños advirtieron que alrededor de 7.000 nativos han resultado contagiados de la Covid-19 en las comunidades y que las víctimas mortales superan las 300 personas.

La cifra denunciada por los representantes indígenas son superiores a los datos oficiales presentados por la Secretaría Especial de Salud Indígena (Sesai), la entidad del Ministerio de Salud brasileño encargada de monitorear estos casos.

De acuerdo a los indígenas la mayoría de las comunidades indígenas afectadas por el coronavirus se encuentra en la región de la Amazonía brasileña.

Medios locales alertan sobre la rápida propagación del virus entre los pueblos. Hace un mes ya daban cuenta de que la enfermedad afectaba a 44 etnias.

Según el cacique del pueblo Huni Kuin las comunas indígenas que se encuentran asentadas en el estado de Acre «están directamente afectadas por el coronavirus». Afirma que en siete de los poblados se ha detectado a personas que presentan síntomas de la enfermedad y ya se han producido varios fallecimientos.

Debido a la poca presencia del Estado en estas localidades, los pueblos originarios sienten la preocupación de tener que enfrentar un «nuevo genocidio».

Los nativos denuncian que las políticas del presidente Jair Bolsonaro y afirman que el mandatario busca aprovecharse de la situación de la pandemia para ocupar sus territorios ancestrales.

El cacique del pueblo Huni Kuin asegura que desde el inicio de su mandato, Bolsonaro «ha tratado de vulnerar los derechos de los pueblos indígenas».

«Quería empujar a las élites del país a apoderarse de los territorios de los indígenas para desarrollar en nuestros pueblos las industrias minera y petrolera, y construir represas para generar electricidad», afirmó.

En este contexto, el cacique del pueblo Huni Kuin denuncia que el Estado no ha prestado la asistencia para combatir el brote. «No contamos con una ayuda de calidad ni adecuada que tenga en cuenta las particularidades culturales y geográficas de nuestra comunidad», explicó.

teleSUR


Covid-19 avança sobre o Xingu

á são ao menos 9 óbitos confirmados por Covid-19 entre indígenas na bacia do Xingu. Matariwa Yawalapiti morreu na noite de quarta feira (24), em Cuiabá (MT), após ter recebido atendimento em Canarana, onde morava, e em Água Boa, município referência para o atendimento de casos de média complexidade na região. Irmão do cacique Aritana e do falecido Pirakumã Yawalapiti, Matariwa é o segundo óbito indígena do Território Indígena do Xingu (TIX). No dia 13 de junho, um bebê do povo Kalapalo faleceu por «síndrome respiratória aguda e Covid-19».

O TIX tem 24 casos de Covid-19 confirmados pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Xingu em seis aldeias. Há ainda dois casos em Canarana.

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As outras sete mortes concentram-se nas Terras Indígenas (TI) Kayapó e Las Casas, no Pará. Segundo o último boletim do Dsei, divulgado no dia 19/06, são 206 casos de Covid-19, quase o dobro do computado dez dias antes, quando o órgão informou duas mortes e 105 casos. Até o fechamento da reportagem não houve atualização oficial dos dados do Dsei.

«Pelas informações não oficiais que temos monitorado, tudo indica que os casos estão aumentando. Infelizmente estamos vendo a doença se espalhar de forma rápida pelas principais sub bacias hidrográficas do Xingu, com casos confirmados em áreas remotas no Iriri e Riozinho», ressalta Adriano Jerozolimski, coordenador executivo da Associação Floresta Protegida, organização que representa trinta comunidades Kayapó.

A Terra Indígena Menkragnoti, também no Pará, registrou os primeiros casos de Covid-19 na última semana. Um indígena foi removido da aldeia Kubenkokre para Novo Progresso, ele não precisou ser internado e recebeu tratamento na Casai. Poucos dias depois sua esposa também testou positivo. Ambos passam bem.

Na região da Terra do Meio são 95 casos confirmados e nenhuma morte até o momento: 57 na TI Cachoeira Seca, três na TI Trincheira Bacajá, 10 na TI Juruna do Km 17, dois na TI Arara, 13 na TI Kuruaya, um na TI Paquiçamba e nove na TI Xipaya. As informações, no entanto, datam do dia 17/06. O Dsei Altamira não atualizou os dados até o momento.

Com o objetivo de alertar os indígenas, em especial a população mais jovem, sobre os perigos da doença, a Associação Terra Indígena Xingu (Atix) e Rede Xingu + produziram vídeos com as lideranças mais velhas do TIX sobre as epidemias que viveram no tempo do contato com os não indígenas.

Melobo Ikpeng, grande liderança de seu povo, relembra como antes do contato, em 1960, sofreu com as epidemias de sarampo e gripe: “Por que vocês fizeram contato com a gente? Isso aconteceu porque a gente tinha adquirido uma doença contagiosa (…) isso quase acabou com a nossa população. O contágio se deu por não indígenas que a gente não conhecia”.

Münain Katupalá Mehinako também gravou um vídeo relembrando como o sarampo entrou nas aldeias em 1960: «A doença nem faz barulho: é invisível! (…) Eu nem sei quem me passou o sarampo, só sei que o sarampo entrou dentro de mim. E pode acontecer o mesmo com a Covid-19. Essa doença não avisa que está chegando, por isso estou tão preocupado com a gente!”

O cerco se fecha sobre o Xingu

A pandemia avança nos municípios vizinhos de Áreas Protegidas, pressionando as TIs e Unidades de Conservação do Xingu. Em apenas uma semana, entre os dias 18 e 25 de junho, o número de mortes nas 53 cidades que incidem sobre a bacia foi de 232 para 290 óbitos. Já os casos foram de 10,5 mil para 13,9 mil no mesmo período.

Em Canarana, cidade vizinha ao TIX, são 82 casos e duas mortes. Querência, também vizinha, computa 172 casos e cinco mortes. Já em Guarantã do Norte, cidade referência para a TI Panará, são 133 casos e duas morte. Em apenas uma semana, os casos em Ourilândia do Norte, município próximo à TI Kayapó, subiram de 855 para 1059.

Na tarde de ontem (25) a Secretaria Estadual de Saúde do Pará (Sespa) confirmou 4,8 mil óbitos e 96,4 mil casos do novo coronavírus no estado. No Mato Grosso são 476 mortes e 12,6 mil casos, segundo informativo da Secretaria Estadual de Saúde divulgado no mesmo dia.

A região de Altamira, município referência para onze Terras Indígenas, sete Unidades de Conservação e nove municípios da região, já contabiliza 127 mortes, 4.444 casos confirmados, e o único hospital que atende casos de média e alta complexidade está com as UTIs lotadas. Segundo boletim divulgado pela Sespa já são 52 pessoas internadas.

Instituto Socioambiental


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