Protesta en Amazonas a favor de la democracia contra Jair Bolsonaro y el racismo
Manifestantes ‘tomam’ avenida Djalma Batista em protesto a favor da Democracia
Manifestação acontece de forma pacífica e segue em direção à Arena da Amazônia, com palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro e contra o racismo.
O sol da tarde desta terça-feira (2) acompanhou os manifestantes que foram às ruas a favor da democracia e contra o fascismo, no ato que percorre a avenida Djalma Batista, na Zona Centro-Sul de Manaus. O protesto, organizado pelas redes sociais, saiu por volta das 14h e marcha em direção à Arena da Amazônia, de maneira pacífica.
As equipes de organizadores proferiram palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, a favor da preservação da Amazônia e contra o racismo. Em voz alta, também foram ditas as regras de segurança que deveriam ser mantidas ao longo do percurso.
Em Manaus, protesto pacífico antirracismo e pró-democracia toma Djalma Batista#amazonasantifacista #VidasPretasImportam pic.twitter.com/2j28E9mRle
— Portal do Holanda (@portaldoholanda) June 2, 2020
Entre elas, as recomendações de distanciamento entre os manifestantes, que deveria ser de 1,5m, além do pedido para que não fossem respondidos os posicionamentos contra a manifestação que vinham dos carros em forma de buzina e gritos.
O estudante universitário Abraão Leite, segurava uma placa pedindo a saída do presidente da República e disse que decidiu participar do manifesto por sentir-se insatisfeito com os movimentos antidemocráticos que segundo ele mascaram uma política que oprime as minorias.»Eu acredito que é fazendo esse tipo de movimento que nós iremos fazer a diferença», afirmou o estudante.
Questionada sobre a manifestação ocorrerem em meio à pandemia da Covid-19, uma das organizadoras do evento, Shirley Abreu, esclareceu que foram disponizados álcool em gel e máscaras para os participantes da passeata, que apesar de ser apartidária, defende a saída do presidente Jair Bolsonaro do poder.
«Que fique claro, nós somos a favor do distanciamento social, mas não tem.como na situação que o país está vivendo a gente, hoje, ser contra isso [o protesto], quando há desmandos e um governo que pede a volta da ditadura [militar]», ressaltou a Shirley.
No início, o ato também contou com uma intervenção artística, na qual os manifestantes deitaram no chão formando uma cruz para lembrar a morte da ex-vereadora Marielle Franco, do cacique Francisco Souza, dos jovens Douglas Rodrigues e João Pedro (mortos em maio deste ano durante operações policiais nas favelas do Rio de Janeiro) e de George Floyd (homem negro morto asfixiado por um policial branco nos Estados Unidos).
Manaus levantando a voz!!! @MidiaNINJA @jnascim @delucca #BlackLivesMatter#AmazonasPelaDemocracia pic.twitter.com/wQkgkLhH2O
— Li | ?️ Free Britney ? (@LigiaSpears) June 2, 2020
O movimento pró-democracia é uma continuidade dos levantes populares do último domingo (31), que ocorreram na avenida Paulista, na cidade de São Paulo, feitos por torcidas organizadas de times de futebol.
O levante iniciou em resposta a um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, nomeado de ‘300 do Brasil’, que marcharam em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, com tochas que lembravam o grupo extremista Ku Klux Klan, que prega o ódio à população negra.
No Brasil, os ‘300’ pediam o fechamento do Congresso Nacional e do STF e um nov Ato Institucional 5, medida mais dura adotada pela Ditadura Militar brasileira.
Em defesa da democracia, manifestantes gritam contra o discurso de ódio em Manaus
Com gritos de “fora Bolsonaro”, “Bolsonaro é miliciano” e “parem de nos matar”, manifestantes ocuparam a Avenida Djalma Batista, zona centro-sul de Manaus, no início da tarde desta terça-feira, 2, na manifestação ‘Amazonas Pela Democracia’. O protesto faz parte de um conjunto de atos contra o racismo e ataques à democracia que ganharam força nos últimos dias com protestos em outros estados como São Paulo, Rio e Minas Gerais.
Na caminhada, os participantes, vestidos de preto, exibiram cartazes com mensagens condenando atos de racismo, discriminação e a violência contra pessoas negras. “Vidas Negras Importam” era uma das frases, que ganhou repercussão internacional com as manifestações nos EUA, após a morte de George Floyd por um policial branco.
Citaram como exemplos nas faixas nomes de brasileiros como o de João Pedro Matos Pinto, 14, morto a tiros durante uma operação policial enquanto brincava com os primos em casa no final do mês passado, e o da ex-vereadora Marielle Franco, morta a tiros dentro de um carro em 2018, ambos os casos no Rio de Janeiro.
Outras pautas também foram abordadas como o combate ao feminicídio e a perseguição aos integrantes do movimento LGBT. Durante a passeata, integrantes do movimento organizavam os participantes para que mantivessem o distanciamento e utilizassem máscaras de proteção contra a Covid-19.
Em alguns momentos, um grupo de pessoas se deitava no asfalto com cartazes e blusas brancas manchadas de vermelho simbolizando a morte de minorias no país.
A maioria dos participantes é de jovens que se organizaram através das redes sociais e reúne diferentes grupos de pensamento, disse Mateus Castro, 20, estudante de Administração e um dos organizadores da manifestação.
“O movimento ‘Amazonas Pela Democracia’ surgiu de uma insatisfação popular muito grande para com o governo do presidente Jair Messias Bolsonaro. Surgimos nas redes sociais, somos uma iniciativa totalmente orgânica. Muitos nos questionam sobre a participações partidárias, acredito eu que tenham sim pessoas com alguma filiação partidária, porém não são maioria. A grande maioria é da sociedade civil que se revolta contra os ataques que a nossa democracia vem sofrendo”, afirma.
A caminhada foi acompanhada por policiais e agentes de trânsito. O movimento seguiu pacífico, com pequenos tumultos provocados por motoristas que paravam buzinando em apoio ou xingando os manifestantes.
Nesta segunda-feira, 1º, ameaças foram trocadas entre o delegado João Tayah e o capitão da PM Paulo Cheik que afirmaram que iriam usar ‘balas de borracha’ e ‘balas .40’ um contra o outro no protesto. Em nota, a SSP-AM informou que a Corregedoria Geral do Sistema de Segurança, assim como o Comando da Polícia Militar e a Delegacia Geral da Polícia Civil, foram comunicados para a adoção das providências cabíveis.
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