Moro afirma que Bolsonaro quería incentivar una «rebelión armada» contra la cuarentena
Moro denuncia que Bolsonaro quería promover rebelión armada en Brasil
El exministro de Justicia y Seguridad Pública, el exjuez Sérgio Moro, denunció ayer que el presidente Jair Bolsonaro pretendía facilitar armas para rebeliones violentas contra alcaldes y gobernadores, dando lugar a una guerra civil en Brasil.
‘En cuanto a las políticas de flexibilización de la tenencia y porte de armas, se trata de medidas que pueden ser legítimamente discutidas, pero no se puede pretender, como deseaba el presidente, que se utilicen para promover una especie de rebelión armada contra las medidas sanitarias impuestas por gobernadores y alcaldes’, escribió Moro en la red social Twitter.
Precisó en un comunicado que ‘ni tampoco se recomienda que los mecanismos de control y rastreo del uso de estas armas y municiones sean simplemente revocados, pues existe el riesgo de desvío de armas destinadas a la protección de los ciudadanos comunes en beneficio de los delincuentes’.
Además de indicar la protección de las milicias, el exmagistrado de la operación Lava Jato Moro también aseveró que ‘la simple revocación de estos mecanismos de control no es una medida responsable’.
Durante una explosiva reunión ministerial el 22 de abril, Bolsonaro pidió armar a la población para evitar que pueda instaurarse una dictadura en Brasil, hecho que, según su criterio, sería posible teniendo en cuenta las acciones gobernadores y alcaldes durante la pandemia de Covid-19.
El exmilitar mantiene airadas desavenencias con las autoridades de los estados por su rechazo al aislamiento social, principal medida para contener el avance de la Covid-19, como recomendó la Organización Mundial de la Salud.
Bolsonaro minimiza el virus, al que comparó con un resfriado o gripecita, y aboga por el retorno del empleo y las actividades comerciales.
El 24 de abril Moro se apartó del gobierno al alegar injerencia política de Bolsonaro en la Policía Federal (PF) y condicionar su salida con la destitución del delegado Mauricio Valeixco en la jefatura del poderoso órgano de investigación, como realmente sucedió.
Ante tales acusaciones, el Supremo Tribunal Federal (STF) expidió un informe sobre la intromisión del mandatario ultraderechista y la PF pidió, como respuesta, una prórroga de 30 días para concluir las indagaciones sobre el caso.
Por esa demanda, el juez Celso de Mello, decano del STF, pidió al fiscal general Augusto Aras que se encargara de decidir si, al final de la pesquisa, denunciar a Bolsonaro o cerrar la causa.
Se espera que el excapitán del Ejército sea interrogado por escrito o de forma presencial al final de la investigación.
Moro diz que Bolsonaro queria promover ‘rebelião armada’ contra isolamento
O ex-ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro desejava o armamento “para promover espécie de rebelião armada” contra medidas de isolamento social. A declaração foi feita em uma nota divulgada via Twitter nesta 2ª feira (1º.jun.2020).
Bolsonaro afirmou nesta manhã que Moro, enquanto ministro, dificultava “a posse e porte de arma de fogo para pessoas de bem”.
Assista na íntegra (9min52s). O presidente comenta o tema aos 6min30s do vídeo:
O presidente também comentou a revogação de portaria que orientava a prisão de civis que descumprissem medidas sobre isolamento social:
“Por isso que naquela reunião secreta o Moro, de forma covarde, ficou calado. Ele queria uma portaria que multasse quem estivesse na rua. Ele era perfeitamente alinhado a uma ideologia que não era a nossa”.
ENTENDA O CASO
O presidente disse em 22 de abril “que povo armado jamais será escravizado”. Na ocasião, Bolsonaro pressionava ministros a se posicionar publicamente a favor do armamento e outras bandeiras do governo. Também criticou detenção de pessoas que descumpram decretos de isolamento:
“Por que tão botando algema, em cidadão que tá trabalhando, ou mulher que tá em praça pública, e a Justiça não fala nada? Tem que falar, pô! Vai ficar quieto até quando? Ou eu tenho que continuar me expondo? Tem que falar, botar pra fora, esculachar! Não pode botar algema!”
Em sua nota, intitulada “algumas verdades necessárias”, o ex-ministro afirmou que a prisão de pessoas contrárias ao isolamento social é uma “medida muito excepcional”, reservada a pessoas que, com consciência de estarem infectadas, recusam-se a cumprir a quarentena.
Moro também classifica como irresponsável a revogação de mecanismos de controle e rastreio de armas e munições.
As declarações de Bolsonaro vieram a público em 22 de maio, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello liberou a divulgação do vídeo da reunião. A gravação é parte de 1 inquérito que apura suposta interferência do presidente na Polícia Federal, que tem por base declarações Moro.
Assista ao momento em que o presidente defende o desarmamento (1min3s):
Bolsonaro acusa Moro de cobardia e de contrariar ideologia do Governo
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, criticou esta segunda-feira o ex-ministro da Justiça Sergio Moro por defender a detenção de quem não cumprisse o isolamento social devido à Covid-19, acusando-o de cobardia e de contrariar a ideologia do governo.
“Por isso, naquela reunião secreta [ministerial, divulgada pelo Supremo], o Moro, de forma cobarde, ficou calado. Ele queria ainda uma portaria que multasse quem estivesse na rua. Essa era a pessoa que estava lá, perfeitamente alinhada com outra ideologia que não era a nossa. Graças a Deus ficámos livre dele”, afirmou esta segunda-feira o Presidente a apoiantes, em Brasília, citado pela imprensa local.
De acordo com o chefe de Estado, Moro queria decretar uma medida que multasse quem não cumprisse as medidas de isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus.
Bolsonaro referiu ainda uma portaria, assinada por Moro e pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que autorizava intervenção policial sobre pessoas suspeitas de infeção pelo novo coronavírus, de forma a obrigar a sua quarentena, e que foi revogada na semana passada.
Jair Bolsonaro, um dos líderes mais céticos em relação à gravidade da atual pandemia, tem sido alvo de duras críticas por se opor ao isolamento social para combater a propagação da doença, que chegou a classificar de “gripezinha”.
O Presidente brasileiro criticou ainda Moro por alegadamente ter criado dificuldades à flexibilização de leis sobre porte e posse de armas no país.
“Vocês estão a entender um pouquinho sobre quem estava no meu lado. (…) Moro ignorou decretos meus e ignorou a lei, para dificultar a posse e o porte de arma de fogo para cidadão de bem”, disse Bolsonaro a apoiantes, no Palácio da Alvorada, sede da Presidência em Brasília.
Sergio Moro pediu a demissão do cargo ministerial no final de abril, acusando Jair Bolsonaro de tentativa de interferência na Polícia Federal, na sequência da demissão do ex-chefe da instituição Maurício Valeixo.
Segundo Moro, Bolsonaro teria exigido a troca do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro para evitar investigações a familiares e aliados.
Após as críticas de Bolsonaro, o ex-ministro e antigo juiz da Lava Jato, maior operação anticorrupção no Brasil, emitiu um comunicado em que defendeu o isolamento social e frisou que a posse e porte de armas “não podem ser utilizadas para promover espécie de rebelião armada”, “como desejava o Presidente”.
“As medidas de isolamento e quarentena são necessárias para conter a pandemia do coronavírus e salvar vidas. (…) Durante a minha gestão como ministro da Justiça e Segurança Pública, dialoguei com os secretários de Segurança dos Estados e do Distrito Federal para evitar ao máximo o uso da prisão como sanção ao descumprimento de isolamento e quarentena”, justificou o ex-juiz.
Sobre políticas de flexibilização de posse e porte de armas, “são medidas que podem ser legitimamente discutidas, mas não se pode pretender, como desejava o Presidente, que sejam utilizadas para promover espécie de rebelião armada contra medidas sanitárias impostas por governadores e prefeitos”, acrescentou Moro, salientando que é necessário cuidado para evitar que o armamento “destinado à proteção do cidadão” seja desviado para “criminosos”.
Em relação às acusações pessoais feitas por Jair Bolsonaro, Moro considerou que “quem utiliza esse recurso é porque não tem razão ou argumentos”.
Até domingo, o Brasil totalizou 29.314 óbitos e 514.849 casos confirmados de Covid-19 desde a chegada da pandemia ao país, segundo o executivo.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 372 mil mortos e infetou mais de 6,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios.