Bolsonaro minimiza epidemia y pone a Brasil en riesgo – Jornal O Globo

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Los conceptos vertidos en esta sección no reflejan necesariamente la línea editorial de Nodal. Consideramos importante que se conozcan porque contribuyen a tener una visión integral de la región.

Bolsonaro minimiza epidemia e põe Brasil em risco

O erro de desconsiderar a pandemia leva presidente a ficar na contramão da Ciência e do país

O estilo errático do presidente provoca idas e vindas em ações que precisam ser urgentes, devido ao tamanho de uma crise que já paralisa a economia. É exemplar a edição da MP dos contratos de trabalho, que desconhecia a existência dos empregados, devidamente revogada. Sequer deveria ter sido assinada. Ida e vinda desnecessárias.

Outro temerário costume do presidente — o de fazer política pelo enfrentamento, política de combate — é muito prejudicial à população e a ele mesmo. Espera-se que tenha ouvido o barulho dos panelaços, replay dos ocorridos em 2016 na fase de agravamento da crise cujo desfecho foi a aprovação do impeachment de Dilma pelo Congresso. Inclusive o de ontem à noite, enquanto, em rede nacional, voltava a defender a delirante tese de que a Covid-19 só é perigosa para idosos, sendo inofensiva para o resto da população.

Mas não basta ter conhecimento das manifestações. É necessário também entendê-las como sintoma da rejeição majoritária na população a um presidente que chegou a negar a existência da pandemia, considerando-a uma “gripezinha” — termo que voltou a usar ontem —, em desrespeito aos já infectados e a toda a população, temerosa diante do noticiário do que acontecia no mundo. Inclusive aos mortos pela doença, cujo número começa a aumentar. O medo era e é justificável. A taxa de crescimento dos casos no Brasil acelera, repetindo o padrão mundial que levou a situações críticas, por exemplo, a Itália, país desenvolvido. E o dono da maior economia do mundo, os Estados Unidos, que começam a ser considerados a nova China na pandemia mundial. Símbolo da gravidade a que pode chegar a situação é o fato de Nova York ser uma das cidades mais atingidas.

O modelo de presidente de Bolsonaro, Trump, caiu na mesma esparrela e teve de bater em retirada desorganizada, como costuma fazer, preocupado com os estragos da demora em agir em seu projeto de reeleição. Mas ensaia voltar à posição anterior.

O pronunciamento de Bolsonaro indica que ele deixou de ouvir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O ministro tem conduzido com eficiência um programa de enfrentamento da epidemia, o que lhe tem rendido índices de aprovação e apoio acima da baixa popularidade de Bolsonaro. Isso pode ser fatal para o ministro, num ambiente politicamente tóxico.

Não importa o bem-estar dos brasileiros, a maior parte deles de baixa renda, com uma parcela significativa residindo em favelas ou comunidades, vulneráveis ao coronavírus, dependentes da ação de um governo cujo presidente insiste em minimizar a crise, porque foi convencido de que pior do que a doença é a recessão causada pela quarentena e pelo isolamento social. Prefere culpar a imprensa profissional.

É a mesma pressão que está sendo feita sobre Trump, a despeito dos alertas de autoridades médicas americanas, como aqui. Esquecem que o dano causado aos países será maior e se alongará, caso as medidas de prevenção não sejam tomadas. Bolsonaro faz a escolha errada e ameaça os brasileiros.

O Globo

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