El nuevo partido de Bolsonaro lleva el número 38, es religioso y anticomunista

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Jair Bolsonaro fundó su nuevo partido: religioso, anticomunista y por la portación de armas

El presidente de Brasil, Jair Bolsonaro, fundó un nuevo partido político, llamado Alianza por Brasil, que apuesta por un discurso cristiano, la lucha contra el comunismo y lo que llaman «globalismo», y la defensa de la portación de armas, aunque puede sufrir el traspié de no poder participar de las elecciones municipales del año próximo.

Bolsonaro se desafilió del Partido Social Liberal (PSL) con el que ganó las elecciones el año pasado, en medio de una fractura en el bloque parlamentario y un escándalo sobre desvío de dinero público del fondo electoral. Sus hijos Eduardo, diputado, y Flavio, senador, se fueron con él.

Para los analistas, este nuevo partido intenta agrupar al bolsonarismo puro, ubicado en la extrema derecha de Brasil, con un fuerte contenido religioso evangélico y la defensa del conservadurismo en las costumbres.

«Es posible que, si no llegamos bien a la justicia electoral hasta marzo, no podamos participar de las elecciones municipales», dijo Bolsonaro sobre el trámite para fundar una nueva agrupación política en forma electrónica, para lo cual necesita 500 mil firmas certificadas.

Alianza, que será presidido por él, es el noveno partido de Bolsonaro desde que inició su carrera política en 1992.

En el discurso de inauguración -en un hotel de Brasilia- Bolsonaro dijo que aceptará críticas internas al gobierno, «pero con moderación».

Ideario

El ideario fue exhibido en la carta fundacional del partido: «el respeto a Dios y a la religión», «el respeto a la identidad, memoria y cultura del pueblo» y la «defensa de la vida, de la legítima defensa y de la familia».

Un fuerte compromiso contra el aborto y contra las «ideologías nefastas», en referencia al «socialismo, comunismo, nazifascismo y globalismo».

El partido dice que por más que Brasil sea constitucionalmente laico, «eso jamás significó un ateísmo obligatorio».

«El vínculo entre la Nación y Cristo es intrínseco, fundamental e inseparable», dice el acta de fundación.

Bolsonaro se fue del PSL esta semana, luego de haberse afiliado en 2017 a la fuerza, que forma parte de lo que los analistas llaman «los partidos de alquiler».

En medio del lanzamiento, Bolsonaro aprovechó para dinamitar sus puentes con el gobernador de Río de Janeiro, Wilson Witzel, a quien acusa de usar la policía de ese estado para intentar vincularlo al homicidio de la concejal socialista Marielle Franco y su chofer Anderson Gomes, en marzo de 2018.

«El gobernador manipula el proceso», acusó Bolsonaro.

Uno de los hijos del mandatario, el concejal Carlos, estaría en una línea de investigación del caso, según informó el columnista Kennedy Alencar, de la radio CBN, del grupo Globo.

Es que dos detenidos por perpetrar el homicidio salieron del barrio cerrado de Río donde vive Bolsonaro, en Barra de Tijuca.

Un portero del barrio cerrado había declarado que uno de los policías detenidos fue a la casa de Bolsonaro el día del homicidio, pero esta semana se desdijo ante los fiscales.

La Nación


Bolsonaro faz ato de lançamento de novo partido em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro deu nesta quinta-feira (21), em Brasília, o primeiro passo para criação do partido Aliança pelo Brasil.

O ato de lançamento da sigla aconteceu em um hotel de Brasília e reuniu diversos apoiadores, que lotaram a capacidade do local.

A nova legenda ainda depende da coleta de assinaturas e de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em transmissão ao vivo por uma rede social na noite desta quinta, Bolsonaro afirmou que o número escolhido para a nova sigla é o 38.

«Acho que é um bom número, não é? Tinha poucas opções, e 38 é um número fácil de gravar», afirmou o presidente.

O 38 é o calibre de um dos modelos de revólver mais comuns. Entre os princípios que a nova legenda diz ter está o «direito à legítima defesa, inclusive por meio do acesso às armas».

O Aliança, se criado, será o nono partido de Jair Bolsonaro. Ele foi eleito pelo PSL, do qual se desfiliou na semana passada. Ao longo de três décadas de carreira política, ele teve passagens por PDC, PPR, PPB, PTB, PFL, PP e PSC.

Em discurso durante o ato, Bolsonaro disse que o partido não é «um negócio», e que por isso saiu do PSL.

«Agora, falo para vocês uma coisa da minha vida: fiquei 28 anos dentro do parlamento. Dois anos como vereador no Rio de Janeiro, 30 anos de vida pública, nunca tive um diretório municipal. Não pode, como está na cabeça de alguns, querer ter comando do partido no estado para negociar legenda. Isso não vai acontecer. Em parte, o problema que tivemos no partido que deixei há poucas horas foi essa questão: negociar legenda, vender tempo de televisão e fazer do partido um negócio», afirmou Bolsonaro.

No ato de lançamento na capital federal, a maior parte da imprensa não teve acesso ao evento e assistiu aos discursos por um telão instalado do lado de fora, sob o sol, em um gramado cercado.

Formação do novo partido

Na convenção, um requerimento de criação do partido deverá ser assinado por pelo menos 101 fundadores com direitos políticos em dia.

Em seguida, com esse documento, será pedido no cartório o registro do futuro partido para que a sigla ganhe um número de Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e possa funcionar regularmente como pessoa jurídica.

Após o registro no cartório, o partido em formação tem até cem dias para informar ao TSE a criação. Depois, haverá prazo de dois anos para apresentar as assinaturas.

Serão necessárias pelo menos 491.967 assinaturas – equivalente a 0,5% dos votos dados na última eleição para a Câmara dos Deputados, excluídos os votos em branco ou nulos.

O objetivo de Bolsonaro, porém, é ter o partido apto a disputar as eleições municipais do ano que vem, mas, para isso, a legenda precisa ser criada até abril do ano que vem (seis meses antes das eleições).

Para agilizar a coleta, o novo partido quer conseguir autorização na Justiça Eleitoral para coletar as assinaturas por meio eletrônico. Atualmente, a legislação não prevê essa possibilidade.

Antes do evento do partido, em conversa com a imprensa no Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que se não for possível a coleta eletrônica de assinaturas, a legenda ficará fora das eleições municipais de 2020. Bolsonaro disse que aguarda posicionamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o assunto.

Bolsonaro afirmou que o governo não vai participar da criação do partido e que nenhum ministro vai integrar a nova legenda.

«Nenhum ministro vai entrar no partido. Nós não vamos ter a participação do governo na criação do partido. Esse é o mais importante. Para evitar a interpretação equivocada de que eu estou usando a máquina pública para formar o partido. Zero», disse.

Programa do Aliança

No evento, a advogada da legenda, Karina Kufa, fez a leitura do programa fundador do Aliança pelo Brasil.

Ela disse esperar que «o Aliança não seja apenas um novo partido, mas o maior partido da história do Brasil».

Entre os pilares do partido, Karina Kufa citou o respeito a Deus e a religião. «Jamais a laicidade do estado significou o ateísmo obrigatório», disse.

O Aliança também baseará seu programa da defesa da vida, da família e da infância, com o «combate à ideologia de gênero e à erotização da infância».

O advogado Admar Gonzaga anunciou a comissão provisória do partido:

  • Presidente da comissão provisória: presidente da República Jair Bolsonaro
  • Primeiro vice-presidente: senador Flávio Bolsonaro
  • Segundo vice-presidente: Luis Felipe Belmonte
  • Secretário-geral do partido: Admar Gonzaga Neto
  • Primeiro secretário adjunto: Antonio Gomes
  • Primeira tesoureira: Karina Kufa
  • Segundo tesoureiro: Marcelo Costa Campos

Ao falar do estatuto, o secretário-geral do partido, Admar Gonzaga, disse que o Aliança será o primeiro a ter regras de compliance. Destacou que os integrantes da legenda são «contra a caixa-preta» e que criarão medidas de transparência e um código de ética.

Segundo o ex-ministro do TSE, os filiados ao Aliança deverão, entre diversos requisitos, não ter condenações em segunda instância por crimes hediondos ou equivalentes, crimes contra a mulher, crianças e adolescentes, e de lavagem de dinheiro.

OGlobo


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