Bolsonaro funda su propio partido con asesores y parientes

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Las bravuconadas del presidente Jair Bolsonaro llegaron a un nivel inédito esta semana, cuando, en medio de disputas con autoridades del oficialista Partido Social Liberal (PSL), anunció que abandonaba la agrupación que lo llevó al poder y que fundará una nueva fuerza política conservadora, la Alianza por Brasil (APB), con la cual pretende postular a aliados para los comicios municipales del próximo año.

«Hoy anuncié mi salida del PSL y el inicio de la creación de un nuevo partido: la Alianza por Brasil. Agradezco a todos los que colaboraron conmigo en el PSL y que fueron socios en las elecciones de 2018», escribió el mandatario en Twitter el miércoles, luego de una reunión con legisladores que eventualmente se mudarían con él.

El derechista PSL cuenta hoy con 53 diputados y tres senadores, y el equipo político del presidente -compuesto principalmente por dos de sus hijos: el diputado Eduardo Bolsonaro y el senador Flavio Bolsonaro- cree que logrará llevarse para la APB a unos 27 congresistas. La fisura representaría un duro golpe para el PSL, que gracias a servir de plataforma electoral a Bolsonaro pasó de ser un partido minúsculo a convertirse en la segunda fuerza de la Cámara de Diputados, solo detrás del izquierdista Partido de los Trabajadores (PT).

Las peleas de Bolsonaro con las autoridades del PSL comenzaron no bien el partido aceptó ser el vehículo para la candidatura presidencial del entonces polémico diputado y excapitán del Ejército, a mediados del año pasado. Para la campaña electoral de octubre, el titular del PSL, Luciano Bivar, permitió que el grupo bolsonarista tomara las riendas de la agrupación mediante el abogado Gustavo Bebianno, quien en enero se convertiría en secretario general de la Presidencia. Poco después, en febrero, Bebianno debió renunciar al cargo cuando se reveló que en la campaña se habían utilizado «candidaturas fachada» para obtener recursos públicos.

Ya en los últimos meses, las intrigas y enfrentamientos en el seno del PSL se agudizaron en medio de pujas por el manejo de los casi US$180 millones que el partido tiene destinados como parte del Fondo Partidario y del Fondo Electoral hasta 2022. El mes pasado, Bolsonaro intentó apartar a Bivar, pero se tuvo que conformar con poner a su hijo Eduardo como líder de la bancada del PSL en la Cámara baja. Bivar lo consideró una tentativa de «golpe» y prometió medidas contra los diputados que respaldaron la designación del joven Bolsonaro.

Como la lucha fratricida amenazaba con estirarse demasiado y poner en riesgo cualquier estrategia de cara a las elecciones municipales de 2020, el mandatario decidió abandonar el barco del PSL y lanzar su nuevo partido. La primera convención de la APB está marcada para el próximo jueves en Brasilia, y de acuerdo con el manifiesto que ya se divulgó será una fuerza más conservadora y derechista que el PSL.

«Alianza es unión y es fuerza. Y la APB es el camino que elegimos y queremos para el futuro y para el rescate de un país masacrado por la corrupción y por la degradación moral contra las buenas prácticas y las buenas costumbres. Nuestra alianza es con las familias, con las personas de bien, con los trabajadores, con los empresarios, con los militares, con los religiosos y con todos aquellos que desean un Brasil realmente grande, fuerte y soberano», señala el documento, que se divulgó por las redes sociales.

A priori, la APB corre contra el tiempo y tiene grandes desafíos. El primero es la necesidad de juntar 491.000 firmas de apoyo del nuevo partido antes de marzo, para que la agrupación sea registrada ante el Tribunal Superior Electoral y pueda competir en los comicios municipales de octubre próximo. Bolsonaro ya adelantó que pretende reunir las firmas de manera electrónica (a través de los celulares de sus seguidores), pero es poco probable que la Justicia acepte esa modalidad.

Luego resta por ver cuántos legisladores del PSL están realmente dispuestos a embarcarse en la nueva aventura de Bolsonaro, quien en sus 30 años de carrera política ya pasó por otros ocho partidos. La APB sería su novena agrupación, pero la primera que funda desde cero.

La Nación


Fundadores de novo partido de Bolsonaro incluirão assessores e parentes de deputados

Assessores, aliados e até parentes de deputados federais farão parte do núcleo fundador da Aliança pelo Brasil, cuja convenção inaugural ocorrerá nesta quinta-feira (21) em Brasília.

O novo partido, organizado em torno do presidente Jair Bolsonaro, está recorrendo a uma espécie de mutirão com os cerca de 25 parlamentares do PSL que pretendem migar para a legenda.

Cada um está incumbido de indicar e levar a tiracolo três pessoas para o evento, para estarem entre os signatários do requerimento de registro partidário. É o primeiro passo no longo processo de fundação de uma legenda.

A lei 9.096/95, que rege os partidos políticos, determina, em seu artigo 8º, que este documento tem de ser assinado por no mínimo 101 pessoas, de ao menos nove estados.

Cumprida essa etapa, começa a coleta de assinaturas para que o registro seja aprovado pela Justiça Eleitoral. São necessários 491.967 apoios. Bolsonaro tem pressa, porque o partido tem de estar criado até o início de abril de 2020, para que possa disputar a eleição municipal.

A coordenação do processo está a cargo do senador Flávio Bolsonaro, de seu irmão e deputado federal Eduardo e dos advogados Admar Gonzaga e Karina Kufa.

Foram eles que pediram aos deputados que indiquem pessoas de sua confiança para levarem à convenção.

O deputado Bibo Nunes (PSL-RS) indicou seu chefe de gabinete, sua mulher e sua filha. «Eles atendem ao critério de serem pessoas de minha extrema confiança e comprometidos com o projeto do presidente Jair Bolsonaro», afirmou. Sua filha, segundo Nunes, foi presidente da juventude do PSL no Rio Grande do Sul.

O deputado Coronel Chrisóstomo (PSL-RO) já decidiu dois dos três nomes que levará à convenção. Um dele é Jaime Bagatottoli, que ficou em terceiro na disputa ao Senado no ano passado, com 15,7% dos votos.

O outro é um apoiador em seu estado, o coronel do Exército Jorge Moraes Gomes. «O coronel Moraes é da mesma turma do presidente Bolsonaro na Aman [Academia Militar das Agulhas Negras]», justifica. O terceiro nome ainda está sendo escolhido pelo deputado.

O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) também levará três assessores parlamentares à convenção: dois chefes de gabinete (em Brasília e no Rio) e um responsável pelo acompanhamento de temas relativos ao Orçamento.

«Tem deputado que não tem três pessoas para indicar, aí algum outro pode levar quatro», declarou Silveira. «O importante é nos certificarmos de que são pessoas com apoio sólido ao nosso projeto.»

Os detalhes da convenção, que ocorrerá em um hotel em Brasília, devem ser decididos nesta terça-feira (19). É esperada a presença de Bolsonaro.

O evento também deverá decidir quem presidirá os diretórios regionais do partido. O do Rio deve ficar a cargo de Flávio, e o de São Paulo seria chefiado por Eduardo.

Já o comando nacional, caso não fique com o próprio presidente, deve ser confiado a uma pessoa de sua total confiança. Um nome forte é o do deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP).

Nesta segunda (18), o presidente confirmou, na chegada ao Palácio da Alvorada, que poderá presidir a nova legenda. Questionado sobre a possibilidade, respondeu: «Eu acho que sim.»

Bolsonaro não quis dar mais detalhes e nem comentar se não seria acúmulo de funções comandar o Aliança pelo Brasil e a Presidência da República.

«Eu não vou discutir o partido. Está previsto quinta-feira, dia 21, a gente lançar a pedra fundamental do partido», disse, mudando de assunto.

O presidente Bolsonaro anunciou na semana passada a sua saída do PSL, sigla pela qual foi eleito, e a intenção de fundar uma nova legenda.

A troca partidária é fruto de um longo desgaste com a sigla comandada pelo deputado federal Luciano Bivar (PE), a quem Bolsonaro se referiu como «queimado pra caramba».

A crise interna do PSL se desdobrou ao longo do ano, em meio ao caso das candidaturas de laranjas, caso revelado pela Folha em fevereiro.

A bancada do PSL na Câmara conta hoje com 53 congressistas, a segunda maior da Casa. No Senado tem 3 dos 81 senadores.

Os deputados devem aguardar a criação da Aliança pelo Brasil para sair do PSL, evitando a perda do mandato por infidelidade partidária.

Ontem, a legislação permite determinadas situações para desfiliação partidária em que o deputado ou vereador pode mudar de partido sem perder o mandato.

Os organizadores do novo partido pretendem propor ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que a coleta de assinaturas seja feita por meio digital, com base na criação de um aplicativo específico para isso.

A assessoria técnica da Justiça Eleitoral, no entanto, recomenda que assinaturas de forma eletrônica sejam validadas por meio de certificação digital, um mecanismo de uso ainda bastante restrito no país.

Folha de S. Paulo

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