Levante popular no Equador reflete a fragilidade sistêmica da América Latina – Por Pedro Silva Barros

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Por Pedro Silva Barros(*)

O combustível que há mais de uma semana impulsiona o levante popular no Equador, contra o presidente Lenin Moreno, é o mesmo que definirá as urnas na Argentina, no próximo dia 27, com a inevitável derrota de Maurício Macri e sua política de arrocho, para os peronistas Fernandez e Cristina.

A mesma mistura inflamável alimenta a reprovação crescente às reformas anti-sociais e antinacionais levadas a cabo por Jair Bolsonaro no Brasil.

O fio condutor que une Moreno, Macri e Bolsonaro é a velha receita de resolver as crises do Estado penalizando adicionalmente os pobres para não taxar os ricos.

O caso do Equador é a configuração extremada desse modelo.

Moreno adotou o programa da direita, que ele mesmo havia derrotado nas urnas em 2017; depois, declarou guerra a Rafael Correa e retirou o Equador da Unasul, alinhando-se aos EUA.

Ao contrário da grande cooperação econômica e política da década passada, hoje a América Latina vive um quadro de baixa integração comercial, fragmentação institucional interna e regional.

O estilhaçamento econômico e político da América Latina tem um custo alto para as empresas brasileiras: as exportações para a região estão caindo 23% este ano.

(*)Economista, ex-Diretor da UNASUL (2015-2018), Pós-doutorando na USP

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