Brasil: más de cien mil mujeres indígenas y campesinas marcharon contra Bolsonaro
Marcha de las Margaritas protesta contra medidas de Bolsonaro
Mujeres campesinas e indígenas de Brasil se movilizaron este miércoles en protesta contra la desidia sanitaria en la que se encuentran sometidas las áreas naturales del territorio brasileño, así como también por la reivindicación de los derechos de los grupos aborígenes de esa nación suramericana.
La vocera y activista rural María José Moraes Costa manifestó que la intención de las féminas es alzar la voz por la educación, participación política de la mujer rural y además por el rescate y preservación de la biodiversidad de Brasil.
“Venimos para enfrentar todo tipo de retroceso, entre ellos los que afectan a la protección y la conservación de la biodiversidad, el derecho a la educación en el campo y las aldeas indígenas y el fortalecimiento de la participación política de la mujer”, detalló Moraes.
Asimismo, esta representación femenina se decantó por el amparo del medio ambiente y la llamada agricultura familiar, ante los embates de las leyes del primer presidente de esa nación suramericana, Jair Bolsonaro, quien perpetra políticas que han venido en perjuicio de las zonas verdes y autóctonas de todo Brasil.
Las más de 3.000 personas pertenecientes a esta actividad de calle fueron recibidas este miércoles 14 de agosto, por representantes del Parlamento brasileño, quienes acogieron las peticiones de las féminas.
La llegadade las ambientalistas a Brasilia, ciudad capital de Brasil, coincidió con la concentración del gremio de estudiantes y profesionales del sector universitario, quienes se agolparon en las inmediaciones de la Cámara Baja, en rechazo de las medidas económicas de Bolsonaro y el decreto de importantes recortes presupuestarios para la educación pública de ese país.
Desde el arribo al poder en enero de este año, Bolsonaro a arremetido contra la biodiversidad de la Amazonía brasileña, pues ha apoyado la explotación de recursos en esa zona natural brasileña.
Marcha das Margaridas termina com demonstração de força e união de 100 mil camponesas
Foi com brilho nos olhos que a agricultora Maria Anecy Martins, de 45 anos, chegou a Brasília (DF) esta semana para participar da Marcha das Margaridas 2019. A mobilização reuniu mais de 100 mil mulheres camponesas e foi encerrada nesta quarta-feira (14), com um grande ato que tomou as ruas da capital. Vinda do interior do Maranhão, Anecy ela viajou durante mais de dois dias, enfrentou problemas na estrada e o cansaço físico para participar do evento, que é um símbolo da luta popular no Brasil.
Depois de décadas de trabalho na roça e na militância política, esta foi a primeira vez que a agricultora tem a oportunidade de conhecer a marcha. A ansiedade para chegar era tanta que não teve cansaço no mundo que fosse capaz de abalar a energia vibrante que a mobilizou para chegar até aqui.
“Sempre quis vir e não dava certo. Nem sei se tenho uma palavra pra descrever [isso]. Quando você vê tantas mulheres assim, unidas, em busca de melhorias, de melhores políticas, chega a arrepiar. Eu venho pra participar, pra unir forças com as mulheres. Se perguntarem se eu estou cansada, não estou. Quando a gente vê isso daqui, cada conversa, a gente se arrepia. É lindo”, se emociona.
A maranhense foi uma das cerca de 30 mil pessoas que se aglutinaram na noite de terça (13) no Parque da Cidade para celebrar a abertura oficial do evento, que aconteceu sob o lema «Margaridas na Luta por um Brasil com Soberania Popular, Democracia, Justiça, Igualdade e Livre de Violência». A comemoração reuniu caravanas de todas as regiões do país e representantes de cerca de 25 países de diferentes continentes, num verdadeiro mosaico de forças populares. Também se somaram à multidão artistas, deputados federais, senadores e outros parceiros políticos.
O evento trouxe como debate político uma plataforma que reforça a luta por direitos, como a defesa dos serviços de saúde e educação públicas, o combate à violência contra a mulher, a preservação da Previdência social, entre outros. Nesse sentido, a marcha é também uma forma de compartilhar anseios comuns e reforçar o horizonte da luta popular.
Na ocasião da abertura, diferentes vozes fizeram referência à importância da união das mulheres para combater as múltiplas formas de violência de gênero e o contexto de retirada de direitos.
“O novo vem do povo, vem do poder popular, desse povo que é mulher. É por todas que vieram antes de nós, Luizas, Dandaras, Marielles, Margaridas, e por uma geração que será livre. Só pararemos de marchar quando todas forem livres”, bradou a deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ).
A marcha, que ocorre a cada quatro anos, reúne, tradicionalmente, mulheres do campo, da floresta e das águas. Nesta edição, o evento contou com um reforço especial das participantes da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, como é o caso de Nena Funi-ô, que veio de Águas Belas, em Pernambuco.
“Eu estou me sentindo muito satisfeita com a manifestação das mulheres.Temos que lutar pelos nossos direitos porque, se não fizermos isso, não vai ter como resolver. A gente está juntas nessa luta e não vai desistir nunca”, disse.
E o mar de mulheres que tomou conta de Brasília esta semana surpreendeu também a ala masculina, que fica de espectadora diante da articulação das integrantes da marcha. É o caso do professor de história Edson Cazuza, do Rio Grande do Norte. Participando do evento pela segunda vez, ele conta que se sente inspirado diante da mobilização massiva das trabalhadoras.
“Mesmo a gente vivendo um momento tão difícil, como esse dos últimos tempos no Brasil, as mulheres fazem parte da trincheira nessa luta por democracia, por justiça social, por igualdade de direitos. Eu vejo com alegria imensa”, complementa.
Empolgada com a primeira experiência na Marcha das Margaridas, a agricultura Maria Anecy conta que a vinda a Brasília serviu de aperitivo para as próximas edições do evento e também para dar oxigênio à articulação política popular nos estados.
“Venho quantas vezes for possível e eu tiver oportunidade. Além da energia boa dessas mulheres, eu vou levar um pouco de cada estado, uma conversa, a garra dessas mulheres. A gente se fortalece pro enfrentamento na nossa base, pra vida pessoal e pro movimento sindical também”, destaca.
Na mesma linha de raciocínio, Nena Funi-ô conta que o evento deixa “um saldo muito positivo”.
“Eu faria tudo de novo. Estou cansada, cantei o dia todo, dancei. Mas, valeu a pena”.
Quem é a líder assassinada que deu origem à ‘Marcha das Margaridas’, protesto que ocupa Brasília nesta quarta-feira
Nesta quarta-feira, dia 14, as ruas de Brasília foram tomadas pormulheres vestindo lilás e margaridas durante a sexta edição da «Marcha das Margaridas», a maior ação de mulheres da América Latina. Chegou a ser o segundo assunto mais comentado do Twitter, no início da tarde. Mas quem é a mulher que dá nome ao movimento?
Margarida Maria Alves foi uma sindicalista defensora dos direitos humanos. Por mais de dez anos, ela comandou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, sendo uma das primeiras mulheres a ocupar um cargo de direção sindical no país.
Na Paraíba, ela lutou pelo fim da violência no campo, por direitos trabalhistas — como respeito aos horários de trabalho, carteira assinada, 13º salário e férias remuneradas. A luta por essas pautas segue até hoje na marcha.
A líder sindical também foi responsável por mais de cem ações trabalhistas na Justiça do Trabalho regional. Ela foi a primeira mulher a lutar pelos direitos trabalhistas no estado da Paraíba durante a ditadura militar.
A morte
Em 12 de agosto de 1983, Margarida Maria Alves foi assassinada com um tiro, a mando de latifundiários. No momento do disparo, ela estava na frente de sua casa, na companhia do marido e do filho.
O crime teve repercussão internacional, com denúncia encaminhada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). No entanto, até hoje, ninguém foi responsabilizado pela morte da sindicalista.
A marcha
A cada três anos — desde a sua criação, em 2000 —, a «Marcha das Margaridas» é realizada em Brasilia e reúne agricultoras familiares, ribeirinhas, quilombolas, pescadoras, extrativistas, camponesas,mulheres indígenas, pescadoras e todas aquelas envolvidas com o cenário rural. Elas se juntam para um protesto em busca de mais políticas públicas voltadas para as trabalhadoras da área rural, entre elas o combate à pobreza e à violência contra a mulher.
A edição deste ano, que acontece no Parque da Cidade e no Congresso Nacional, reuniu mais de 100 mil mulheres. O tema é «Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre violência».
Lula respaldó la marcha de las mujeres en Brasilia
Decenas de miles de mujeres participaron de la tradicional «Marcha de las Margaritas» en Brasilia, que fue aprovechada este año para manifestarse en contra del presidente Jair Bolsonaro, y a favor de la liberación del ex mandatario Luiz Inácio Lula da Silva. El masivo encuentro se celebra cada cuatro años con una agenda que prioriza la reivindicación de los derechos de las mujeres, en un país muy afectado por la violencia doméstica.
Este año, sin embargo, la marcha se convirtió también en un motivo para denunciar al gobierno por las políticas dirigidas al sector campesino, que favorecen a grandes productores y relegan a la agricultura familiar, flexibilizando el uso de agrotóxicos, y habilitando la apertura indiscriminada de tierras indígenas a la explotación minera.
Las mujeres condenaron el machismo de Bolsonaro, quien tiene un largo historial de declaraciones racistas y homofóbicas en su haber, y que es un franco oponente del movimiento feminista. Muchas indígenas que habían participado el martes de otra marcha denunciando las «políticas genocidas» del gobierno basileño, se sumaron a la protesta.
Según las organizadoras, participaron unas 100 mil personas, una cifra que las autoridades policiales redujeron a 30 mil, pero que, en cualquiera de los casos, constituye la mayor protesta realizada en Brasilia desde que Bolsonaro asumió el poder, el pasado 1º de enero.
La columna de mujeres recorrió la explanada de los ministerios, hasta llegar a las cercanías del palacio presidencial de Planalto, con pancartas que exhibían mensajes tales como “Brasil libre de violencia», o «Son las mujeres que van a salvar al país del atraso», al tiempo que coreaban «Lula Libre», exigiendo la liberación del ex presidente por el Partido de los Trabajadores (PT) entre 2003 y 2010, que cumple una condena por cargos de corrupción que niega rotundamente, y mediante un proceso judicial viciado y cuestionado por juristas de distintas partes del mundo.
La mayoría de las participantes llevaba flores y vestía sombreros de paja y ropas moradas, color símbolo de la manifestación. En sus arengas, calificaron a Bolsonaro de «misógino, racista y homofóbico». «Vivimos tiempos difíciles con un gobierno que nos ataca de forma continua. Estamos perdiendo derechos conquistados con mucha lucha», dijo Juliana Joucoski, una profesora de 43 años que llegó a la marcha desde Curitiba.
«Las mujeres están en el foco de toda la violencia en Brasil», afirmó por su parte Fabiana Nascimento. «Es necesario decirle NO a cualquier política que destruya derechos públicos. La situación en el campo empeoró. Nunca tuvimos un presidente tan poco respetuoso de la educación», enumeró.
Maria da Conceição Tavares, economista brasileña de 89 años también presente, fue directa al explicar la creciente indignación y la necesidad que tiene el pueblo de organizarse: “Precisamos nuevos canales de participación; el pueblo no se siente representado por estos políticos”.
La oposición progresista pareció renacer con esta manifestación, según la percepción del diputado Paulo Pimenta, del PT. «Estamos de vuelta», dijo el parlamentario, en medio de una manifestación que congregó a representantes de todos los partidos de la izquierda del país.
El ex presidente Lula da Silva se sumó también a la manifestación a través de una carta que envió desde la cárcel y fue leída por el ex candidato presidencial Fernando Haddad, derrotado en las urnas en octubre de 2018 por Bolsonaro.
"Procuramos governar com a generosidade de uma mãe, que cuida de todos, protegendo os mais fracos. Agora o Brasil é governado pelo ódio e loucura daqueles que falam fino para os poderosos, mas fingem-se de valentes contra os indefesos", escreveu Lula. https://t.co/waQX8PtjIZ
— Lula (@LulaOficial) August 14, 2019
«Las mujeres de nuestra tierra volverán a ser respetadas y el odio no vencerá al amor, el miedo no vencerá a la esperanza y la grosería no vencerá a la solidaridad», escribió Lula en el texto, leído frente a las mujeres concentradas en ese momento a las puertas de la sede del Parlamento.
El ex mandatario afirmó que durante su gestión y la de la destituida Dilma Rousseff, se estaba «comenzando a construir un país mejor, con inclusión social, democracia, libertad de pensar, de hablar y de organizarse». Según el ex mandatario, la «persecución política» que lo llevó a la cárcel dio paso a «un Brasil que es gobernado por el odio y la locura de aquellos que hablan fino con los poderosos y se fingen valientes frente a los más indefensos».
Lula cerró la carta con un mensaje de esperanza para los movimientos sociales, que así como el ex presidente denuncian que son «perseguidos» por el gobierno de Bolsonaro. «Sigamos hacia adelante, sin miedo de ser felices. Las margaritas llegaron, y ellos no saben cómo detener la primavera», afirmó.
La Marcha de las Margaritas es la tercera en la capital de Brasil en dos días. Además de la movilización de mujeres, el martes hubo una manifestación contra los bloqueos presupuestarios en la educación y la reforma previsional. Las protestas fueron convocadas en momentos en que la popularidad del actual mandatario cae en picada: diversas encuestas le adjudican un apoyo de cerca del 30 por ciento de los brasileños, tras apenas siete meses en un cargo que asumió con un respaldo superior al 55 por ciento.