Brasil: Bolsonaro acusa a periodista de inventar que fue torturada durante la dictadura
La llamó mentirosa: Bolsonaro acusa a periodista de inventar que fue torturada en dictadura brasileña
A través de un comunicado emitido el sábado, el Grupo Globo, la mayor empresa de medios de comunicación de Brasil, rechazó los dichos del mandatario Jair Bolsonaro, quien acusó a la periodista de la cadena Miriam Leitão de inventar sus testimonios sobre las torturas a las que fue sometida durante la dictadura militar brasileña.
“Las afirmaciones del presidente causan profunda indignación y merecen absoluto repudio. En defensa de la verdad histórica y del honor de la periodista Miriam Leitão, es necesario decir con todas las letras que no es la periodista quien miente”, establece la cadena en un comunicado leído en el Jornal Nacional, noticiero emitido por TV Globo.
Así lo informa El Clarín, que cuenta como en un desayuno de Bolsonaro con corresponsales extranjeros el día viernes, el Presidente de Brasil afirmó que la periodista era parte de la facción armada que luchaba contra la dictadura entre 1964 y 1985, y que mintió sobre haber sufrido torturas cuando fue detenida en 1972.
Esta declaración habría sido a raíz de una pregunta de un reportero sobre la intolerancia en Brasil y la cancelación de la participación de Miriam Leitão y su esposo, el sociólogo Sergio Abranches, en una feria del libro en la que los organizadores tomaron esa decisión tras recibir mensajes de rechazo por la “tendencia ideológica” de la escritora.
“Ella estaba yendo para la guerrilla de Araguaia cuando fue detenida en Vitória. Y después cuenta todo un drama, mentiroso, que habría sido torturada, que sufrió abuso. Mentira. Mentira”, fueron las declaraciones del mandatario de Brasil sobre la periodista.
El mismo medio informa que Leitão fue torturada cuando tenía 19 años y estaba embarazada, en 1972, luego de ser detenida por distribuir panfletos y hacer propaganda contra el régimen. Era militante del Partido Comunista de Brasil y, como asegura el diario, nunca participó de los grupos guerrilleros que se enfrentaban a la dictadura.
“Miriam Leitão, a lo largo de los gobiernos del Partido de los Trabajadores (2003-2016), fue también blanco constante de ataques (…) Esos insultos, en el pasado como ahora, demuestran la mayor de las virtudes de Miriam como profesional: la independencia en relación a gobiernos”, cosa que la cadena televisiva informa y aplaude.
Mientras, el mandatario brasileño respondió a estas críticas a través de su cuenta de Twitter, diciendo que “de nada vale que la prensa me pinte como su enemigo. Ningún presidente recibió a tantos periodistas en el Planalto como yo, aún si sólo usaron esa buena voluntad para distorsionar mis palabras, cambiar y actuar de mala fe en lugar de reproducir la realidad de los hechos”.
– Não adianta a imprensa me pintar como seu inimigo. Nenhum presidente recebeu tanto jornalista no Planalto quanto eu, mesmo que só tenham usado dessa boa vontade para distorcer minhas palavras, mudar e agir de má fé ao invés de reproduzir a realidade dos fatos.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) July 20, 2019
Miriam Leitão tem foto chocante na tortura divulgada e imagem repercute nas redes sociais
A jornalista Miriam Leitão passou por um dos momentos mais delicados de sua carreira profissional nesta semana, quando o presidente Jair Bolsonaro propagou uma fake news sobre o momento mais delicado da vida pessoal da profissional da Globo. Ele negou que Miriam tenha sido torturada e afirmou que ela era guerrilheira, o que gerou inclusive uma nota de repúdio divulgada pela Globo.
“Essas afirmações do presidente causam profunda indignação e merecem absoluto repúdio. Em defesa da verdade histórica e da honra da jornalista Miriam Leitão, é preciso dizer com todas as letras que não é a jornalista quem mente. Miriam Leitão nunca participou ou quis participar da luta armada. À época militante do PCdoB, Miriam atuou em atividades de propaganda.
Ela foi presa e torturada, grávida, aos 19 anos, quando estava detida no 38º Batalhão de Infantaria em Vitória. No auge da ditadura de 64, em 1973, Miriam denunciou a tortura perante a 1ª Auditoria da Aeronáutica, no Rio, enfrentando todos os riscos que isso representava na época. Narrou seu sofrimento aos militares e ao juiz auditor e esse relato consta dos autos para quem quiser pesquisar.
A jornalista foi julgada e absolvida de todas as acusações formuladas contra ela pela ditadura. A absolvição se deu em todas as instâncias. É importante ressaltar que Miriam Leitão, ao longo dos governos do Partido dos Trabalhadores, foi também alvo constante de ataques.
Não questionaram, como agora, o sofrimento por que passou na ditadura, mas a ofenderam em sua honra pessoal e profissional em discursos do ex-presidente Lula em palanques, e até mesmo a bordo de avião de carreira, quando Miriam Leitão ouviu insultos e ofensas por parte de militantes petistas, que então a chamavam de neoliberal e direitista.
Esses insultos, no passado como agora, em sinais trocados, apenas demonstram a maior das virtudes de Miriam como profissional: a independência em relação a governos, sejam de esquerda ou de direita ou de qualquer tipo. A Globo aplaude essa independência, pedra de toque do jornalismo profissional, e se solidariza com Miriam Leitão”, disse a emissora.
Agora, partidários de Jair Bolsonaro saíram em defesa do presidente e estão divulgando uma foto de Miriam Leitão presa nas redes sociais. Para eles, a exibição da imagem comprova o que foi dito pelo presidente, mas nenhum indício de que Miriam tenha sido mesmo terrorista é encontrado nas imagens.
TV Globo repudia ataques de Bolsonaro à jornalista Miriam Leitão
A TV Globo repudiou por meio de nota lida durante a edição do Jornal Nacional do sábado 21, as declarações do presidente Jair Bolsonaro contra a jornalista Miriam Leitão. Na sexta-feira, durante um café da manhã com jornalistas estrangeiros no Palácio do Planalto, os profissionais pediram que o presidente se manifestasse sobre o cancelamento da participação de Miriam Leitão na 13ª Feira do Livro de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina.
A sua participação e do sociólogo Sérgio Abranches foram vetadas como resposta a uma campanha nas redes sociais. O manifesto, que colheu mais de 3,5 mil assinaturas, dizia: “Por viés ideológico e posicionamento, a população jaraguaense repudia sua presença, querendo, assim que a mesma [Miriam] não se faça presente em evento tão importante em nossa cidade”.
Em nota lida pela apresentadora Renata Vasconcellos, a Globo diz que: “Primeiramente o presidente Jair Bolsonaro disse que sempre foi a favor da liberdade de imprensa e que críticas devem ser aceitas numa democracia. Mas, depois, afirmou que Miriam Leitão foi presa quando estava indo para a Guerrilha do Araguaia para tentar impor uma ditadura no Brasil e repetiu duas vezes que Miriam mentiu sobre ter sido torturada e vítima de abuso em instalações militares durante a ditadura militar que governava o país então”.
A emissora foi taxativa ao dizer: “Essas afirmações do presidente causam profunda indignação e merecem absoluto repúdio. Em defesa da verdade histórica e da honra da jornalista Miriam Leitão, é preciso dizer com todas as letras que não é a jornalista quem mente.”
A nota ainda esclareceu que Miriam nunca participou ou quis participar da luta armada e que, como militante do PCdoB à época, atuou em atividades de propaganda. Também narrou os sofrimentos da jornalista, vítima de tortura e prisão durante a ditadura militar.
“Ela foi presa e torturada, grávida, aos 19 anos, quando estava detida no 38º Batalhão de Infantaria em Vitória. No auge da ditadura de 64, em 1973, Miriam denunciou a tortura perante a 1ª Auditoria da Aeronáutica, no Rio, enfrentando todos os riscos que isso representava na época. Narrou seu sofrimento aos militares e ao juiz auditor e esse relato consta dos autos para quem quiser pesquisar. A jornalista foi julgada e absolvida de todas as acusações formuladas contra ela pela ditadura. A absolvição se deu em todas as instâncias”.
A emissora ainda colocou que também em governos petitas a jornalista sofreu ataques, não como os de agora, que questionam o sofrimento pelo qual passou na ditadura, mas reitera que a profissional teve sua honra e profissionalismo atacados em discursos do ex-presidente Lula em palanques. “E até mesmo a bordo de avião de carreira, quando Miriam Leitão ouviu insultos e ofensas por parte de militantes petistas, que então a chamavam de neoliberal e direitista”.
A TV Globo declarou que isso mostra a independência da jornalista quanto a governos de direita ou esquerda e e a sua solidariedade à profissional, compartilhada pela rádio CBN e o jornal O Globo.
Neste domingo 21, o assunto está entre os mais comentados do Twitter. Mas, ao que parece, os apoiadores de Bolsonaro não se convenceram com a verdade e levaram à lista dos assuntos mais comentados a hashtag #MiriamLeitaoTerroristaSim. Entre as postagens, há declarações que o Jornal Nacional mentiu com as declarações.
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