Alberto Fernández sobre Lula: “Su libertad depende más de razones políticas que jurídicas»

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Alberto Fernández: «Lula está entero y esperanzado

«Me voy feliz de haber visto una vez más a Lula, está entero y esperanzado, él es una figura importante para los argentinos que tenemos un enorme reconocimiento por él», comentó Alberto Fernández a poco de dejar la Supertintendencia de la Policía Federal en la fría tarde-noche de Curitiba.

Luiz Inácio Lula da Silva «es un hombre que está indebidamente preso» declaró el precandidato presidencial del Frente de Todos en dos diálogos telefónicos con este diario, uno antes y otro después de su paso por el reclusorio a donde estuvo acompañado por el ex canciller brasileño Celso Amorim.

«Fue una reunión muy buena en la que repasamos su situación, el panorama de Brasil y de Argentina, lo noté muy interesado sobre lo que ocurre en nuestro país».

«Creo que su libertad depende más de razones políticas que jurídicas», sin perder de vista la influencia de la «presión internacional» que puede cumplir un papel gravitante. Desde que está arrestado el líder del Partido de los Trabajadores recibió expresiones de respaldo de Cristina Fernández de Kirchner, Noam Chomsky, Oliver Stone, Massimo D´Alema y José Luis Rodriguez Zapatero. Fue visitado por Adolfo Pérez Esquivel y Cuauhtémoc Cárdenas.

«Hoy recordamos la visita que hicimos el año pasado junto con Celso Amorim al Vaticano donde se trató el tema Lula. Además por mi parte he hablado varias veces con el Papa sobre la persecución a líderes políticos de la región. Los casos de Brasil, Ecuador y Argentina son emblemáticos».

«Soy parte desde hace más de un año del comité internacional pro libertad de Lula, vine en viaje humanitario».

El líder petista está privado de su libertad desde el 7 de abril de 2018 a partir de una sentencia imaginativa del ex juez Sergio Moro .

El mentor de la causa Lava Jato dejó la carrera judicial a fines del año pasado tras recibir el convite del presidente Jair Bolsonaro para asumir la cartera de Justicia y Seguridad Pública. Una recompensa política para un proceso que también lo fue.

Diálogos obtenidos por el sitio brasileño The Intercept revelaron conversaciones ilegales del entonces magistrado con miembros del Ministerio Público -la fiscalía brasileña- para forzar la acusación de la cual surgió una condena hueca. «Veo con mucha preocupación la detención de Lula, tal vez el gobierno de Brasil no advierta que está creando una mácula muy fuerte teniendo detenido a un hombre como él, de cuya inocencia no dudo. Esto es una mácula al estado de derecho, me preocupa enormemente que estas cosas ocurran en nuestro continente», definió Fernández.

Horas antes de la llegada del precandidato presidencial a Curitiba, Jair Bolsonaro manifestó en la capital, Brasilia, implícitamente, su preocupación sobre los comicios de octubre en Argentina.

Durante un discurso en la embajada de Estados Unidos dijo que «tenemos un problema acá en el norte (gobierno venezolano) y no queremos que otros países se encaminen hacia el mismo lado».

No fue la primera vez que el derechista Bolsonaro manifiesta su temor a una derrota de Mauricio Macri, ya lo hizo en mayo al hablar ante empresarios tejanos en Dallas y a principio de junio durante su visita a Buenos Aires.

Ante el jefe de la misión diplomática norteamericana en Brasilia el ex capitán ahora presidente anunció ayer que propuso recientemente a Donald Trump que viaje a Brasil este año para encabezar una cumbre de presidentes de «centro y de centro derecha».

Consultado sobre los comentarios del presidente brasileño, Alberto Fernández respondió «la verdad lo mejor que puede hacer Bolsonaro por mí es hablar mal de mi».

Poco después, en una rueda de prensa frente a la Policía Federal, fue indagado sobre cuál será su relación con Brasil en caso de ser electo.

«Brasil ha elegido un presidente y yo respeto la decisión del pueblo de Brasil», explicó. Con Brasil sólo podemos estar bien, el destino nos ha hecho hermanos y no tenemos otra posibilidad que estar unidos».

De gorra y bufanda, Celso Amorim respaldaba los dichos del político argentino asintiendo con la cabeza.

«Voy a hablar en nombre del presidente Lula que se emocionó mucho con la visita de Alberto Fernández, su visita fue extramadamente significativa», dijo el dos veces canciller en la gestión lulista y ministro de Defensa de la gestión de Dilma Rousseff.

«Lula le dijo a Alberto que su primera tarea es ganar las elecciones, porque con la victoria de Alberto y de Cristina nosotros podríamos tener una esperanza de retorno de la democracia en América del Sur».

Página 12


“Prisão de Lula mancha o Estado de Direito”, diz favorito à eleição argentina

Preso político desde abril de 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, nesta quinta-feira (4), a visita de Alberto Fernández, candidato à Presidência da Argentina. No encontro privado, o ex-chanceler brasileiro Celso Amorim acompanhou o líder das pesquisas eleitorais no país vizinho. Após a conversa, os dois visitaram a Vigília Lula Livre.

Fernández tem como companheira de chapa a ex-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner. Ele foi chefe de gabinete de Néstor Kirchner e de Cristina entre 2003 e 2008, quando Lula era presidente do Brasil. “A detenção de Lula é uma mancha para o Estado de Direito. Eu me preocupo muito que estas coisas ocorram no nosso continente. O povo brasileiro não merece que alguém como Lula esteja preso”, disse o argentino.

Professor de Direito Penal na Universidade de Buenos Aires (UBA) há mais de 30 anos, Fernández afirmou que estará ao lado de Lula até que o sistema judicial entenda que se deve respeitar os direitos e as garantias de todos os cidadãos: “Talvez o governo do Brasil não perceba que está criando uma mancha muito grande para o seu governo mantendo preso um homem como Lula, de quem não duvido da inocência e que realmente tem todo o direito de estar em liberdade, também para se defender”.

Direto da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), o candidato a presidente da Argentina relacionou a detenção de Lula com outros casos de perseguição política no continente. “[Os processos contra Lula e Cristina Kirchner] são muito parecidos. Eu falei há pouco com Lula sobre três casos que me parecem emblemáticos: o do Equador, o da Argentina e o do Brasil. Nos três casos, os perseguidos são líderes que em algum momento governaram esses países. Nos três casos, as provas são forçadas para poder envolver os presidentes em fatos que não tem nada a ver com a realidade, nos quais eles nunca estiveram envolvidos”, analisou.

Celso Amorim, por sua vez, afirmou que a possível vitória de Fernández e Kirchner representaria a esperança de retomada da democracia na América Latina. “O presidente Lula, por sua vez, disse que a primeira tarefa do Alberto Fernández é ganhar as eleições na Argentina. Porque com isso, como já aconteceu no passado, haverá uma onda positiva de democracia e volta de justiça social e interesse na soberania”, disse.

Recebido com muita festividade, o ex-ministro das Relações Exteriores comemorou a resistência da Vigília Lula Livre: “Lula sempre agradece muito por vocês estarem aqui e darem esse alento de emoção para ajudar a resistir a essas injustiças e continuar lutando”.

Ao final da entrevista coletiva, Fernández aderiu ao abaixo-assinado que pede a anulação dos julgamentos das ações penais contra o ex-presidente. A carta é endereçada aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O oponente de Fernández nas eleições de outubro é Mauricio Macri, atual presidente argentino. O candidato favorito destacou a alegria em visitar o petista que, segundo ele, é muito estimado pelo povo argentino. O favorito às eleições no país vizinho ainda brincou que futebol foi o único assunto do qual não falaram.

«Não temos nenhuma possibilidade que não seja estar bem com o Brasil. O país elegeu um presidente, e eu respeito a decisão do povo brasileiro. Com o povo do Brasil só podemos estar bem. Só podemos estar unidos», finalizou.

Brasil de Fato


Kirchnerista diz que revisará acordo entre Mercosul e União Europeia

O candidato à Presidência da Argentina Alberto Fernández afirmou nesta quinta-feira (4) que vai rever o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, caso o pacto represente desindustrialização para o país.

Fernández, que lidera chapa tendo como vice a ex-presidente Cristina Kirchner, ainda disse que o acordo foi anunciado precipitadamente para que Mauricio Macri, atual presidente argentino, obtenha vantagens na corrida eleitoral.

“A França está rechaçando [o acordo) e, se a segunda economia da Europa rechaça, em que consiste esse acordo? O que me preocupa é que parece que o acordo condena a Argentina a um processo de desindustrialização muito grande, e a maior obsessão que tenho é que não haja um só argentino sem trabalho», afirmou.

«Eu não conheço em detalhes, mas se o acordo é o que se vislumbra não podemos racionalmente concordar”, disse.

Com o ex-chanceler Celso Amorim, Fernández visitou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba, onde o petista está preso desde abril do ano passado.

Para o candidato, há uma perseguição a líderes da América Latina alvos de processos na Justiça envolvendo corrupção. Ele citou ainda o caso da vice-presidente do Equador, María Alejandra Vicuña, que renunciou ao cargo em 2018 após denúncias.

“São três casos sintomáticos: Equador, Argentina e de Brasil. Nos três se perseguem três líderes. Nos três casos há uma ‘forçação’ para envolver os presidentes que não têm nada que ver com a realidade, que nunca estiveram envolvidos”, declarou.

Para o kirchnerista, professor de direito penal na Universidade de Buenos Aires, a prisão de Lula é uma “mancha” para o Brasil.

“Ele realmente tem todo direito de estar em liberdade para se defender. É uma mácula ao estado de direito. Me preocupa enormemente que essas coisas ocorram em nosso continente”, disse.

Questionado sobre a relação com o Brasil, Fernández não quis atacar o presidente Jair Bolsonaro (PSL), aliado de Macri.

“Não vou contestar o presidente Bolsonaro, que ele continue falando mais de mim, não sabe o favor que me faz”, afirmou. Ele apontou ainda que o Brasil é um “sócio prioritário” e que pretende “estar unido” com o país caso eleito.

Apesar de ter atacado a segunda gestão de Cristina como presidente, entre 2011 e 2015, Fernández justificou ter aceitado a fórmula eleitoral porque ambos perceberam que, divididos, facilitariam o caminho para a reeleição do atual presidente.

“E agora nos unimos, não Cristina e Alberto, mas todo o peronismo e toda força progressista de Argentina.”

A eleição presidencial na Argentina ocorre em outubro. As atuais pesquisas apontam empate técnico entre as duas chapas. Mas, para Fernández, há influência da imprensa “macrista” na divulgação dos números. “Não acontece isso, estamos bem”, declarou.

Folha de S. Paulo

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