La procuradora general de Brasil se opone a la anulación de la condena de Lula a días de la decisión del STF
Fiscalía brasileña pide rechazar solicitud de anulación de condena de Lula
La Procuraduría de Brasil expresó este viernes su rechazo a la posibilidad de que la Corte Suprema anule la condena por corrupción impuesta al ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva tras la divulgación de supuestas conversaciones que ponen en duda la imparcialidad del juez que lo sentenció.
El rechazo figura en un parecer que la procuradora general de la República, Raquel Dodge, le envió este viernes al Supremo Tribunal Federal (STF) para expresar su posición frente a un recurso de «habeas corpus» que los abogados de Lula presentaron ante la Corte Suprema y en el que piden la anulación de la condena por considerar que el juez Sergio Moro no fue imparcial en el proceso.
La Corte Suprema tiene previsto pronunciarse el próximo martes sobre el nuevo recurso en que la defensa del ex gobernante pide la anulación de la condena y su inmediata liberación.
En su documento, la Procuraduría le pide al máximo tribunal del país que rechace la petición de los abogados por considerar que la misma se basa en hechos sobre los que hay serias «dudas jurídicas».
El cuestionado caso
Según los abogados del ex presidente, las supuestas conversaciones de fiscales y el juez que condenó a Lula divulgadas por un portal en internet el 9 de junio pasado indican que Moro, hoy ministro de Justicia de Brasil, actuó de forma parcial en el proceso al darle diferentes instrucciones a la Fiscalía.
Moro era hasta el año pasado el juez responsable por el caso Lava Jato, la mayor operación de combate a la corrupción en la historia de Brasil, en el marco de la cual condenó a Lula a 9 años y 6 meses de prisión por corrupción y lavado de dinero.
El entonces juez sentenció a Lula y ordenó su encarcelamiento tras dar por probado que recibió un apartamento en una playa de Sao Paulo a cambio de favores políticos a la constructora OAS.
La revelación de los mensajes entre las autoridades, que llegaron al portal The Intercept gracias a un hacker anónimo que intervino los teléfonos de algunos fiscales, generó un escándalo en Brasil y llevó a la defensa de Lula a reiterar que el ex mandatario fue víctima de una «persecución política» y que el juicio en su contra estaba «viciado» y que tendría que ser declarado nulo.
Moro y Fiscalía cuestionan «veracidad» de las revelaciones
El ministro de Justicia, que compareció esta semana al Senado para presentar su defensa, alegó que las conversaciones fueron obtenidas ilegalmente; que no puede constatar su veracidad ya que pudieron haber sido modificadas y que nada de lo divulgado hasta el momento muestra que hubiera intervenido ilegalmente en el proceso.
Tal alegato fue reiterado por la Procuraduría General de la República en el parecer enviado a la Corte y en el que asegura que no es posible verificar la autenticidad de los mensajes ni saber si fueron alterados porque el material nunca fue enviado a las autoridades competentes.
«El material publicado por el portal The Intercept, al que se refiere la petición hecha por la defensa del condenado, aún no fue presentado a las autoridades públicas para que verifiquen su autenticidad. Ante eso, su autenticidad no fue analizada y muchos menos confirmada», según la procuradora.
La titular de la Procuraduría agregó que existen sospechas de que el material fue obtenido mediante ataques de piratas informáticos, lo que, en su opinión, anularía el valor de las pruebas por su origen criminal.
«La Procuraduría manifiesta su preocupación con la posibilidad de que los supuestos mensajes hayan sido obtenidos de forma criminal, lo que viola la garantía constitucional a la privacidad de las comunicaciones y constituye un grave atentado a las autoridades», agregó Dodge.
Defesa de Lula contesta PGR e reforça suspeição de Moro
Em texto assinado pelos advogados Cristiano Zanin e Valeska Martins, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva questionou a manifestação da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, contra o pedido de suspeição dos defensores em relação ao ex-juiz federal Sérgio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública.
A defesa afirma que, ao contrário do que afirmou a chefe da PGR, o pedido de suspeição não tem como bse reportagens do site Intercept Brasil que apontaram interferência do ex-magistrado no trabalho do MPF-PR para tirar o ex-presidente da eleição de 2018. «A ação constitucional está amparada em graves fatos que antecederam as reportagens do ‘The Intercept'», diz a nota.
«Referido habeas corpus, que começou a ser julgado pela Suprema Corte em 04/12/2018 — muito antes, portanto, das reportagens do ‘The Intercept’ — mostra que o ex-juiz Sérgio Moro ‘sempre revelou interesse na condução do processo e no seu desfecho’ a partir de fatos concretos que estão descritos e comprovados naquele requerimento, tais como: (i) autorização para monitoramento do principal ramal do nosso escritório para que a Lava Jato pudesse acompanhar em tempo real a estratégia de defesa de Lula; (ii) imposição de condução coercitiva e diversas outras medidas excepcionais com o objetivo de rotular Lula como culpado antes do processo e do seu julgamento; (iii) atuação fora das suas atribuições legais para impedir o cumprimento da ordem de soltura emitida pelo Des. Federal Rogério Favreto; (iv) divulgação de atos processuais que estavam em sigilo com o objetivo de interferir nas eleições presidenciais de 2018; (v) aceitação do cargo de Ministro de Estado do atual Presidente da República que foi beneficiado pela condenação de Lula e, além de seu opositor político, já defendeu que o ex-Presidente deve ‘apodrecer na cadeia'», afirma.
Leia a íntegra do texto:
Ao contrário do que foi afirmado pela ilustre Procuradora Geral da República em manifestação protocolada nesta data (21/06) o Habeas Corpus nº 164.493 que impetramos em favor do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 05/11/2018 e que está na pauta da 2ª. Turma do STF do próximo dia 25 não está amparado nas reportagens divulgadas pelo “The Intercept”.
Referido habeas corpus, que começou a ser julgado pela Suprema Corte em 04/12/2018 — muito antes, portanto, das reportagens do “The Intercept” — mostra que o ex-juiz Sérgio Moro “sempre revelou interesse na condução do processo e no seu desfecho” a partir de fatos concretos que estão descritos e comprovados naquele requerimento, tais como: (i) autorização para monitoramento do principal ramal do nosso escritório para que a Lava Jato pudesse acompanhar em tempo real a estratégia de defesa de Lula; (ii) imposição de condução coercitiva e diversas outras medidas excepcionais com o objetivo de rotular Lula como culpado antes do processo e do seu julgamento; (iii) atuação fora das suas atribuições legais para impedir o cumprimento da ordem de soltura emitida pelo Des. Federal Rogério Favreto; (iv) divulgação de atos processuais que estavam em sigilo com o objetivo de interferir nas eleições presidenciais de 2018; (v) aceitação do cargo de Ministro de Estado do atual Presidente da República que foi beneficiado pela condenação de Lula e, além de seu opositor político, já defendeu que o ex-Presidente deve “apodrecer na cadeia”.
Em 13/06/2019 fizemos apenas o registro nos autos daquele habeas corpus de que as reportagens publicadas pelo “The Intercept” a partir de 09/06/2019, cujo conteúdo é público e notório — e nessa condição independe de qualquer demonstração (CPC, art. 374, I. c.c. CPP, art. 3º) —, remetem à “conjuntura e minúcias das circunstâncias históricas em que ocorreram os fatos comprovados nestes autos e sublinhados desde a sustentação oral realizada pelo primeiro subscritor em 04/12/2018”.
Eventual investigação instaurada pela Exma. Sra. Procuradora Geral da República não possui qualquer relação com o Habeas Corpus nº 164.493 ou com o seu desfecho porque essa ação constitucional está amparada em graves fatos que antecederam as reportagens do “The Intercept” e que já são mais do que suficientes para evidenciar que o ex-Presidente Lula não teve direito e um julgamento justo, imparcial e independente — o que deve resultar na anulação de todo o processo contra ele instaurado, com o restabelecimento de sua liberdade plena.
Cristiano Zanin e Valeska Martins