Lula, expresidente de Brasil: «Bolsonaro defiende el estado policial, un estado armado»

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Entrevista a Lula, ex presidente de Brasil, de la cadena inglesa BBC: “Bolsonaro cree arreglar el problema con armas”

El ex presidente brasileño, Luiz Ignácio Lula da Silva, consideró que Bolsonaro es un enfermo que cree que el problema de Brasil se arregla con armas. Estas fueron las primeras declaraciones que el ex mandatario brasileño concedió en una entrevista a la cadena inglesa BBC, la segunda desde que está preso sede de la Policía Federal en Curitiba.

“Bolsonaro defiende el estado policial, un estado armado. Bolsonaro es un enfermo que cree que el problema de Brasil se arregla con armas. El problema de Brasil se resuelve con libros y con escuelas”, retrucó el líder de izquierda en una semana que estuvo signada por la firma de un decreto impulsado por Bolsonaro que flexibiliza la tenencia de armas en el país. “La impresión que tengo es que Bolsonaro no tiene noción de las cosas de las que habla, él no conoce nada de política exterior como tampoco conoce nada de economía”, dijo el líder petista en una entrevista con el periodista Kennedy Alencar. Para Lula, Bolsonaro no tiene método ni estrategia. “Él corre detrás del hijo para apagar un incendio todos los días. Sinceramente no sé cómo funciona su familia, pero lo que se presenta públicamente es un negocio incontrolable. Obviamente que por el bien de Brasil espero que él aprenda”, dijo Lula.

Lula fue entrevistado en la Superintendencia de la Policía Federal en Curitiba, donde está preso desde abril de 2018. La entrevista fue solicitada por Alencar el año pasado pero recién pudo realizarse el tres de mayo debido a una resolución del Supremo Tribunal Federal. En septiembre del año pasado Lula fue inhabilitado para dar declaraciones a medios sin embargo en abril pasado el presidente de la Corte, Dias Toffoli, revirtió esa medida. La primer entrevista del ex mandatario fue con los diarios Folha de S.Paulo y El País Brasil.

Durante la conversación, que duró dos horas y media, Lula recordó con emoción lo que hicieron los gobiernos del Partido de los Trabajadores (PT) por la educación pública: 18 nuevas universidades federales y 173 campus. Además redoblaron el número de estudiantes en pregrado (de 2003 a 2014, pasaron de 505 mil a 932 mil estudiantes). Acto seguido Lula dijo que la guerra a la educación pública del país es un intento de borrar lo que calificó como el inmenso legado que dejaron los gobiernos de PT.

Invertir en educación pública fue uno de los consejos del expresidente para Bolsonaro. “Si Brasil quiere ser respetado, tiene que cuidar de sí mismo. Eso no se logra sólo con el discurso, sino que también se logra en la práctica. En vez de hablar tonterías, él debería terminar el mandato haciendo más universidades, colocando más niños en la escuela y construyendo más casas”, dijo Lula.

Además de repasar su gestión, el ex mandatario de 73 años dio su opinión sobre la presidencia de Dilma Rousseff: “A veces lamento no haber sido más firme con Dilma para hacer algunas cosas”, dijo, sin ofrecer más detalles. “Una persona llena de confianza como Dilma, cuando el carro comienza a derrapar no siempre tiene la calma de parar y decir ‘espera, vamos a parar, vamos a oír, vamos a conversar’”, comentó el exmandatario que gobernó Brasil entre 2003 y 2010. El líder del PT dijo, además, que la Copa de 2014 y los Juegos Olímpicos celebrados en Rio-2016 fueron “oportunidades perdidas”. “Fue una oportunidad mal aprovechada por Brasil. Brasil ya estaba tomado por el odio”, agregó.

Lula fue acusado de haber aceptado un apartamento tríplex en Guarujá (litoral del estado San Pablo) que presuntamente habría sido ofrecido por constructoras para obtener contratos en Petrobras. Sin embargo desde el inicio de las denuncias, Lula insiste en su inocencia al tiempo que denuncia que es víctima de una persecución política para impedir que la izquierda vuelva al poder. Y en su última entrevista no perdió oportunidad para transmitirle al mundo su verdad. “Alguien tiene que mostrar la prueba, ese apartamento, ese maldito apartamento, si es mío tiene que tener un documento, tiene que haber un contrato, tiene que haber registro de un pago, algo tiene que ser mostrado”, exigió.

Con la misma vehemencia Lula habló sobre el juez Sérgio Moro, quien lideró su caso en la justicia. “Él no va a sobrevivir en política”, dijo sobre el ex juez y ahora ministro de Justicia. Y además lo denunció por ofrecer información falsa a la prensa sobre el caso Lava Jato. “La prensa transformaba la mentira del Moro en verdad. ¿Por qué crees que decidí resistir? Porque quiero probar que ellos mintieron”, dijo y remató: “Me encantaría salir de aquí para hacer un debate con el Moro sobre los crímenes que cometí”. Hacia el final Lula afirmó que nunca renunciará a la lucha por probar su inocencia.

Página|12


Lula insiste em linha de defesa e critica Bolsonaro: ‘Ele não sabe lé com cré’

«A impressão que eu tenho é que ele não sabe lé com cré. A impressão que eu tenho é que ele não tem noção das coisas que ele fala. Ele não conhece nada de política externa, ele não conhece nada de economia. Ele faz questão de mostrar que não conhece», disse o petista em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, comentarista da rádio CBN.

Para Lula, Bolsonaro não tem método nem estratégia. «Ele corre atrás do filho para apagar um incêndio todo dia. Eu sinceramente não sei como é que funciona a família. Como eu não conheço, não vou ficar dando palpite. Mas o que se apresenta publicamente é um negócio incontrolável. Obviamente que pelo bem do Brasil eu espero que ele aprenda.»

O ex-presidente também criticou Bolsonaro por facilitar o acesso a armas de fogo no país. «(Ele) acha que o problema do Brasil se resolve com arma. O problema do Brasil se resolve com livro, com escola.»

O petista foi entrevistado na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso. A entrevista foi solicitada por Alencar no ano passado, mas só foi realizada neste mês por causa de decisões divergentes de ministros do Supremo Tribunal Federal. Declarações do petista a veículos de imprensa estiveram proibidas de setembro de 2018 a abril deste ano, quando o presidente da Corte, Dias Toffoli, liberou que ele fosse entrevistado pelos jornais Folha de S.Paulo e El País Brasil.

O canal fechado BBC World News exibiu nesta sexta-feira (10), às 22h30 (horário de Brasília), trechos da entrevista concedida a Kennedy Alencar, como parte da reportagem de 30 minutos sobre o ex-presidente chamada Lula: Behind Bars (Lula: Atrás das Grades, em tradução livre). Veja mais detalhes aqui.

Em uma das partes da entrevista de duas horas e 15 minutos, Lula afirmou que os protestos de junho de 2013 foram manipulados pela mídia contra o PT.

«Ninguém me convence que aquilo foi porque a polícia de São Paulo bateu numa manifestação de 3.000 pessoas que estavam reivindicando 20% de diminuição no aumento do transporte e que a sociedade foi para rua. Eu não acredito. Aquilo, na minha opinião, já fazia parte da arquitetura política de derrubar o governo, de tirar o PT do poder, porque era uma manifestação muito contra o PT.»

Linha de defesa

Ao longo da entrevista, Lula insistiu em sua linha de defesa sobre a condenação no caso do tríplex no Guarujá, questionando as evidências apresentadas pelo Ministério Público Federal e chanceladas pelo então juiz federal Sergio Moro – e atual ministro da Justiça e Segurança Pública – e pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

«Alguém tem que mostrar (a prova). Esse apartamento, esse maldito apartamento, se ele é meu, tem que ter um documento, tem que ter um contrato, tem que ter um pagamento. Alguma coisa tem que ser mostrada. Não é possível que alguém possa dizer que um apartamento é meu se eu não comprei, não morei, não paguei, não tem escritura. Que negócio é meu?», afirma.

Em sua decisão de 218 páginas, Moro considerou que Lula ocultava a propriedade do tríplex no litoral paulista, o que caracteriza o crime de lavagem de dinheiro. Segundo o juiz, o imóvel e sua reforma foram concedidos pelo grupo OAS ao ex-presidente como um «acerto de corrupção decorrente em parte dos contratos com a Petrobras», conforme afirmou na época da sua decisão.

Um dos principais argumentos da defesa é que o apartamento está registrado como propriedade da OAS e, portanto, jamais pertenceu ao ex-presidente. Para o juiz, para configurar vantagem indevida, não seria necessário que o imóvel tivesse sido transferido para o nome de Lula.

Ainda segundo a sentença, os valores gastos pela OAS com o tríplex, no total de R$ 2.252.472, foram debitados de uma conta de propina que a empreiteira mantinha com o PT, e que teria sido abastecida por meio do esquema de corrupção na Petrobras.

«Você acha que um cara que virou presidente da República, que tinha o status que eu tinha a nível mundial, que tinha o carinho que eu tinha a nível mundial, iria sujar a minha biografia por um maldito apartamento? Acha que eu ia fazer isso? Jogar fora um patrimônio construído? Se essa gente tivesse prova, essa gente me desmascarava», afirmou Lula a Alencar.

Na entrevista ao jornalista, Lula voltou a acusar Moro de manipular a imprensa ao vazar seletivamente informações sigilosas.

«O Moro fornecia à imprensa as informações em primeira mão, do jeito que ele entendia, a imprensa transformava a mentira do Moro em verdade, e aí o cara já estava condenado. Por que que você acha que eu resolvi resistir? Porque eu quero provar que eles mentiram.»

Procurado em dezembro pela BBC World News, Moro afirmou que o ex-presidente foi condenado por ser o responsável pelo escândalo da Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato. Segundo ele, foram pagos quase US$ 2 bilhões em propina usando contratos da Petrobras durante a Presidência do petista e o apartamento é parte desses repasses ilegais que foram direcionados para benefício próprio de Lula.

Desta vez, procurado pela reportagem, Moro preferiu não fazer comentários.

Para Lula, Moro não vai sobreviver à política. «Ele não nasceu para isso. Ele nasceu para se esconder atrás de uma toga e ficar lendo o Código Penal. É para isso que ele nasceu. Ele tem que se expor a debate. Eu, por exemplo, adoraria se sair daqui fazer um debate com o Moro sobre os crimes que cometi.»

A entrevista a Alencar ocorreu em 3 de maio, dias depois de Lula ser entrevistado por Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, e Florestan Fernandes Júnior, do El País Brasil. Naquela ocasião, em 26 de abril, o petista afirmou que tinha uma obsessão em provar sua inocência e que o país era governado por um «bando de malucos».

Em reação, Bolsonaro afirmou que Lula não deveria ser autorizado pela Justiça a conceder entrevistas. «Maluco? Quem era o time dele? Grande parte está preso ou está sendo processado. Tinha um plano de poder onde, nos finalmentes, nos roubaria a nossa liberdade, ok? Eu acho um equívoco, um erro da Justiça ter dado direito a dar uma entrevista. Presidiário tem que cumprir sua pena.»

BBC


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