Brasil: presidente de Israel rechaza polémicas declaraciones sobre el holocausto y Bolsonaro se retracta
El presidente de Israel critica a Bolsonaro: «Nunca perdonaremos y nunca olvidaremos»
El presidente de Israel, Reuven Rivlin, criticó de forma contundente al presidente de Brasil, Jair Bolsonaro, por sus recientes declaraciones respecto al Holocausto.
Bolsonaro, quien a comienzos de este mes visitó Israel, dijo durante un encuentro con pastores evangélicos, que los crímenes del Holocausto «pueden ser perdonados».
En reacción a sus declaraciones el presidente Rivlin escribió en su cuenta de Twitter: «Siempre nos opondremos a aquellos que niegan la verdad o a aquellos que desean borrar nuestra memoria, no a individuos o grupos, ni a líderes de partidos o primeros ministros. Nunca perdonaremos y nunca olvidaremos».
Además, Rivlin dijo que «el pueblo judío siempre luchará contra el antisemitismo y la xenofobia. Los líderes políticos son responsables por moldear el futuro. Los historiadores describen el pasado e investigan lo ocurrido. Ninguno debe entrar al terreno del otro».
El museo del Holocausto en Jerusalén, Yad Vashem, también criticó al presidente de Brasil: «No corresponde a ninguna persona determinar si se pueden perdonar los crímenes del Holocausto», expresó en un comunicado.
Israelenses reprovam Bolsonaro por fala sobre Holocausto
O presidente de Israel, Reuven Rivlin, se uniu a diversos israelenses para criticar o presidente Jair Bolsonaro, após o brasileiro dizer que os crimes do Holocausto podem ser perdoados, mas nunca esquecidos. “Nós nunca perdoaremos e nunca esqueceremos. Ninguém jamais será capaz de impor perdão ao povo judeu e nunca poderá ser obtido por outros interesses”, disse Rivlin no Twitter, sem citar o nome do brasileiro.
“O que [os nazistas] fizeram conosco está gravado em nossa memória, na memória de um povo antigo”, acrescentou o chefe de Estado israelense, ressaltando que os judeus “sempre lutarão contra a xenofobia e o antissemitismo”. Para Rivlin, “líderes políticos são responsáveis por moldar o futuro. Historiadores descrevem o passado e investigam o que aconteceu. Nenhuma das partes deveria entrar no território da outra”.
Neste sábado (13), o centro de memória do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, divulgou um comunicado no qual afirma que “não é direito de nenhuma pessoa determinar se crimes hediondos do Holocausto podem ser perdoados”. Segundo a nota, o museu dedicado a homenagear as vítimas do genocídio afirma que “desde sua criação tem trabalhado para manter a lembrança do Holocausto viva e relevante para o povo judeu e a toda humanidade”.
Durante reunião com pastores evangélicos no Rio de Janeiro, na última quinta-feira (11), Bolsonaro provocou debates em todo o mundo depois de dizer que é possível perdoar o Holocausto, só não esquecê-lo. “Fui, mais uma vez, ao Museu do Holocausto. Nós podemos perdoar, mas não podemos esquecer. E é minha essa frase: Quem esquece seu passado está condenado a não ter futuro. Se não queremos repetir a história que não foi boa, vamos evitar com ações e atos para que ela não se repita daquela forma”, afirmou o mandatário brasileiro. Neste domingo (14), o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, informou que recebeu uma mensagem de Bolsonaro, na qual explica que “o perdão é algo pessoal”. Além disso, ele tomou partido de Bolsonaro e alertou que quem tentar desacreditar “das palavras de um grande amigo do povo e do governo de Israel” não terá sucesso.
“Em nenhum momento de seu discurso o presidente mostrou desrespeito ou indiferença em relação ao sofrimento dos judeus”, publicou em uma rede social.
Bolsonaro é considerado um forte apoiador de Israel e do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. No início do mês, ele visitou o Museu do Holocausto e chegou a afirmar que “não há dúvida de que o nazismo foi um movimento de esquerda”. A declaração contraria todas as informações disponibilizadas pelo centro cultural.
Em carta, Bolsonaro diz: «Querem me afastar dos amigos judeus»
Depois de o presidente Jair Bolsonaro receber críticas do presidente israelense, Reuven Rivlin, e do Memorial do Holocausto em Jerusalém por ter afirmado que «poderia perdoar, mas não esquecer», o extermínio de 6 milhões de judeus pelos nazistas, ele enviou ainda no sábado uma carta à embaixada israelense no Brasil na qual procura se explicar.
No texto, Bolsonaro afirma que «o perdão é algo pessoal, nunca num contexto histórico como no caso do Holocausto» e que «qualquer outra interpretação só interessa a quem quer me afastar dos amigos judeus».
«Ao povo de Israel : deixei escrito no livro de visitantes do Memorial do Holocausto em Jerusalém: ‘AQUELE QUE ESQUECE SEU PASSADO ESTÁ CONDENADO A NÃO TER FUTURO’. Portanto, qualquer outra interpretação só interessa a quem quer me afastar dos amigos judeus. Já o perdão, é algo pessoal, nunca num contexto histórico como no caso do Holocausto, onde milhões de inocentes foram mortos num cruel genocídio», diz a íntegra da mensagem do brasileiro aos israelenses.
Ainda no sábado, ao ver as críticas feitas em seu país às declarações de Bolsonaro, o embaixador israelense no Brasil, Yossi Shelley, saiu em defesa do presidente brasileiro. «Em nenhum momento de sua fala o presidente mostrou desrespeito ou indiferença pelo sofrimento judeu. Não vingarão aqueles que desejam levantar suspeições sobre as palavras de um grande amigo do povo e governo de Israel», escreveu Shelley, que é próximo do presidente brasileiro e foi o principal articulador da viagem e Bolsonaro a Israel, no início de abril.
Entenda a polêmica
Bolsonaro fez comentários na quinta-feira (11) à noite em uma reunião com pastores evangélicos no Rio de Janeiro, enquanto falava sobre sua visita ao memorial do Holocausto em Jerusalém no início deste mês. “Podemos perdoar. Mas não podemos esquecer”, afirmou sobre o Holocausto, acrescentando que ações eram necessárias para garantir que tais horrores não se repetissem.
“Aqueles que esquecem seu passado estão condenados a não ter futuro”, acrescentou o presidente. O presidente israelense, Reuven Rivlin e o memorial do Holocausto, Yad Vashem, de Jerusalém, criticaram o líder brasileiro.
“Nunca vamos perdoar e nunca vamos esquecer”, disse Rivlin no Twitter. Sem mencionar o nome de Bolsonaro, e continuou com uma mensagem claramente dirigida a ele.
«O que Amalek fez para nós está inscrito em nossa memória, a memória de um povo antigo. Nós sempre nos oporemos àqueles que negam a verdade ou àqueles que desejam eliminar nossa memória – não indivíduos ou grupos, nem líderes partidários ou primeiros-ministros. Nós nunca vamos perdoar e nunca vamos esquecer», escreveu em ingês o líder israelense.
«O povo judeu sempre lutará contra o anti-semitismo e a xenofobia. Os líderes políticos são responsáveis por moldar o futuro. Historiadores descrevem o passado e pesquisam o que aconteceu. Nenhum deve entrar no território do outro», continuou.
Já Yad Vashem, o centro de Jerusalém que serve de memorial aos seis milhões de judeus assassinados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, também discordou dos comentários de Bolsonaro.
“Não concordamos com a afirmação do presidente brasileiro de que o Holocausto pode ser perdoado”, disse o centro, segundo relatos da mídia israelense sobre Bolsonaro .
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