Detienen a 10 militares en Río de Janeiro por el asesinato de un músico

785

Militares brasileños acribillan un auto por error y mataron a un músico que iba con su familia

Las autoridades militares brasileñas arrestaron este lunes a 10 soldados que formaban parte de un contingente que el domingo disparó más de 80 balazos contra un vehículo en Rio de Janeiro, matando a un hombre e hiriendo a otras dos personas.

Evaldo dos Santos Rosa, de 51 años, que trabajaba como músico y agente de seguridad, se hallaba en su vehículo junto a su suegro, que resultó herido, al igual que un transeúnte. En el vehículo se hallaban también la esposa de Santos Rosa, su hijo de 7 años y una niña de 13, que salieron ilesos.

La viuda de Santos Rosa afirmó que después del primer tiro pidió ayuda a los soldados, pero éstos continuaron disparando. “¿Por qué el cuartel hizo eso? Los vecinos vinieron a socorrernos pero ellos siguieron disparando. Le pedí a uno de ellos: ‘Muchacho, ayuda a mi esposo!’. No hicieron nada, se burlaron”, afirmó Luciana Nogueira a la TV local. “Esto no puede seguir pasando. Queremos justicia”, dijo a AP el hijo de 29 años de Dos Santos Rosa, Daniel, quien contó además que venía de una fiesta.

El incidente se produjo en el barrio Guadalupe, en la zona norte de Rio, en el perímetro de seguridad de un área militar donde las tropas realizaban un «patrullaje regular», informó el Ejército.

El Comando Militar de la zona Este indicó en un comunicado que el primer parte oficial señalaba que la tropa «reaccionó a una agresión procedente de criminales a bordo del vehículo» pero que, tras tomar declaraciones a los implicados y oír a testigos, «se identificaron inconsistencias» en esa versión.

Como conclusión de esa indagación, «se determinó labrar actas de prisión de 10 de los 12 militares interrogados, por incumplimiento de las normas de acción», precisa el comunicado.

Un comisario de la División de Homicidios de la Policía Civil, Leonardo Salgado, dijo el domingo por la noche a TV Globo que en el vehículo del músico «no se encontró ninguna arma». «No veo indicios de legítima defensa, por la cantidad de tiros», agregó.

Los militares participaron en los últimos años en operaciones contra la criminalidad en Rio, e incluso estuvieron desde febrero hasta diciembre de 2018 al frente del área de seguridad de este estado desbordado por la violencia.

El nuevo gobernador de Rio, Wilson Witzel, prometió aplicar una política de mano dura frente al crimen, en un discurso sintonizado con el presidente de ultraderecha Jair Bolsonaro.

Witzel admitió a fines de marzo que la policía recurre a francotiradores para disparar a distancia a sospechosos armados.

En enero y febrero de 2019, los dos primeros meses que Witzel ha ocupado el cargo, 305 personas fueron abatidas por la policía en Rio, de acuerdo con estadísticas del gobierno. Esa cifra representa un incremento de 17,6% respecto al mismo periodo de 2018.

Algunos de esos casos levantaron cuestionamientos sobre los métodos policiales.

El 8 de febrero, una operación policial en una favela del barrio turístico Santa Teresa dejó 13 muertos y despertó, según la Defensoría Pública, sospechas de que se trató de una ejecución sumaria.

La ONG Rio de Paz manifestó su “repudio” al proceder de los militares detenidos y exigió una manifestación de la Presidencia, de quien dependen en última instancia las Fuerzas Armadas.

“A pesar de todos los buenos servicios prestados por las Fuerzas Armadas en el patrullaje ostensivo en el Estado de Río, la ONG Rio de Paz pide que toda la sociedad exija a las autoridades, sobre todo a las que están bajo el mando del Ministerio de Defensa, todo el rigor en la investigación de los hechos”.

La ola de violencia que enfrenta Río de Janeiro desde los Juegos Olímpicos de 2016 ha dejado más de 6.000 muertos cada año, algo que no pudo frenar la intervención de la seguridad pública, medida que se implementó en Río durante el 2018.

La intervención, implementada el 16 de febrero de 2018 y que se extendió hasta el 31 de diciembre del año pasado, cedió al Ejército el control de la seguridad pública en Río. Durante los 10 meses que se implementó la medida en Río, 1.375 personas murieron por acciones policiales, un 33,6 % más con relación al mismo período de 2017, según la ONG Observatorio de la Intervención.

Clarín


Exército determina prisão de militares envolvidos em assassinato de músico no Rio

O Exército determinou nesta segunda-feira (8) a prisão em flagrante de 10 dos 12 militares envolvidos no assassinato do músico Evaldo Rosa dos Santos, 46, na tarde deste domingo (7), em Guadalupe, zona norte do Rio de Janeiro. O carro onde Santos estava foi alvejado por mais de 80 tiros disparado pela equipe militar.

A investigação do Exército identificou inconsistências entre a história inicialmente contada pela equipe e informações que chegaram posteriormente ao Comando. Os militares foram afastados e encaminhados à Delegacia de Polícia Judiciária Militar para tomada de depoimentos. Uma testemunha civil também foi ouvida.

Os militares envolvidos no episódio disseram que haviam sido alvo de tiros dos ocupantes do veículo. Amigos das vítimas negam a versão e afirmam que o veículo levava uma família, inclusive uma criança de sete anos. O sogro de Santos e um pedestre que passava no local e tentou ajudar ficaram feridos.

Vídeos publicados nas redes sociais mostram moradores da região criticando os militares logo após os disparos. Eles dizem que o carro da família foi confundido com o de bandidos.

«Quando eles [militares] começaram a atirar, minha tia pegou meu primo no colo e mostrou que era carro de família, mas mesmo assim eles não pararam de dar tiros», disse um dos sobrinhos de Evaldo ao jornal Extra.

Ao fim da tarde de domingo (7), o CML (Comando Militar do Leste) emitiu nota afirmando que, por volta das 14h40, uma patrulha havia se deparado com um assalto nas imediações do piscinão de Deodoro. No texto, o exército dizia que dois criminosos dentro de um veículo haviam atirado contra os militares, que responderam à «injusta agressão».

Já na manhã de segunda (8), o CML mudou seu posicionamento. O comando justificou o conteúdo da primeira nota afirmando que o texto havia sido escrito com base em informações iniciais repassadas pela patrulha. Na nova nota, o Exército afirma que tem compromisso com a transparência e repudia «veementemente» excessos ou abusos cometidos por militares.

A investigação está a cargo do Exército, mas o delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil, afirmou que não há nenhum indício de que os ocupantes do carro fossem bandidos ou que tivessem reagido à abordagem dos militares. A Polícia Civil realizou a perícia no local e constatou mais de 80 tiros; não foi achada nenhuma arma com os ocupantes do veículo.

«Tudo indica que houve o fuzilamento do veículo de uma família de bem indo para um chá de bebê. Uma ação totalmente desproporcional e sem justificativa», afirmou o delegado.

O Rio de Janeiro não se encontra mais sob intervenção federal na segurança pública desde o fim do ano passado. Também em dezembro teve fim uma operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), decretada pelo ex-presidente Michel Temer, que dava poder de polícia às Forças Armadas.

Segundo o CML, a equipe realizava um patrulhamento regular no perímetro de segurança da Vila Militar, que fica próxima ao bairro onde ocorreu o assassinato.

Lei sancionada por Temer em 2017 determina que crimes dolosos contra a vida cometidos por militares contra civis serão de competência da Justiça Militar em três casos: se praticados no cumprimento de atribuições estabelecidas pelo presidente ou pelo Ministro de Estado da Defesa; se cometidos em ação que envolva a segurança de instituição militar; ou se forem de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem.

Na madrugada de sexta-feira (5), um jovem morreu e outro ficou ferido atingidos por militares perto da Vila Militar, na zona oeste do Rio.

Segundo o CML, quatro criminosos furaram um posto de bloqueio e controle do Exército e, após desobedecerem a sucessivas ordens de parar, lançaram os veículos contra as sentinelas, que reagiram à agressão. Outros dois teriam fugido.

A Polícia do Exército compareceu ao local para realizar uma perícia e um inquérito policial militar foi instaurado para apurar o caso. A família contesta a versão dos militares.

O porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, disse que o presidente Jair Bolsonaro confia na Justiça Militar e que os esclarecimentos serão dados no decorrer da investigação. «[Ele] Espera que eventos de igual similitude não venham a ocorrer», disse.

Até a noite desta segunda, o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC) não havia se pronunciado a respeito do assassinato. Mais cedo, Witzel retuitou um vídeo da Polícia Militar que mostrava um policial ajudando uma idosa a atravessar a rua.

Folha

 

Más notas sobre el tema