Bolsonaro sobre la detención de Temer: “Cada uno responde por sus acciones”

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Jair Bolsonaro por detención de expresidente Temer: “Cada uno responde por sus acciones”

El expresidente de Brasil, Michel Temer fue arrestado este jueves en el marco de la investigación de la Operación Lava Jato, en la que, la Fiscalía de ese país, lo acusa de ser el principal líder de una organización criminar que incurrió en crímenes de corrupción, peculado y lavado de dinero.

Esto ocurre el mismo día en que el presidente Jair Bolsonaro llega a Chile para participar de la primera cumbre de Prosur, instancia que buscará reemplazar a Unasur.

Tras arribar a Chile, Bolsonaro indicó que “cada uno responde por sus acciones. La justicia nació para todos”.

Asimismo aseguró que la detención de Temer fue consecuencia “de acuerdos políticos en nombre de la gobernabilidad y la gobernabilidad no hace ese tipo de acuerdos, a mi entender”.

“Usted nombra personas serias y competentes para integrar su gobierno, así es como lo hice con el mío. Sin acuerdo político, respetando la Cámara y el Senado brasileño”, finalizó.

La Tercera


Un regalo para Bolsonaro

Desde el último día del año pasado, cuando terminó su mandato presidencial, la gran duda no era si Michel Temer y parte substancial de su pandilla, empezando por su brazo derecho Wellington Moreira Franco, serían detenidos. La duda era cuándo.

Ahora, la cuestión es otra: ¿hasta cuándo quedarán detenidos? Su defensa presentará recursos junto al Supremo Tribunal Federal, y se considera bastante probable que sea emitida una decisión favorable.

De todas formas, el expresidente y sus compañeros de negocios fueron presos en un día muy propicio para el actual gobierno. Y eso, por una serie de razones.

Para empezar, las detenciones concentraron, concentran y concentrarán por las próximas jornadas las atenciones del país, justo en el momento en que la popularidad del ultraderechista Jair Bolsonaro, el capitán que lo sucedió, se desploma a velocidad vertiginosa.

Sirve, además, para intentar rescatar la llamada operación “Lava Jato” cuando su mentor, el ex juez y actual ministro de Justicia y Seguridad Pública, Sergio Moro, se encuentra sumamente desgastado. El hasta hace poco ídolo de la clase media, de los conglomerados hegemónicos de comunicación y de los dueños del capital, perdió fuerza en el gobierno, a punto de haber sido durísimamente criticado por el presidente de la Cámara de Diputados, Rodrigo Maia, un día antes de las prisiones.

A propósito: puede que sea pura coincidencia, pero vale recordar que Moreira Franco está casado con la suegra de Maia.

Esa muestra de fuerza de la “Lava Jato” se da a pocos días de que el Supremo Tribunal Federal haya determinado una serie de limitaciones para sus actos, al establecer que crímenes relacionados con dinero ilegal usado en campañas políticas sean juzgados por la Justicia Electoral. Además, sus integrantes impidieron que la “Lava Jato” se apoderase de unos 650 millones de dólares de un acuerdo entre la estatal Petrobras y la justicia de Estados Unidos, para instalar una fundación privada destinada a incrementar investigaciones en Brasil.

En un claro embate a la corte, el juez de primera instancia de Rio, Marcelo Bretas, estableció en su orden de prisión y allanamiento que se trata de crimen común, de corrupción activa, sin vínculo alguno con procedimientos de campaña.

A semejanza de Moro, aunque en escala bastante menor, Bretas busca encarnar la imagen del justiciero. Ahora fortalecido, pasa al electorado bolsonarista el mensaje de que Moro es ministro, pero la “Lava Jato” sigue.

La verdad es que sobran pruebas, más que indicios, de que Temer, instalado en el poder gracias a un golpe institucional, no solo mantuvo los hábitos de toda su carrera sino que amplió enormemente su sólido esquema de corrupción. Esas pruebas van de grabaciones de audio a imágenes que no dejan lugar a dudas, como la de su entonces asesor especial, Rodrigo Rocha Loures, corriendo por la calle arrastrando una valija en cuyo interior reposaban unos 200 mil dólares, la cuota semanal del esquema destinada al entonces presidente Michel Temer.

Sin embargo, no todas son flores para Bolsonaro y su tropa.

Las relaciones del gobierno con el Congreso andan mal, y la ruidosa prisión de Temer y Moreira Franco podrá servir para elevar aún más el precio de cada diputado a cambio del apoyo a las reformas de Bolsonaro.

Es natural que el capitán presidente pretenda capitalizar los beneficios de la prisión de Temer junto a la opinión pública. Pero eso sería demonizar aún más a la clase política, justo cuando más la necesita.

La Bolsa de Valores se desplomó, el dólar y el euro engordaron, la difusa opinión pública aplaudió. Ahora, a ver qué pasa.

De todas formas, no podría haber mejor regalo de cumpleaños para el capitán presidente, que ayer llegó a los 64.

Página 12


Qual o argumento usado para a prisão de Temer, e do que mais ele é acusado?

O ex-presidente Michel Temer (MDB) foi preso na manhã desta quinta-feira (21) por decisão da Justiça Federal no Rio de Janeiro (RJ). O juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no estado, determinou a prisão em decorrência da operação Radiotividade.

O mandado de prisão se baseou em uma delação do empresário José Antunes Sobrinho, da construtora Engevix. Ele alega que transferências na ordem e R$ 1,1 milhão foram feitas ao MDB em 2014, ano eleitoral. O dinheiro teria sido desviado de um contrato da empresa com a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, com a anuência de Temer.

Bretas considerou que a prisão cautelar era uma forma de garantir a chamada «ordem pública», o que envolve, segundo a própria decisão: «a) necessidade de resguardar a integridade física ou psíquica do preso ou de terceiros; b) necessidade de assegurar a credibilidade das instituições públicas, em especial o Poder Judiciário (…); e c) objetivo de impedir a reiteração das práticas criminosas».

Para o jurista Patrick Mariano, membro da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (Renap) e mestre em Direito pela Universidade de Brasília (UnB), o argumento é frágil e insuficiente. «A prisão preventiva precisa estar ligada a algum ato que o acusado tenha cometido no sentido de esconder provas, de ludibriar a Justiça, por exemplo, uma tentativa de fuga. Isso é o que eu digo que não está muito claro», disse, em entrevista ao Brasil de Fato.

Bretas discorre em apenas uma das 45 páginas da decisão sobre os motivos que justificariam a prisão. Em nenhum momento, analisa especificamente o caso de Temer, o que dificulta a compreensão dos argumentos, segundo Mariano – outros nove mandados de prisão foram expedidos nesta quinta (21). Além da ideia de «ordem pública», o juiz afirma que políticos de alto escalão devem ser tratados com mais rigor que «políticos nos mais altos cargos da República, que tentam burlar os trâmites legais, não podem jamais ser tratados com o mesmo rigor dirigido à prática criminosa comum».

O inquérito é um dos cinco cuja abertura foi autorizada em 2019 pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso. Como Temer perdeu o foro por prerrogativa de função, depois de deixar a Presidência, as investigações foram remetidas à primeira instância. Outros cinco procedimentos já tramitavam na Corte quando Temer era presidente.

Confira abaixo um resumo das acusações contra o ex-presidente. A investigação dos quatro primeiros casos foi autorizada em 2019, e os processo correm na Justiça Federal em São Paulo.

1 – Reforma da casa da filha

Obra teria sido financiada com propina da empreiteira Odebrecht, com valores entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões.

2 – Reforma do Tribunal de Justiça de São Paulo

Suspeita de superfaturamento na contratação da empresa de engenharia Argeplan para a construção de 36 novos fóruns da Justiça Estadual em São Paulo. Alega-se que Temer é o dono da Argeplan e que a empresa seria administrada por «laranjas».

3 – Contrato fictício no Porto de Santos (SP)

Contrato com a empresa Pérola S/A, supostamente ligada a Temer, teria sido superfaturado para prestação de serviços no porto.

4 – Fibria Celulose

Investigação aponta contrato irregular entre a empresa e a Argeplan, na ordem de R$ 15 milhões.

5 – Odebrecht no Jaburu

Repasse de R$ 10 milhões da Odebrecht para o MDB em 2014 teria sido acertado durante jantar no Palácio do Jaburu.

7 – Decreto dos Portos

Temer teria obtido benefícios pessoais com a edição da chama Medida Provisória dos Portos.

8 – Mala de dinheiro

Ex-presidente foi denunciado por conta da mala de R$ 500 mil recebida por Rocha Loures, seu assessor. O dinheiro foi entregue por executivo da J&F, supostamente com anuência de Temer.

9 – Cunha

Suspeita-se que Temer teria determinado a compra do silêncio de Eduardo Cunha (MDB) com dinheiro da JBS, para evitar uma delação.

10 – MDB

Temer e parte da alta cúpula do MDB seriam parte de uma organização criminosa, com a finalidade de desviar recursos públicos para benefício pessoal.

Brasil de Fato


Defesa de Temer vê ‘total falta de fundamento’ para prisão de ex-presidente

A prisão de Michel Temer é um «dos mais graves atentados ao Estado democrático de Direito no Brasil», disse nesta quinta-feira (21) o advogado Eduardo Pizarro Carnelós, que defende o ex-presidente.

Segundo Carnelós, não há provas que apontam participação de Temer. «Resta evidente a total falta de fundamento para a prisão decretada, a qual serve apenas à exibição do ex-presidente como troféu aos que, a pretexto de combater a corrupção, escarnecem das regras básicas inscritas na Constituição da República e na legislação ordinária», disse o advogado, em nota.

Temer está preso na Superintendência da Polícia Federal no Rio, onde chegou no início da noite de quinta. A defesa dele entrou com pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, também no Rio.

A PF cumpriu ao longo do dia 10 mandados de prisão. Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro.

As prisões de Moreira e Temer são preventivas e tiveram como base a delação de José Antunes Sobrinho, dono da Engevix.

O empresário disse à Polícia Federal que pagou R$ 1 milhão em propina, a pedido do coronel João Baptista Lima Filho (amigo de Temer), do ex-ministro Moreira Franco e com o conhecimento do presidente Michel Temer. A Engevix fechou um contrato em um projeto da usina de Angra 3. A investigação é um desdobramento das operações Radioatividade, Pripyat e Irmandade.

De acordo com a investigação, que apura os crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, pagamentos ilícitos foram feitos por determinação de José Antunes Sobrinho para o grupo criminoso liderado por Michel Temer, assim como possíveis desvios de recursos da Eletronuclear para empresas indicadas pelo grupo.

Segundo a Força-Tarefa, Temer é chefe de uma organização criminosa que atua há 40 anos no Rio de Janeiro. «Michel Temer é o líder da organização criminosa a que me referi, e o principal responsável pelos atos de corrupção aqui descritos», afirmou o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, na sentença.

A seguir, a íntegra da nota:

«A prisão do ex-Presidente Michel Temer, que se deu hoje, constitui mais um, e dos mais graves!, atentados ao Estado Democrático e de Direito no Brasil.

Os fatos objeto da investigação foram relatados por delator, e remontam ao longínquo 1° semestre de 2014. Dos termos da própria decisão que determinou a prisão, extrai-se a inexistência de nenhum elemento de prova comprobatório da palavra do delator, sendo certo que este próprio nada apresentou que pudesse autorizar a ingerência de Temer naqueles fatos.

Aliás, tais fatos são também objeto de requerimento feito pela Procuradoria-Geral da República ao STF, e o deferimento dele pelo Ministro Roberto Barroso, para determinar instauração de inquérito para apurá-los, é objeto de agravo interposto pela Defesa, o qual ainda não foi julgado pelo Supremo.

Resta evidente a total falta de fundamento para a prisão decretada, a qual serve apenas à exibição do ex-presidente como troféu aos que, a pretexto de combater a corrupção, escarnecem das regras básicas inscritas na Constituição da República e na legislação ordinária.

O Poder Judiciário, contudo, por suas instâncias recursais, haverá de, novamente, rechaçar tamanho acinte».

O Globo

 


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