A esperança é vermelha

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1. As grandes mobilizações ocorridas no Brasil, desde 13 de junho de 2013,
constituem motivo de comemoração e otimismo. O país, nosso governo e nosso
Partido dos Trabalhadores necessitavam deste chacoalhão, que abre a possibilidade de avançarmos, e avançarmos mais rápido, no processo de reformas sociais e políticas. Mas para isto é preciso fazer uma detida reflexão sobre os acontecimentos.

2. Os acontecimentos das últimas semanas não constituem um raio em céu
azul, ao menos para os que vinham acompanhando a mudança nas condições
do país, desde o início do governo Dilma. Vários setores do Partido já
apontavamos para os limites de nossa estratégia, as contradições crescentes
de nossa política, as mudanças sociológicas e geracionais do país, a alteração
na postura do grande Capital, a ofensiva ideológica e política da direita partidária e midiática, o distanciamento
das bases sociais e eleitorais e, principalmente, para o fato de que a política
econômica vem provocando um atendimento limitado às necessidades
e demandas das massas populares. O próprio Diretório Nacional já apontara,
na convocatória do V Congresso do Partido, a necessidade de reformas estruturais mais profundas no país, inclusive
no âmbito da comunicação, educação e cultura. Mas mesmo quando
esta crítica comparecia nos discursos, não era a interpretação nem a postura
predominantes na prática. Nesse sentido, é necessário e pedagógico recordar
alguns fatos, ocorridos antes de 13 de junho de 2013.

3. A imprensa atribuiu a um afamado marqueteiro – categoria cuja nefasta influência política deve ser repensada— a opinião de que as pesquisas apontavam para uma reeleição de Dilma já no primeiro turno. Avaliação equivocada que havia sido cometida em 2010, quase resultando
em danos irreparáveis. 4. Nas atividades comemorativas dos dez anos de governos Lula e Dilma, o reconhecimento dos erros, insuficiências
e contradições era muitas vezes soterrado por um discurso de auto propaganda, que também pode ser encontrado em publicações
recentes acerca do tema. Não temos dúvida de que hoje estamos melhor
do que estávamos na era FHC, e de que estamos melhor do que estaríamos
sob Serra e Alckmin. Mas estaríamos ainda melhor se tivéssemos aplicado o
conjunto do programa do PT, sendo necessário reconhecer as limitações do que foi feito e o quanto ainda resta por fazer.

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