El PT sobre dichos del jefe del Ejército contra Lula: «Es el episodio más grave desde el retorno de la democracia»
El jefe del Ejército, en campaña contra Lula
El Partido de los Trabajadores (PT) repudió al jefe del Ejército, general Eduardo Villas Boas, por sus declaraciones “de cuño autoritario” contra la candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, formuladas a menos de un mes de las elecciones. El episodio sumó otra complicación a los comicios más imprevisibles desde 1989 cuando los brasileños votaron por primera vez desde el fin del régimen de facto.
“Es muy grave que un comandante con altas responsabilidades se arrogue interferir directamente en el proceso electoral, algo que las Fuerzas Armadas no hacían desde los sombríos años de la dictadura”, planteó el PT.
Los dichos del general Villas Boas publicados ayer en el diario Estado de San Pablo fueron “manifestaciones de carácter político de quien pretende tutelar a las instituciones republicanas”, señaló el partido.
En el reportaje Villas Boas declaró, sin mayores rodeos, que rechaza una eventual aprobación de la candidatura de Lula en la justicia, tema cuya definición ocurrirá mañana.
A lo que añadió un posible veto castrense ante una victoria del líder petista a quien todas las encuestas le atribuyen entre un 38 a 41 por ciento de intenciones de voto contra un 20 por ciento del segundo, Jair Bolsonaro.
Lula está arrestado desde el 7 de abril en la Superintendencia de la Policía Federal donde de cumple una condena de doce años y un mes en la causa Lava Jato, conducida por el juez Sergio Moro.
El fallo de Moro, elegido por los empresarios norteamericanos como la personalidad del año, es polémico por la profusión de comentarios políticos y carencia de pruebas.
El Comité de Derechos Humanos de la ONU aceptó una denuncia contra los atropellos de Moro y hace un mes recomendó al Estado brasileño que autorice a Lula ser candidato.
La propuesta de la ONU fue “un intento de invasión de nuestra soberanía nacional y depende de nosotros que esa invasión se confirme o no”, declaró el general Villas Boas en el reportaje con Estado, que tuvo importante repercusión en los medios políticos y los cuarteles de campaña.
La Mesa Ejecutiva del PT elaboró un comunicado de doce párrafos para rebatir al general y, junto con ello, divulgar un manifiesto político sobre una coyuntura desbocada.
La “insubordinación” del comandante del Ejército se da de bruces con la “democracia que se sustenta en la soberanía del voto popular”, observó el PT.
El gobierno del presidente Michel Temer no se había pronunciado hasta ayer por la noche sobre las expresiones de Villas Boas.
Esta conducta omisa ocurre porque éste es un “gobierno nacido de un golpe, decadente, repudiado por casi toda población, al que no le resta autoridad para imponer el orden”, sostuvo el PT en su manifiesto divulgado en la tarde de ayer, al finalizar un fin de semana nervioso.
Las turbulencias habían comenzado el jueves pasado cuando el candidato Jair Bolsonaro fue apuñalado durante un acto de campaña en la ciudad de Juiz de Fora, interior del Estado de Minas Gerais.
El capitán retirado del Ejército fue noticia excluyente a partir de entonces.
El jueves por la noche los medios realizaron coberturas en tiempo real desde el hospital Santa Casa de Misericordia de Juiz de Fora mientras el paciente, con heridas en una arteria e intestinos, era sometido a una terapia intensiva.
El viernes, feriado nacional, comenzó informativamente con Bolsonaro embarcando en un avión ambulancia en un aeropuerto de Juiz de Fora. Y una hora después desembarcando en San Pablo donde, con un escenográfico séquito de seguridad, fue trasladado al hospital Israelita Albert Einstein.
Luego hubo una seguidilla de declaraciones de los hijos del paciente entre las que se destacó la Flavio Bolsonaro, quien dijo que la cuchillada iba a catapultar a su padre a una victoria en la primera vuelta del 7 de octubre.
El evidente oportunismo de Flavio Bolsonaro hizo que modificara sus dichos durante un acto proselitista en Río de Janeiro realizado ayer junto al general Hamilton Mourao, candidado a vice de Jair Bolsonaro. En es mítin se aseguró que la puñalada del jueves fue parte de complot “político” y se atacó a los “caraduras” de la prensa que pusieron en duda la autenticidad del ataque.
Hoy se conocerá una encuesta de Datafolha que medirá el impacto electoral de las noticias del atentado y la internación de Bolsonaro.
Ayer trascendió que el candidato ultraderechista pudo haber subido algunos puntos gracias a los videos desde la sala de terapia intensiva, que lograron volver más digerible su perfil en el electorado femenino, donde tiene un alto rechazo por sus posiciones misóginas y el proceso en la Corte por incitación al estupro.
Nota do PT: Repúdio à Tutela Militar Sobre a Democracia
O Partido dos Trabalhadores convoca as forças democráticas do país a repudiar declarações de cunho autoritário e inconstitucional do comandante do Exército divulgadas pela imprensa neste domingo.
A entrevista do general Villas Boas é o mais grave episódio de insubordinação de uma comandante das Forças Armadas ao papel que lhes foi delimitado, pela vontade soberana do povo, na Constituição democrática de 1988.
É uma manifestação de caráter político, de quem pretende tutelar as instituições republicanas. No caso específico, o Poder Judiciário, que ainda examina recursos processuais legítimos em relação ao ex-presidente Lula.
É muito grave que um comandante com alta responsabilidade se arrogue a interferir diretamente no processo eleitoral, algo que as Forças Armadas não faziam desde os sombrios tempos da ditadura.
Depois de dizer quem pode ou não pode ser candidato, de interpretar arbitrariamente a lei e a Constituição o que mais vão querer? Decidir se o eleito toma posse? Indicar o futuro presidente à revelia do povo? Mudar as leis para que o eleitor não possa decidir livremente? O Brasil já passou por isso e não quer voltar a este passado sombrio.
A Constituição diz claramente que as Forças Armadas só podem atuar por determinação expressa de um dos poderes da República, legitimados pelo estado de direito democrático, e nunca a sua revelia ou, supostamente, para corrigi-los.
A sociedade brasileira lutou tenazmente para reconstruir a democracia no país, com o sacrifício de muitas vidas, após o golpe civil e militar de 1964, que acabou conduzindo o país a um regime ditatorial nefasto para o povo e desmoralizante para as Forças Armadas.
A democracia e o estado de direito não admitem tutela alguma, pois se sustentam na soberania do voto popular.
Um governo legítimo, comprometido com o futuro do país, já teria chamado o general Villas Boas a retratar suas declarações de cunho autoritário e tomado as medidas necessárias para afirmar o poder civil e republicano.
Como se trata de um governo nascido de um golpe, decadente e repudiado pela quase totalidade da população, não lhe resta qualquer autoridade para impor a ordem constitucional aos comandos militares.
Compete ao povo e aos democratas do país denunciar e reagir diante de um episódio que só faz agravar a grave crise social, política e econômica do país.
O Brasil precisa urgentemente de mais democracia, não menos, para retomar o caminho da paz e do desenvolvimento com inclusão social.
Da Comissão Executiva Nacional do PT
Rosa admite subida de recurso de Lula contra inelegibilidade ao Supremo
A ministra Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, admitiu a subida do recurso do ex-presidente Lula ao Supremo Tribunal Federal. Candidato a presidente, o petista pede que sua inelegibilidade, decretada pelo TSE, seja suspensa e ele possa participar das eleições e fazer campanha. Agora, o Supremo vai discutir se o recurso tem repercussão geral. A decisão foi tomada na noite de domingo (9/9).
De acordo com a ministra, o pedido do ex-presidente tem fundamento constitucional e apresenta questão importante sobre as relações do Direto Internacional com as regras constitucionais nacionais. Prova disso, diz ela, foi a densidade da discussão que aconteceu no TSE sobre o caso, numa sessão que durou mais de oito horas.
O debate no TSE ficou em torno de posicionamento da Comissão de Direitos Humanos da ONU, segundo a qual a participação de Lula nas eleições deste ano deveria ser garantida. Apesar de a Ficha Limpa dizer serem inelegíveis os condenados por “órgão judicial colegiado”.
Venceu a tese do ministro Luís Roberto Barroso, de que o Pacto de Direitos Humanos da ONU, embora tenha sido assinado pelo Brasil, não foi promulgado no país. Faltou a assinatura do presidente da República (na época, Lula) para que o acordo passasse a valer no Brasil.
Mas o ministro Luiz Edson Fachin, vencido, abriu a divergência para dizer que a assinatura do presidente da República e a promulgação do acordo seria uma etapa formal. Portanto, o Brasil estaria obrigado a cumprir as determinações do Pecto e da Comissão de Direitos Humanos.
“O simples enunciar das teses debatidas pelo Colegiado evidencia relevante questão constitucional a recomendar juízo positivo de admissibilidade ao recurso extraordinário”, afirma a ministra Rosa, que acompanhou Barroso no julgamento do TSE. Ela afirma que a posição majoritária do TSE se baseia na jurisprudência do Supremo, mas esse entendimento tem sido aplicado “para além do alcance que realmente possuem”.
Portanto, afirma a ministra, para resolver essa questão, seria necessário confrontar a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados com a Emenda Constitucional 45/2004. A convenção, da qual o Brasil é signatário, fala do processo de aprovação e validação de tratados internacionais nas regras nacionais. Já a emenda mudou a posição que tratados têm no Brasil: têm status de emenda constitucional, mas, por decisão do Supremo, estão acima das leis e abaixo da Constituição.
Nota do PT: Repúdio à violência policial contra candidatos no PR
Nesta noite de domingo, 09, o candidato a deputado pelo PT Paraná, Renato Almeida Freitas, fazia panfletagem no centro de Curitiba e foi agredido pela Guarda Municipal que o atacou com balas de borracha e o levou preso. Nenhum motivo para a prisão e nem para a violência policial.
Da mesma forma, no dia 07, durante o desfile cívico, Edna Dantas, candidata a deputada estadual pelo PT-PR, realizava manifestação em prol da libertação do presidente Lula junto a outros militantes do partido e foram agredidos e detidos pela Polícia.
Nos dois casos, a única explicação para a perseguição é que ambos são negros, do PT e dos movimentos sociais. O que estamos vendo é uma assustadora onda crescente de violência e perseguição a quem se manifesta e luta a favor dos oprimidos.
Não houve nenhuma preocupação com os ônibus da Caravana do Presidente Lula que giram alvejados, estamos há seis meses sem saber quem matou Marielle e ainda o judiciário determina que não podemos nos manifestar em apoio a Lula.
Estive hoje acompanhando, logo que soube, o desenrolar da prisão arbitrária do Renato. Como estarei solicitando desde já apuração sobre desvio de função policial em ambos os casos.
Estou ao lado da Democracia e, portanto, lutando contra o estado de exceção que vivemos. Basta de perseguição! Basta de violência!
Por Dr. Rosinha, presidente do PT Paraná
Bolsonaro ‘continua em evolução’ e tem ‘leve anemia’, diz novo boletim médico
O quadro de Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL, «continua em evolução» e ele «tem leve anemia, em decorrência do sangramento inicial», informou o novo boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Einstein no fim da tarde deste domingo (9).
«A circulação do intestino para o fígado está preservada. A paralisia intestinal decorrente do grande trauma mostra sinais de que está em regressão, ou seja, é possível que, nos próximos dias, a função intestinal se normalize e o paciente passe a ingerir alimentos por via oral», diz o comunicado.
O presidenciável está internado desde sexta-feira (7) no hospital na Zona Sul de São Paulo se recuperando de uma facada levada durante ato de campanha no Centro de Juiz de Fora (MG), na tarde de quinta (6).
O boletim divulgado no começo deste domingo dizia que o presidenciável «apresenta nítida melhora clínica e laboratorial». De acordo com o comunicado, não há «nenhuma evidência de infecção».
Na tarde de sábado (8), Flávio Bolsonaro, um dos filhos do presidenciável, postou nas redes sociais uma foto do pai em uma poltrona na UTI. Na imagem, ele aparece fazendo sinal de armas com as mãos.
Questionado na porta do hospital sobre o gesto, outro filho do candidato, Eduardo Bolsonaro, disse que o sinal já é uma marca registrada do pai devido à sua posição contra o desarmamento. Eduardo disse também que não vê nada de prejudicial no gesto ou algo que possa gerar violência.
Segundo a cúpula do Einstein, os principais riscos que serão monitorados são pneumonia (pois o candidato ficou muito tempo em choque e perdeu cerca de 2 litros de sangue) e infecção (por causa do vazamento de massa fecal na cavidade abdominal).
Bolsonaro estava internado na Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde passou por uma cirurgia após o ataque que sofreu (entenda a operação ao final da reportagem).
A transferência foi feita via aérea, em um avião UTI, na manhã de sexta, até Congonhas. De lá, o candidato foi levado pelo Helicóptero Águia, da Polícia Militar paulista, até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual e vizinha do hospital. Uma ambulância do próprio Einstein o levou do palácio ao centro médico.
Atos no Rio e no DF
Manifestantes pró-Bolsonaro se reuniram neste domingo no Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
No Rio, o ato foi na Praia de Copacabana, na altura do Posto 6, na Zona Sul, no fim da manhã.
Flávio Bolsonaro, filho do candidato, participou do protesto e falou sobre o atentado contra o pai. «Foram dias difíceis que passamos agora. Ver seu pai carregado. Por que um terrorista tentou tirar a vida de um homem que traz esperança para milhões de brasileiros? Meu pai está mais forte do que nunca. Graças a Deus meu pai está bem, se recuperando a cada dia. Já conseguiu caminhar ontem”, afirmou.
A maioria do público usava camisa com as cores verde e amarelo ou personalizada com o nome do candidato. A Polícia Militar do Rio não dá estimativa de público.
No Distrito Federal, um grupo de 800 pessoas a favor do candidato ocupou um trecho do Eixão Norte, na altura da quadra 105, região central de Brasília, segundo a Polícia Militar. A via, uma das principais da capital federal, liga a Asa Sul à Asa Norte – no Plano Piloto – e é fechada para carros aos domingos.
No local, homens, mulheres, crianças e idosos – vestidos com camisas verde-amarelo – gritaram palavras de ordem em defesa do candidato. O grupo ainda levou faixas e bandeiras para o protesto. O G1 não localizou os organizadores.
De acordo com a PM, o ato foi programado via redes sociais e não foi comunicado à Segurança Pública do DF. Os manifestantes se dispersaram de modo pacífico e, às 11h30, o ato já tinha se encerrado.
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