Brasil: investigan a tres diputados por el asesinato de la dirigenta Marielle Franco
Desde el Gobierno brasileño vinculan a varios políticos con el asesinato de la activista Marielle Franco
El asesinato de la concejala de Río de Janeiro y activista de Derechos Humanos Marielle Franco, ocurrido hace casi cinco meses, pudo haber tenido una motivación política, según afirmó hoy el ministro de Seguridad Pública de Brasil, Raul Jungmann.
El ministro manifestó hoy en declaraciones a periodistas que el crimen, aún sin resolver, pudo haber sido motivado por disputas políticas y negociaciones para nombramientos en cargos públicos.
«No voy a comentar nombres para no obstaculizar el desarrollo de las investigaciones, pero están implicados agentes públicos, así como también políticos», afirmó Jungmann.
También insistió en que el asesinato de Franco, que conmocionó a Brasil y fue condenado por diversos organismos internacionales, es «extremadamente complejo» porque tiene «efectos tanto al interior de los órganos y agentes públicos, pero también en términos políticos».
En la noche del pasado 14 de marzo, Franco fue asesinada a tiros junto al conductor del vehículo en el que viajaba, Anderson Gomes, en el centro de Río de Janeiro tras participar en un acto político-cultural.
La Policía Civil investiga la posible relación en el crimen de los diputados regionales Jorge Picciani, expresidente de la Asamblea Legislativa de Río; Paulo Mello y Edson Albertassi, todos del Movimiento Democrático Brasileño (MDB), que lidera el jefe de Estado, Michel Temer, según publicó en la víspera la revista Veja.
Los tres fueron arrestados en noviembre del año pasado acusados de integrar una red de corrupción que beneficiaba a determinadas empresas del sector de transporte a cambio de sobornos.
Mello y Albertassi continúan presos y Picciani disfruta de prisión domiciliaria desde marzo por decisión de la Corte Suprema.
«Cuando uno tiene la implicación de aquellos que ostentan el poder, (ellos), de hecho, tienen una resiliencia y una capacidad para movilizar defensas o movilizar medios para resistir. Pero no tengo la menor duda de que no hay nada que impida» las investigaciones, apuntó Jungmann sin dar más detalles.
El asesinato de Franco se produjo prácticamente un mes después de que el Gobierno brasileño decretara la intervención federal en el área de seguridad del estado de Río de Janeiro, que dejó en manos de las Fuerzas Armadas el control del orden público.
Franco, de 38 años y militante del izquierdista Partido Socialismo y Libertad (PSOL), denunciaba con frecuencia los abusos policiales, era socióloga de profesión y procedía del complejo de favelas de la Maré.
Además, fue la quinta legisladora más votada en las elecciones de 2016 para el Concejo de Río de Janeiro.
La madre de la concejala, Marinete Silva, se reunió con el papa Francisco el pasado día 2 de agosto y le entregó al sumo pontífice una camiseta de su hija. Ella recibió un rosario bendecido.
Deputados estariam envolvidos em assassinato de Marielle
A Polícia Civil do Rio investiga uma possível relação dos deputados Jorge Picciani, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Paulo Mello e Edson Albertassi, todos do MDB, na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL).
Marielle foi morta em 14 de março deste ano e até agora, quase cinco meses depois do ocorrido, a polícia ainda não desvendou o crime. A informação de que os deputados que formavam a cúpula do MDB do Rio estariam no rol de suspeitos no caso foi passada à revista Veja pelo deputado Marcelo Freixo (PSOL), o principal padrinho político de Marielle.
Picciani, Mello e Albertassi foram presos em novembro do ano passado acusados de integrar um esquema que beneficiava empresas de ônibus que atuam no Rio em troca de propina. Os três, atualmente licenciados do mandato, negam envolvimento.
Segundo Freixo relatou à reportagem da revista Veja, no dia 14 junho, a pedido de dois delegados de Polícia Civil, o político participou de uma reunião com integrantes do Ministério Público Federal para tratar de possível conexão de deputados do MDB com o crime.
Quase dois meses desde a reunião, nenhum dos supostos envolvidos foi chamado a prestar depoimento. Freixo diz acreditar que Marielle pode ter sido morta como forma de vingança contra as ações do parlamentar socialista contra a cúpula do MDB. Semanas antes de a operação Cadeia Velha ser deflagrada, Edson Albertassi havia sido indicado a um cargo de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado do Rio.
Freixo fez oposição e protocolou pedido na Justiça para desfazer nomeação, o que acabou ocorrendo. O cargo permitiria que processos contra Albertassi passassem a correr no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília. Os outros envolvidos também passaram a contar com foro especial. A atuação de Freixo teria sido determinante para a prisão dos três deputados. A reportagem tentou contato com as defesas de Picciani, Mello e Albertassi, mas ainda não obteve retorno.
A reportagem tentou confirmar as informações com a Polícia Civil, mas também não obteve resposta. Com mais de 140 dias do assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes, as autoridades envolvidas nas investigações têm silenciado sobre o crime.
A política da cúpula da Segurança Pública do Rio, que está sob intervenção federal desde fevereiro, é de não prestar nenhuma informação sobre a morte da vereadora. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que é dos poucos que quebra a lei do silêncio das autoridades sobre o caso, declarou no último dia 7 que o assassinato da vereadora envolveu agentes do estado e políticos do Rio.
Segundo ele, o caso será resolvido até o final deste ano. Os nomes de Picciani, Paulo Mello e Albertassi foram os primeiros de políticos da alçada estadual a surgirem nas investigações. Até então, os políticos suspeitos de ligação com o crime eram vereadores da capital, colegas de Marielle na Câmara dos Vereadores.
O vereador Marcello Siciliano (PHS) foi apontado por uma testemunha que procurou a polícia voluntariamente em maio como tendo participação no crime. Ele e o miliciano Orlando Curicica, que domina territórios em Jacarepaguá, zona oeste, teriam, segundo a testemunha, tramado a morte da vereadora. Os dois negam participação.
O motivo seria que Marielle estaria envolvida em projetos de regularização fundiária na zona oeste, o que contrariaria interesses da milícia local que resolveu matar a vereadora. Integrantes do Psol no Rio negaram que Marielle estivesse envolvida em projetos do tipo na região.
As suspeitas aumentaram depois que um colaborador de Siciliano, que chegou a prestar depoimento no caso Marielle, foi assassinado dias depois de falar com a polícia. Outro vereador que chegou a ter seu nome citado no curso das investigações foi o Chiquinho Brazão (MDB). Ele estaria em uma disputa política com Siciliano, que é vereador de primeiro mandato e tem aumentado sua influência em territórios da zona oeste antes dominados historicamente pela família Brazão.
O vereador nega envolvimento no caso. A suspeita seria que Marielle teria morrido como efeito colateral dessa disputa regional entre os dois grupos políticos. A vereadora teria sido morta para que Siciliano fosse incriminado pelo crime. A Polícia Civil não confirma nenhum dos dois casos, nem dá detalhes das investigações.
Jungmann diz que há pistas envolvendo disputa por cargos políticos na investigação da morte de Marielle
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, voltou a falar sobre a investigação do assassinato de Marielle Franco nesta sexta-feira (10). Ele afirmou haver pistas que apontam para uma possível disputa política como motivação para o crime, que acabou também com a morte do motorista da vereadora, Anderson Gomes, em 14 de março.
Jungmann não citou nomes e não quis dar mais detalhes para não atrapalhar o andamento da apuração, mas confirmou que há suspeita de envolvimento de agentes públicos e políticos.
Jungmann disse ainda, citando um caso hipotético, que políticos têm mais capacidade de resistir à investigação. No entanto, apostou na conclusão do inquérito.
Deputados presos negam
A TV Globo mostrou, na quinta (9), que houve uma reunião para discutir a suspeita da participação de três deputados do MDB envolvidos na Lava Jato no crime: Jorge Picciani, Edson Albertassi e Paulo Melo. Todos eles negam. A suposta ligação com os emedebistas foi discutida no dia 14 de junho.
Participaram da reunião dois delegados da Divisão de Homicídios, procuradores do Ministério Público Federal e o deputado Marcelo Freixo (PSOL), que foi chefe de Marielle. Fontes do Ministério Público Federal confirmaram o encontro para equipe da TV Globo, assim como Freixo – a Polícia Civil não comentou. Ao RJ2, o deputado cobrou investigação da Divisão de Homicídios.
«Essa reunião aconteceu. Nós conversamos no Ministério Público, porque os delegados da investigação do caso da Marielle queriam saber se nós havíamos conversado, no período da denúncia que fiz aqui na Assembleia Legislativa contra o deputado [Edson] Albertassi, na sua indicação ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ).»
Albertassi foi indicado pelo governador Luiz Fernando Pezão (MDB) ao cargo de conselheiro do TCE. Publicamente, Freixo se manifestou contra a indicação.
Em nota, Picciani afirmou que a acusação feita por Freixo é irresponsável. Disse ainda que, graças a seu apoio, a CPI das Milícias existiu e que nunca levantou a voz contra qualquer pessoa em sua vida política e nem praticou nenhum ato de violência, além de sempre ter condenado o uso da força.
Albertassi classificou a acusação como mentirosa e afirmou que a sessão da votação da indicação dele a uma vaga no TCE foi suspensa pela presidência da Alerj. O emedebista disse que vai recorrer à Justiça. A defesa de Paulo Melo ainda não foi localizada.