Multitudinario festival en defensa de la democracia y la libertad de Lula

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Festival reúne multitud en Río para solicitar libertad de Lula

Un concierto musical fue ofrecido gratuitamente este sábado por 42 cantantes brasileños y que reunió a una multitud en Río de Janeiro (sureste de Brasil) para solicitar la libertad del expresidente Luiz Inácio Lula da Silva.

El «Festival Lula Libre» llenó la turística plaza de los Arcos da Lapa, en el centro de la ciudad brasileña, y movilizó a gran parte de la clase artística en defensa del exmandatario, quien permanece en prisión desde el 7 de abril, al ser condenado a 12 años de prisión por supuesta corrupción.

El concierto contó con la presencia estelar de los famosos artistas Gilberto Gil y Chico Buarque, dos históricos representantes de la música popular brasileña, quienes se presentaron juntos por última vez en 1973, durante la dictadura militar.

Gil, uno de los representantes del movimiento cultural y musical conocido como Tropicalismo, llegó a ser ministro de Cultura de Lula.

El evento fue un acto cultural y político en defensa de la democracia y contra la detención del expresidente, considerado un preso político por gran parte de la población y víctima de una persecución por los jueces que lo condenaron sin pruebas para impedirle que vuelva a la Presidencia.

A pesar de estar en prisión, Lula es el principal favorito para vencer en los próximos comicios presidenciales, ya que los últimos sondeos le atribuyen un favoritismo del 33 por ciento, más del que tiene su principal rival, el diputado ultraderechista Jair Bolsonaro (15 por ciento).

El evento fue inaugurado por la Orquesta Voadora y participaron grupos importantes de la cultura brasileña, como los sambistas Beth Carvalho, Jards Macalé y Noca da Portela, así como también representantes musicales como Chico César y Ana Cañas.

Telesur


Con Chico y Gil cantando ‘Cálice’, Festival Lula Libre reúne multitud en Río

Ainda no final da tarde, Tizumba abriu festival Lula Livre, trazendo os ritmos africanos para o palco principal nos Arcos da Lapa, centro do Rio de Janeiro. Os apresentadores ressaltaram o “período de breu, etapa indigna” do Brasil pós-golpe do governo Michel Temer e convocaram os artistas a lutar com as suas armas da música e da poesia contra as injustiças. Também lembraram o compositor Vinicius de Moraes, que dizia, em uma de suas canções, que “mais que nunca, é preciso cantar e alegrar a cidade”.

“A partir de agora, vamos combater os usurpadores do presente e sequestradores do nosso futuro”. A cantora Ana Cañas cantou à capela O bêbado e o equilibrista, composição de Chico Buarque celebrada na voz de Elis Regina, que Lula contou a ela ser a sua música preferida. “Democracia nessa porra”, clamou Cañas, lembrando ainda que a vereadora Marielle Franco completaria, nesta sexta-feira (27), 39 anos se não tivesse sido assassinada em março deste ano. Abayomy Orquestra trouxe a cultura negra e lembrou a figura do rei africano Malunguinho, ex-escravo que liderou um quilombo em Pernambuco.

A cada apresentação, a plateia entoava o grito Lula Livre, a marca do festival. Os organizadores também anunciaram a agenda de mobilizações entre os dias 10 e 15 de agosto, que começa com mobilização das centrais sindicais no Dia do Basta contra as ameaças aos direitos trabalhistas. No dia seguinte, um ato inter-religioso em frente ao STF em defesa da liberdade de Lula, com a presença do Nobel argentino Adolpho Perez Esquivel, quando também vão apresentar abaixo-assinado com cerca de 300 mil assinaturas que denunciam a prisão política a que Lula está submetido em Curitiba. No dia 15, o registro oficial da candidatura de sua candidatura. A população foi também chamada a se organizar em comitês populares em defesa da libertação de Lula e pelo direito de concorrer nas eleições. Na sequência, a Gang 90 trouxe hits brasileiros dos anos 1980 e 1990.

Ao lado do escritor Eric Nepomuceno, Lucélia Santos fez a leitura do manifesto convocatório do festival. “Todo o julgamento do presidente Lula foi um erro jurídico sem limites. Não havia, na primeira instância, uma única e mísera prova dos crimes dos quais ele foi acusado. Não se trata de opinião, mas de constatação.”

Os apresentadores lembraram que uma “acusação fajuta” serve de pretexto para a prisão de Lula, já que o ex-presidente não dormiu, nem nunca teve chaves ou escritura do dito apartamento que a ele atribuem. “No processo a Jato, vem antes a condenação, baseada apenas em convicção. Faltou combinar com o povo. A indignação cresce a cada dia. Exigimos a imediata libertação de Lula”.

“Eles sabem que se soltarem Lula nessa altura do campeonato, ele leva a eleição”, comentou da plateia a arquiteta Júlia Ribeiro, 36 anos, antes de todo o público entoar sucessivos gritos Lula Livre. “Lutem como Marielle Franco”, concluiu Lucélia Santos.

O Frei Leonardo Boff lembrou os tempos sombrios da ditadura civil-militar que se instalou no país nos anos 1960. “Faz escuro, mas eu canto, disse o poeta Thiago de Mello, na época sombria, da ditadura militar, de 1964”, afirmou. “Está confuso mas eu sonho, digo eu, nesses tempos não menos sombrios. Sonho ver um Brasil construído de baixo para cima e de dentro para fora, forjando uma democracia popular, participativa, reconhecendo os novos cidadãos, que a natureza é a mãe Terra. Sonho em ver organizado o povo em redes e movimentos sociais. Povo cidadão, com competência para gerar suas próprias oportunidades, e moldar o seu próprio destino, livre da dependência dos poderosos, mas resgatando a própria autoestima.”

Dezenas de artistas passaram pelo palco ao longo da tarde e da noite, como Gabriel Moura, Lisa Milhomem, Claudinho Guimarães e Dorina. Aíla cantou que todo mundo nasce artista, e “depois vem a repressão”. “Essa doença tem cura, existe uma salvação. Faça arte, mesmo que a sua mãe diga que não”, dizia o verso da música.

“É uma série de mobilizações que vem desde a prisão dele em São Bernardo. E agora no Rio, na Lapa, berço do samba e da cultura popular, a gente espera que o recado fique ainda mais claro quanto à partidarização do judiciário. Dá mais um impulso na luta contra as ilegalidades que vêm ocorrendo no Brasil”, afirmou dos bastidores o jornalista Luis Nassif.

Chico e Gil para fechar a noite

Ao final, o momento de maior emoção. Chico Buarque e Gilberto Gil, que não se reuniam para uma apresentação musical desde o período da ditadura militar no Brasil, subiram ao palco para cantar “Cálice”, canção emblemática que retrata o silenciamento, a censura, as torturas, desaparecimentos e mortes ocorridas durante os anos de chumbo no Brasil. Os artistas foram massivamente acompanhados pelo público, que gritava “Cale-se!” entre os versos da música.

Na sequência, Chico Buarque cantou “As Caravanas”, que demonstra com ironia a aversão das classes abastadas em relação ao povo. Gil emendou com “Aquele Abraço”, considerada um hino da cidade. Beth Carvalho, que já havia se apresentado, subiu ao palco, formando um trio com Chico e Gil para encerrar com o samba “Deixa a vida me levar”.

Carta de Lula

Durante o evento, também foi lida uma carta enviada pelo ex-presidente Lula agradecendo o apoio e a solidariedade de todos os artistas e do público que estiveram presentes. “Vocês não sabem quantas vezes a música, os livros, e a arte tem me ajudado a atravessar essa provação”, diz a carta.

Leia a íntegra da carta abaixo:

“Queridos artistas, estudantes, trabalhadores, meus queridos amigos reunidos nesse sábado,

Eu só posso agradecer a solidariedade de vocês.

Quantas vezes, quando a sociedade calou diante de barbaridades, foram os nossos músicos, escritores, cineastas, atores, dramaturgos, dançarinos, artistas plásticos, cantores e poetas que vieram lembrar que amanhã há de ser outro dia?

Que ousaram acreditar em esperanças equilibristas e em flores vencendo canhões.

Que se rebelaram contra o “Cale-se!” imposto pela censura, gritando que era proibido proibir.

Que disseram que o povo da favela só quer ser feliz e andar com tranquilidade e consciência.

Que denunciaram o sofrimento de quem sai do nordeste expulso não pela seca, mas pela miséria e ganância dos coronéis.

Ou que eram expulsos de sua casa e vê ela ser demolida para passar “o progresso” que não inclui o trabalhador, como cantou Adoniram.

Os que sempre estiveram onde o povo está, e que agora, nesta que é mais uma página infeliz da nossa história, se juntam novamente ao povo brasileiro para soltar a voz em nome da liberdade.

Onde querem silêncio, seguiremos cantando.

Vocês não sabem quantas vezes a música, os livros, a arte, tem me ajudado a atravessar essa provação, que não é maior que a de tantos pais e mães de família brasileiros que hoje não sabem como irão trazer comida para casa. É em nome deles que não podemos desanimar jamais.

Porque a gente ainda vai festejar, e muito. A alegria, a liberdade e a justiça de um povo que não tem medo e que não se entrega não.

Muito obrigado pelo carinho de vocês.

Aquele abraço!
Luiz Inácio Lula da Silva”

SUL 21


TRE do Rio apreende bandeiras e panfletos em festival de artistas em apoio a Lula

Uma equipe do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral) confiscou na tarde deste sábado (28) panfletos e adesivos durante o festival de artistas em apoio ao ex-presidente Lula.

O evento intitulado Festival Lula Livre ocorre nesta tarde nos arcos da Lapa, centro do Rio, e terá apresentações de Gilberto Gil e Chico Buarque.

Diversas barracas distribuem panfletos, máscaras do rosto do ex-presidente e vendem artigos como camisas e bottons com referências a Lula.

Cerca de dez fiscais foram hostilizados quando apreenderam materiais em algumas das barracas.

Ao menos uma bandeira do PT foi apreendida, assim como material impresso que levava o nome do deputado estadual Gilberto Palmares (PT-RJ) e também da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e da pré-candidata à Presidência pelo PCdoB, Manuela D’Ávila.

A justificativa dos fiscais é que os materiais fazem campanha antecipada —acessórios com nome de candidatos e menção partidos políticos estão proibidos até 16 de agosto, quando a campanha começa oficialmente.

Um grupo de apoiadores cercou os fiscais e os hostilizou. Militantes do PT prometeram ir à delegacia registrar crime de roubo contra os fiscais. Eles alegaram também cerceamento no direito de manifestação.

O deputado estadual Gilberto Palmares lamentou a apreensão de panfletos que levavam seu nome de uma barraca na praça.

Palmares, que é candidato à reeleição a uma vaga na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), disse que em seu entendimento os materiais levados ao festival estavam em conformidade com a legislação eleitoral.

«Nas orientações que foram passadas pelo TRE diz que políticos com mandato podem desde já defenderem seus feitos. Isso não é campanha antecipada», disse.

Palmares se queixou da forma como as apreensões foram feitas, alegando que os fiscais foram antidemocráticos.

«Se eu não puder me manifestar sobre o meu mandato, se não posso ir à rua conversar com o eleitor, a democracia fica comprometida», disse.

O festival reúne centenas de pessoas no centro. Os shows estão marcados para começar as 17h.

Há previsão de apresentações de Chico Buarque, Gilberto Gil, Beth Carvalho, Ana Cañas, Lan Lan, Odair José, entre outros.

Presente ao evento, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffman, criticou a atitude do TRE.

Segundo ela, as pessoas que tiveram materiais apreendidos estavam se manifestando de forma espontânea.

«Aqui ninguém tá pedindo voto. Estamos defendendo a liberdade de Lula, num protesto contra a forma como o processo está sendo conduzido pela Justiça. As manifestações internacionais estão cada vez mais fortes no sentido de repudiar essa prisão», disse ela.

Gleisi, o senador Lindbergh Farias, a deputada Benedita da Silva e a pré-candidata do PT ao governo do Rio, Márcia Tiburi, participaram do ato. Eles circularam pelo público e posaram para fotos com apoiadores.

Parlamentares do PSOL também estiveram no evento e cumprimentaram colegas do PT no meio da multidão. Entre eles os deputados federais Chico Alencar e Glauber Braga, além do deputado estadual Marcelo Freixo e o vereador e pré-candidato ao governo do Rio, Tarcísio Mota.

Gleisi afirmou que o PT está decidindo ainda quem será apontado como vice na chapa de Lula.

Muitas pessoas que paravam os políticos para fotos durante o festival repetiam a expressão «ou Lula ou nada».

A referência é devido ao fato de o ex-presidente estar preso e inelegível pela lei da ficha limpa.

Apoiadores do PT aguardam a decisão do partido em torno da manutenção ou não da candidadura de Lula. A convenção do partido está marcada para o próximo dia 4. «Essa semana será de muita conversa», declarou Gleisi.

Segundo ela, o PT tem direito a 1,5 segundo de tempo de televisão. O partido negocia alianças com o PSB, PC do B e Pros.

O público aguardou até as 23h45 para a apresentação de Chico Buarque e Gilberto. Chico se apresentou inicialmente sozinho, abrindo sua participação com a música «Gota D’água». Ele entoou versos de «Deus lhe pague» antes de convidar Gilberto Gil a subir ao palco, onde cantaram juntos «Cálice».

Antes, Chico gritou «Lula livre» e foi aplaudido pelo público que aguardava uma manifestação sua. Como de costume, ele evitou fazer um discurso.

Gil emendou «Maracatu Atômico», de Chico Science e Nação Zumbi.

Gil disse que o ato deste sábado representava a «luta democrática».

«A vida moderna demanda hoje que estejamos engajados na luta democrática». Gil e Chico encerraram sua participação com a música «Aquele abraço».

Folha de S. Paulo


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