Realizan protestas contra la Red Globo a dos años del inicio del golpe a Dilma

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Brasileños recordarán golpe con protestas contra la Red Globo

Los movimientos populares brasileños recordarán hoy los dos años del inicio del golpe parlamentario-mediático-judicial contra la presidenta constitucional Dilma Rousseff con protestas contra la Red Globo, partícipe activa en todo ese proceso.

En las principales ciudades del país tendrán lugar manifestaciones de calle frente a la sede de las emisoras afiliadas a la Globo, para condenar también las maniobras que esta cadena realiza para excluir al exmandatario Luiz Inácio Lula da Silva de las elecciones de octubre próximo.

Las demostraciones, organizadas por los frentes Brasil Popular y Pueblo Sin Miedo, recordarán además el vigésimo segundo aniversario de la todavía impune masacre de Eldorado de los Carajás, en el estado de Pará, en la cual fueron asesinados 21 campesinos.

En el acto de cierre de la cuarta etapa de la caravana Lula por Brasil, en marzo último, el fundador y líder histórico del Partido de los Trabajadores (PT) insistió en que su condena a 12 años y un mes de cárcel es fruto de una mentira construida por la Red Globo, a la cual acusó de ser la principal diseminadora de odio en el país.

Por otra parte, los Comités por la Anulación del Impeachment – un proceso cuyo inicio admitió la Cámara de Diputados el 17 de abril de 2016 – anunciaron días atrás que en ocasión de conmemorarse los dos años del nefasto suceso organizarían un acto frente a la sede del Supremo Tribunal Federal (STF).

Además, dos de los representantes de esos colectivos, Marcelo Neves y Giselle Mathias, ofrecerán una conferencia de prensa para dar a conocer los resultados de la Acción Popular por la Anulación del Impeachment iniciada hace 10 meses y que, según anticipó el diario digital Brasil 247, recolectó ya unas 70 mil firmas de apoyo.

Esta iniciativa busca presionar a la Corte Suprema para que discuta la nulidad del juicio político seguido contra Dilma Rousseff y que desconoció la soberanía de los 54,5 millones de votos recibidos por la mandataria electa en el pleito de 2016.

Por coincidencia, los dos años del inicio del golpe coincidirán con el enjuiciamiento en el STF de una denuncia ofrecida por la Procuraduría General de la República contra el senador Aécio Neves, del Partido de la Social Democracia Brasileña (PSDB), reconocido como líder de la campaña por la destitución de Dilma.

Candidato presidencial derrotado en las urnas en 2016, Neves – quien es acusado de corrupción pasiva y obstrucción de la justicia – pudiera finalmente hoy terminar el día como reo de la justicia.

Prensa Latina


Ato em Porto Alegre, nesta terça, protesta contra dois anos do golpe

As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo promovem, nesta terça-feira (17), atos de protesto em todo o país, lembrando a passagem dos dois anos da aprovação da abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Em Porto Alegre, a manifestação será realizada às 17h30, na Esquina Democrática, que foi o principal espaço de resistência ao golpe na capital gaúcha.

Na votação, ocorrida em pleno domingo, em 17 de abril de 2016, sob a acusação das supostas “pedaladas fiscais”, o impeachment foi aprovado com 367 votos favoráveis e 137 contrários, 7 abstenções e 2 ausências.

“O povo, a cada dia que passa, se dá conta da grande mentira e do teatro feito com tintas de legalidade, que foi esse processo que roubou o voto de 54 milhões de homens e mulheres. O impeachment da presidenta Dilma foi um dos ingredientes do golpe”, afirma o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo. O impeachment, diz ainda o sindicalista, “culminou com a retirada dos direitos sociais e trabalhistas da população, a entrega da nossa soberania ao capital e às empresas multinacionais, principalmente as petrolíferas estrangeiras que levaram o pré-sal a preço de banana”, destaca”. “Agora, os mesmos que deram o golpe levaram à prisão, sem crime e por isso sem prova, o ex-presidente Lula para impedi-lo de ser candidato a presidente, o que o transforma em preso político”.

Sul21


Dia da infâmia na Câmara completa dois anos com um Brasil muito pior

Há exatos dois anos, a Câmara dos Deputados realizava, numa noite de domingo, uma sessão extraordinária que provocaria perplexidade no mundo civilizado. Parlamentares obscuros faziam discursos inflamados para afastar, por «pedaladas fiscais», uma presidente reconhecidamente honesta. Muitos deles, pouco tempo depois, acabariam denunciados por corrupção. Foi uma sessão tão grotesca, que acabou definida pelo escritor português Miguel Sousa Tavares como a «assembleia de ladrões presidida por um ladrão», que afastou a presidente honesta Dilma Rousseff.

O deputado que conduziu a sessão, Eduardo Cunha, foi condenado a mais de 15 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. O governo que veio na sequência hoje é conduzido por Michel Temer, já denunciado como corrupto e chefe de quadrilha. O líder do golpe, senador Aécio Neves (PSDB-MG), deve se tornar réu por ter pedido propinas de R$ 2 milhões à JBS. Enquanto isso, a presidente deposta Dilma Rousseff, mesmo derrubada pelo parlamento mais corrupto da história do País, se mantém digna e de pé.

Naquele domingo, por 367 votos favoráveis e 137 contrários, a Câmara dos Deputados aprovou a autorização para ter prosseguimento no Senado o impeachment de Dilma, que foi afastada porque se recusou a ceder às chantagens de Cunha.

Hoje, o Brasil vive sob o governo mais corrupto de sua história, em que vários ministros não abandonam seus cargos porque não podem abrir mão do foro privilegiado. Além disso, a economia nacional afundou quase 10% e o desemprego, que havia atingido, com Dilma, a menor taxa de sua história, com 4,3%, foi a 13%.

Brasil 247


Dois anos de golpe: mais desempregados, menos carteira assinada

Dois anos atrás, uma inesquecível sessão da Câmara dos Deputados autorizou o prosseguimento do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, sob pretexto de «pedaladas» fiscais, mas com um vasto repertório de ataques ao governo. Muitos se declaravam indignados com o aumento do desemprego. No 1º de Maio de 2016, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), por exemplo, disse se «solidarizar» com os mais de 10 milhões de desempregados no país, segundo ele vítimas da política econômica. Na mesma data, Marina Silva (Rede) disse que seria «o pior Dia do Trabalhador deste século». Pois às vésperas do 1º de Maio de 2018, o número supera os 13 milhões.

No intervalo de praticamente dois anos, o Brasil sob Temer perdeu aproximadamente 1,4 milhão de postos de trabalho formais, de acordo com os números do IBGE. E «ganhou» 1,7 milhão de desempregados.

Embora o governo insista no discurso da «retomada», os dados do mercado de trabalho não autorizam prognósticos otimistas. No trimestre encerrado em abril de 2016, o país tinha 11,411 milhões de desempregados, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE. Em dezembro do ano passado, depois da «reforma» trabalhista, que seria uma «solução» para o mercado, esse número subiu para 12,311 milhões. Em fevereiro último, atingiu 13,121 milhões.

O total de ocupados pouco se alterou entre abril de 2016 e fevereiro deste ano, passando de 90,633 milhões para estimados 91,091 milhões. Menos do que em dezembro, primeiro mês pós-«reforma», quando a estimativa do IBGE era de 92,108 milhões.

O que efetivamente cresceu foi o total de empregados no setor privado sem carteira assinada, que eram 9,953 milhões no trimestre encerrado em abril de 2016 e somavam 10,761 milhões em fevereiro último, um pouco menos do que em dezembro (11,115 milhões). Os trabalhadores por conta própria passaram de 22,980 milhões para 23,198 milhões em dezembro de 2017 e 23,135 milhões em fevereiro de 2018.

Em 12 meses, até fevereiro, o país está com 1,745 milhão de ocupados a mais no mercado de trabalho, o que é um dado positivo. Mas esse crescimento foi obtido à custa da precariedade: 511 mil empregados sem carteira e 977 mil trabalhadores por conta própria a mais. E 611 mil «com carteira» a menos, sempre de acordo com a Pnad.

A taxa de desemprego, tida como alarmante pelos oposicionistas de 2016 – era preocupante, de fato –, chegava a 11,2% no trimestre encerrado em abril, quando Dilma caiu. Em dezembro último, depois da «reforma» implementada pela Lei 13.467, chegou a 11,8%. Em fevereiro, a 12,6%.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, apontam estoque ajustado de 39,028 milhões em fevereiro de 2016, ainda no governo Dilma. Em fevereiro deste ano, o estoque era de 38,012 milhões – 1,016 milhão a menos.

O governo informa que houve crescimento no emprego formal nos últimos meses, o que é um fato. Mas quem entra está ganhando menos do que quem sai: o salário médio dos admitidos em fevereiro foi de R$ 1.502,68, segundo o Caged, enquanto o dos demitidos era de R$ 1.662,95.

Rede Brasil Atual


Uma enciclopédia para entender o golpe de 2016

Uma dezena de universidades públicas mobilizou-se para criar disciplinas sobre o golpe de 2016, seguindo a iniciativa do professor da Universidade de Brasília Luis Felipe Miguel. Na primeira aula, na segunda-feira 5, o cientista político explicou por que essa palavra é tão repelida justamente por aqueles que a puseram em circulação no Brasil.

“Não foi só uma mudança em quem ocupa a Presidência. É uma mudança profunda, que se pretende definitiva, imposta unilateralmente e em desrespeito à lei por grupos de dentro do Estado, nas regras do jogo político. Em uma palavra: é mesmo um golpe”, escreveu o professor.

A academia começa a cumprir o seu papel, e é preciso dar nome aos bois, ainda que estes tenham o infortúnio de ser chamados de Temer, Cunha, Aécio ou Geddel. A esta altura do campeonato, só mesmo golpistas não admitem que Michel Temer é um presidente ilegítimo e o mandato popular de Dilma Rousseff foi roubado por eles.

Porém, a jornalista Maria Inês Nassif alerta no prefácio da Enciclopédia do Golpe – O papel da mídia que, se as futuras gerações se dedicarem a estudar esse período da história brasileira por meio do noticiário da imprensa comercial, certamente considerarão que tudo transcorreu dentro da normalidade institucional.

“O que aconteceu é o que aconteceu: não existem duas versões para um Congresso que se reúne e depõe uma presidente legitimamente eleita e entrega o poder a um vice de passado nebuloso; não há duas interpretações para um Judiciário que condena inocentes inventando interpretações sobre textos legais que variam conforme o réu; não há duas visões sobre uma mídia que omite, esconde e manipula”, resume Maria Inês.

A obra de 251 páginas contém 28 verbetes escritos por profissionais e estudiosos da comunicação, cientistas políticos, filósofos e historiadores. Os capítulos tratam de temas variados, que vão desde uma radiografia do conluio entre jornalistas e o Judiciário, passando pela falta de democratização da mídia, o protagonismo político da TV Globo, a tomada das redes sociais por movimentos reacionários e a ainda influente agenda imposta pelos veículos tradicionais. O foco é a centralidade da mídia hegemônica, tida pelos organizadores da obra como a principal responsável pela narrativa dos acontecimentos.

“Indispensável a contribuição da propaganda inutilmente disfarçada de jornalismo para demonizar Lula, alvo maior da manobra golpista, reconhecido como principal entrave ao projeto de um Brasil-satélite no quintal dos EUA, país em demolição atado a instituições medievais, insignificante no plano internacional, exportador ainda e sempre de commodities”, defende Mino Carta, diretor de redação de CartaCapital, na introdução da enciclopédia.

“De fato, uma mídia empresarial totalitária, com força e decisão para capturar e ditar o rumo dos acontecimentos parece ter sido a principal engrenagem motora da ruptura da normalidade democrática”, anota o filósofo Bajonas Teixeira de Brito Junior, da Universidade Federal do Espírito Santo.
Para ele, é possível traçar paralelos entre a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que defendeu o golpe de 1964, com o que define como “pseudo ‘movimentos de protesto’”, como o MBL, Vem pra Rua e Revoltados Online, reeditando a estratégia golpista em 2015.

No conjunto, a enciclopédia presta-se a iluminar sombras de uma cobertura visivelmente negativa praticada pelos maiores e mais privilegiados veículos midiáticos. Ela é classista, por estar em defesa dos interesses empresariais das elites, e não surgiu com o impeach-ment. Mais de um autor defende que o golpe já vinha sendo fermentado desde que o PT assumiu o poder.

“A Globo, com seus obedientes mervais, já vinha trabalhando desde o ‘Mensalão’, em 2005, para construir a ideia de que o PT inventou a corrupção no Brasil”, afirma o jornalista Rodrigo Vianna.

Autores dos verbetes descrevem a onipresença da emissora global para a “construção e disseminação de propaganda antipetista e antiesquerda”, segundo Maria Inês. “O processo de impeachment foi um jogo de futebol. A Globo passava a bola para a Folha, que deixava a Veja perto do gol, que tocava para o Sergio Moro completar de cabeça”, explica o jornalista Miguel do Rosário.

Essa triangulação só foi possível por haver um sistema midiático altamente concentrado no Brasil e cujo antídoto, a democratização dos meios de comunicação, jamais chegou a representar uma ameaça real às empresas.

Ora a imprensa atacava ferozmente o governo federal por aventar colocar em pauta esse assunto, ora Lula e Dilma não só recuavam como continuavam a favorecer as grandes corporações destinando generosos recursos por meio da propaganda oficial. Entram nessa combinação as revistas semanais Veja, Época e IstoÉ, como anota o professor Frederico de Mello Brandão Tavares, da Universidade Federal de Ouro Preto. “Em ‘tempos de golpe’, estas revistas (…) funcionam como gatilho para a pauta noticiosa. Vendem opinião como notícia.”

Outro verbete essencial é o caráter misógino do golpe. Para a socióloga Eleonora Menicucci, ex-ministra de Políticas para as Mulheres do governo Dilma, e a jornalista Júlia Martim, a mídia “estimulou em todas as oportunidades as críticas pautadas em questões comportamentais e não políticas”.

Esse conteúdo machista alimentou e fortaleceu um discurso de ódio, que acabou invadindo as redes sociais manipuladas por robôs, perfis anônimos e favorecendo a explosão das fake news, que também virou um verbete. “A imprensa brasileira faz parte da articulação de um golpe protagonizado por uma elite de homens brancos, declarados como heterossexuais e defensores de uma sociedade estruturada no patriarcado.”

Este é o segundo volume da Enci-clopédia do Golpe. O primeiro foi lançado em novembro e procurou explicar como cada um dos golpistas atuou em 2016. Escreveram verbetes, entre outros, os historiadores Luiz Alberto Moniz Bandeira e Fernando Horta, o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo (consultor editorial da CartaCapital) e o sociólogo Jessé Souza.

Carta Capital

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