Lula inicia caravana por el sur de Brasil y se reúne con Mujica y Correa
El expresidente brasileño Luiz Inácio Lula da Silva, favorito para vencer las presidenciales de octubre iniciará este lunes, con un encuentro con José Mujica en la frontera, una nueva gira por diferentes ciudades de Brasil.
Lula parará en Bagé y en Santana do Livramento, en la frontera con Uruguay, para participar, hoy, en un evento junto al expresidente uruguayo. El ex presidente de Ecuador Rafael Correa también formará parte de este encuentro. Los ex presidentes analizarán la actual coyuntura latinoamericano y otros temas, como el asesinato de líderes sociales y sindicales.
Lula recorrerá en los próximos diez días 17 ciudades de los tres estados del sur de Brasil para conversar con la población sobre sus necesidades de cara a las elecciones de octubre próximo, informó ayer el Partido de los Trabajadores (PT) en las redes sociales.
Pese a que está legalmente impedido de hacer proselitismo hasta junio próximo, esta es la cuarta gira que el ex mandatario realiza en los últimos meses, tras las que hizo en agosto por ciudades del empobrecido nordeste de Brasil, la de octubre por el estado de Minas Gerais y la de diciembre por Río de Janeiro y Espíritu Santo.
El nuevo recorrido comienza por Santana do Livramento, ciudad brasileña en la frontera con Uruguay y en donde el popular líder brasileño tendrá un encuentro con su amigo Pepe Mujica. De acuerdo con el PT ambos realizarán en una plaza de Santana do Livramento una “conversación pública” en la que analizarán la actual coyuntura latinoamericana, especialmente el avance de gobiernos neoliberales en países antes gobernados por la izquierda.
Según los organizadores, Lula y Mujica también abordarán en su encuentro asuntos específicos de Brasil, como la intervención militar en la seguridad del estado de Río de Janeiro decretada hace un mes por el Gobierno de Michel Temer y el asesinato de líderes sociales y sindicales, como el de la concejala y activista Marielle Franco. La gira de Lula proseguirá hasta el 28 de marzo, cuando terminará con un acto político en Curitiba, la ciudad en donde un juez de primera instancia condenó al expresidente por corrupción y en donde puede purgar su pena en caso de que sea detenido.
En los últimos días tanto el ex jefe de Estado como los dirigentes del PT han admitido que el encarcelamiento puede producirse a comienzos de abril, cuando la Sala Octava del Tribunal Regional de la Cuarta Región tiene previsto reunirse para analizar el último recurso al que tiene derecho Lula en segunda instancia.
Este tribunal fue el que confirmó en enero pasado la condena que le había sido impuesta en primera instancia al histórico líder sindical y elevó la pena de ocho a doce años.
La legislación brasileña prevé el encarcelamiento de un condenado por un tribunal colegiado cuando ya no cuente con más posibilidades de recurrir en segunda instancia.
La ley también inhabilita a un condenado en segunda instancia, por lo que Lula puede ser impedido de inscribir su candidatura.
El PT, la mayor formación de izquierda de América Latina, ha dicho que insistirá en la candidatura hasta última instancia y que llevará el caso hasta la Corte Suprema debido a que lo considera inocente y no pretende apostar en ningún otro candidato.
Pese a su condena, a los otros seis procesos que enfrenta y al inminente encarcelamiento, Lula lidera con gran ventaja todos los sondeos de intención de voto para las presidenciales.
El exmandatario ha aprovechado las giras que ha realizado en los últimos meses para defender su inocencia y describirse como víctima de una persecución política de grupos de poder que buscan impedirle que gobierne nuevamente Brasil.
En el nuevo recorrido en autobús que comienza hoy en la frontera con Uruguay, pasará por nueve ciudades de Río Grande do Sul, el estado más meridional de Brasil y también fronterizo con Argentina; cuatro del estado de Santa Catarina y otras cuatro del estado de Paraná.
“Están mintiendo”
“Estoy pronto para ir preso”, dice Lula en un libro, que saldrá próximamente, que es resultado de tres extensas entrevistas realizadas en febrero. “No voy a salir de Brasil, no me voy a esconder en una embajada, no voy a huir. Voy a estar en mi casa, llegando a casa entre las ocho y las nueve de la noche, yéndome a dormir a eso de las diez y levantándome a las cinco de la mañana para hacer gimnasia”, agrega.
Considera que “quizás” huiría si hubiese “cometido un error” o “un crimen” como aquellos de los que se lo acusa, pero no lo hará porque tiene “plena conciencia” de su inocencia. “Sé que es difícil que ellos acepten que un metalúrgico les diga que están mintiendo, pero están mintiendo”.
Lula abre caravana no Sul com visita a Universidade do Pampa e encontra Mujica
Líder absoluto em todas as pesquisas de intenção de voto para as eleições 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia nesta segunda-feira (19), em Bagé, no Rio Grande Sul, a quarta etapa da caravana Lula pelo Brasil. A bateria de viagens tem eventos programados em 19 cidades e passará por Santa Catarina e Paraná, onde termina com um ato público no próximo dia 28, em Curitiba.
A caravana coincide com o período em que os juízes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), de Porto Alegre, devem concluir a análise dos embargos de declaração, último recurso da defesa de Lula no âmbito da segunda instância do Judiciário. A decisão é esperada para 26 de março. Se confirmada a sentença de 24 de janeiro, o pedido de prisão pode ocorrer ainda neste mês.
No âmbito do Judiciário, a defesa do ex-presidente ainda trabalha para tentar anular o processo conduzido pelos juiz de primeira instância Sérgio Moro. Segundo os advogados de Lula, Moro teria operado em colaboração com órgãos do governo dos Estados Unidos e recusado deliberadamente depoimentos que inviabilizariam as acusações que levaram a sua condenação. A defesa busca também brechas no Supremo Tribunal Federal que podem determinar que um réu só possa ser preso depois de julgado em instâncias superiores.
Lula admite a possibilidade de a perseguição judicial de que é vítima levá-lo à prisão a qualquer momento. Mas tem reiterado que não vai «abaixar a cabeça» e seguirá com seu objetivo de lutar pelo direito de disputar a eleição. Durante discurso no Fórum Social Mundial, na última quarta-feira (14), em Salvador, enfatizou que está em disputa não seu direito individual, mas o projeto que defende e representa: «Querem me prender? Eu falarei pela voz de vocês. Eu andarei pela perna de vocês. Eu pensarei pela cabeça de vocês», afirmou.
Na sexta-feira (16), durante lançamento do livro A Verdade Vencerá, o petista falou a um auditório lotado do Sindicato dos Químicos de São Paulo. E ressaltou o tema do projeto que está em jogo. «O que está acontecendo com o Lula é nada, perto do que está acontecendo com o povo trabalhador, que está perdendo os direitos desde a criação da CLT em 1943, os que estão perdendo a perspectiva de ter um emprego para sustentar a sua família.»
Educação em foco
Como nas três caravanas que percorreram o Nordeste, o norte de Minas Gerais e os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, um dos principais temas a serem abordados é a educação. A viagem, anteriormente prevista para fevereiro, foi inclusive postergada para ajustar o roteiro ao calendário estudantil.
O primeiro evento desta segunda-feira, em Bagé, cidade de 122 mil habitantes, na divisa do Rio Grande do Sul com a cidade de Vichadero, no Uruguai, será uma visita ao campus da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), criada durante seu segundo mandato (2006-2010).
A instituição atende 13 mil estudantes e tem campi também em Alegrete, Caçapava do Sul, Dom Pedrito, Itaqui, Jaguarão, Santana do Livramento, São Borja, São Gabriel e Uruguaiana. Pelo menos outros quatro compromissos da caravana envolvem universidades criadas ou ampliadas durante o governo do petista.
O ex-presidente, porém, deverá enfrentar animosidades de uma região em que não conta com as mesmas taxas de aprovação que nas etapas anteriores. A Câmara de Vereadores de Bagé, por exemplo, aprovou no último dia 5 uma «moção de repúdio» a sua passagem pela cidade. O autor da moção, vereador Antenor Teixeira (PP), alegou que a cidade «não pode receber um condenado pela Justiça e um dos grandes responsáveis pela instauração da corrupção desgovernada no Brasil».
Teixeira contou com 14 dos 17 votos da Casa, dominada pelo PTB (seis vereadores), PP, PSDB, DEM, PSC, PRB e PR, legendas que ajudaram Michel Temer a aprovar a reforma trabalhista e a emenda do limite de gastos sociais (as quais Lula defende revogação) – e que também impediram que Temer fosse investigado por corrupção e obstrução de Justiça pelo Congresso Nacional.
Com Pepe Mujica
A caravana Lula pelo Sul encerrará seu primeiro dia de jornada em Santana do Livramento, num encontro entre dois ex-presidentes com elevados índices de reconhecimento internacional. Lula participará de conversa pública com o ex-presidente uruguaio e atual senador José Pepe Mujica. Discutirão desenvolvimento da América do Sul, avanços promovidos pelos dois governos em políticas sociais e pela integração, a defesa da democracia e a resistência à escalada de retrocessos na região.
O evento acontece às 15h30 na Praça Internacional, na Fronteira da Paz, área que abrange também a cidade uruguaia de Rivera.
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