Brasil: científicos piden elecciones directas y mayor presupuesto para la ciencia

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Científicos reunidos en la 69ª Reunión Anual de la Sociedad Brasileña para el Avance de la Ciencia (SBPC, por sus siglas en portugués), realizada del 16 al 22 de julio, pidieron al Congreso Nacional un nuevo acuerdo por la democracia, con elecciones directas para la Presidencia del país, más recursos para la ciencia y que el dinero recuperado de la corrupción sea destinado a la ciencia y tecnología.

“Brasil está inmerso en una grave crisis política y económica; el gobierno actual ha implementado un programa de anulación de derechos del pueblo brasileño y ha asignado a la ciencia brasileña el peor presupuesto de las últimas décadas”, dice la moción aprobada por los socios durante la asamblea realizada en Belo Horizonte.

Según el documento, hay un alto índice de rechazo ciudadano a las propuestas del gobierno, como las reformas laborales y de seguridad social y la Enmienda Constitucional que congeló las inversiones en las áreas sociales, incluyendo la ciencia y tecnología, por los próximos 20 años.

Además, dice el documento, las recientes denuncias de la Procuraduría General de la República sobre actos de corrupción que involucran al Presidente y algunos miembros de su gobierno ponen en evidencia que el actual gobierno no tiene condiciones para conducir reformas y medidas tan impactantes en la vida de la población.

“Es fundamental que, principalmente en momentos de crisis económica, se invierta en ciencia, tecnología e innovación para generar un nuevo ciclo de desarrollo en áreas estratégicas, allanando el camino hacia la disminución de desigualdades sociales, con trabajo, distribución de renta, educación y salud de calidad para la población”, afirma el documento.

Para ello, los científicos piden que se adelanten las elecciones directas (en las urnas, por la sociedad brasileña), para la Presidencia del país. Las elecciones están planificadas para el año de 2018, pero, en caso de destitución (impeachment) del presidente Michel Temer por denuncias de corrupción, el nuevo presidente sería elegido por el Congreso Nacional.

En otra moción, los miembros de la SBPC piden que el dinero recuperado de diferentes actos de corrupción, desvíos de obras públicas, enriquecimiento ilícito y otras acciones ilegales practicadas por distintos actores, en especial la clase política, sea devuelto a la sociedad brasileña como inversión en ciencia y tecnología, área que está sufriendo recortes sustanciales en los últimos tres años.

Un ejemplo del escenario que atraviesa la ciencia brasileña es el recorte de 44% del presupuesto del Ministerio de Ciencia, Tecnología, Innovación y Comunicaciones (MCTIC) realizado en marzo de este año.

Para los científicos, “estos actos ilícitos son en gran parte responsables de la penuria que viven los institutos de investigación y las universidades públicas estatales y federales, donde se realiza la mayor parte de la investigación científica del país”.

Los institutos de investigación vinculados al MCTIC fueron el tema de otra moción, firmada por los directores de estos institutos y aprobada por los miembros de la SBPC.

Según el documento, la reducción sistemática en los presupuestos de estos institutos en los últimos años está amenazando su existencia y “causará daños irrecuperables a instituciones estratégicas, privando al estado brasileño de instrumentos esenciales para cualquier movimiento de recuperación de nuestra economía”.

“La SBPC reúne alrededor de 140 sociedades científicas del país y, por ello, tiene una representatividad muy grande de la comunidad científica”, dijo a SciDev.Net el secretario general de la organización, Paulo Hofmann.

En particular, Hofmann recalca el papel de resistencia política que la SBPC ha desarrollado en su historia, incluso durante la dictadura que afectó al país entre los años 1960 a 1980.

En 2013, el presupuesto de la ciencia y tecnología brasileña llegó a su punto más alto, con cerca de R$ 10 mil millones (aproximadamente US$3,2 mil millones); sin embargo, desde entonces ha sido reducido. En 2016, el entonces Ministerio de Ciencia, Tecnología e Innovación fue fusionado al de Comunicaciones, provocando una pérdida en el estatus del sector.

Scidev Net


SBPC: Desmonte nas ciências e defesa de Diretas marca reunião anual

Mais de 11 mil pessoas participaram da 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que terminou neste sábadoe (22), em Belo Horizonte (MG). Deste total, se inscreveram 6.439 participantes, provenientes de 501 municípios distribuídos dos 26 estados e do Distrito Federal. A inscrição só era obrigatória para apresentação de pôsteres e matrícula em mini-cursos.

A Reunião Anual da SBPC tem como objetivo debater políticas públicas e difundir os avanços da ciência nas diversas áreas do conhecimento. Trata-se do maior evento científico do Hemisfério sul.

Esta edição teve como tema Inovação – Diversidade – Transformações e sua programação ocorreu ao longo de toda a semana no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Na programação, 69 conferências, 82 mesas-redondas e 55 minicursos, além de assembleias, reuniões de trabalhos, apresentação de pôsteres científicos e outras atividades.

Ao longo do evento, o físico Ildeu de Castro Moreira assumiu a presidência da SBPC em substituição à bióloga Helena Nader, que estava a frente da entidade desde 2011. Ildeu faz uma avaliação positiva da reunião. «Tivemos uma participação intensa e discussões muito interessantes sobre ciência, educação e cultura. E também assuntos específicos como a nanotecnologia e a saúde. E também muita discussão sobre quais os rumos que o Brasil deve adotar num momento de gravidade na economia e na política.»

A SBPC aprovou moções a favor da convocação de eleições diretas e da reposição orçamentária do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). A entidade também se posicionou em defesa da revogação da Emenda Constitucional 95, que fixou no ano passado um teto para os gastos públicos no país pelos próximos 20 anos.

Na entrada da UFMG foi fixado um «tesourômetro», equipamento criado pela SBPC que pretende medir as perdas financeiras para ciência desde 2015, considerando os cortes nos orçamentos do MCTIC, das universidades federais e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Segundo os idealizadores da medida, a pesquisa brasileira vem tendo uma perda média de R$ 500 mil por hora em recursos federais com a crise financeira. Desde o início do ano, o governo federal contingenciou recursos de várias áreas por causa do ajuste fiscal.

De acordo com Ildeu Moreira, os efeitos devem ser mais sentidos a longo prazo. «Nós estamos tendo evasão de cérebros do país. O risco é termos projetos descontinuados e de pesquisadores irem para o exterior e não retornarem mais. Alguns já foram», afirma. No entanto, ele diz que sai da reunião com otimismo. «Toda esta movimentação dos cientistas nos dá esperança. Agora vamos dar continuidade às nossas ações no Congresso e ampliar as mobilizações para convencer os deputados a reverem algumas medidas. Esse diálogo com o Parlamento é importante, para chegarmos na próxima edição deste evento com um quadro mais favorável». A 70º Reunião Anual da SBPC, que ocorrerá no ano que vem, será realizada na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em Maceió.

Pós-graduação

A presidenta da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Tamara Naíz, também fez um balanço positivo do evento. Dentro da programação da Reunião Anual da SBPC, foi realizado o 5º Salão Nacional de Divulgação Científica, debateu o impacto da ciência na sociedade. «Nós defendemos que a ciência que não esteja encastelada apenas nas prateleiras das bibliotecas, mas que seja capaz de intervir na realidade e se traduza em transformações e em bem-estar social. Tanto a reunião da SBPC quanto o nosso salão apontaram nessa direção», disse.

Doutoranda em história econômica da Universidade Federal de Goiás (UFG), Tamara também manifestou preocupação com o atual cenário. Segundo ela, o Brasil está investindo na ciência menos que países mais pobres. «Isso leva a uma desconstrução do futuro. Na ciência não tem tempo parado. Se cortarmos recursos hoje, mesmo que exista investimento no ano que vem as coisas não se mantêm. Como dizem os chineses, é preciso transformar a crise em oportunidades. É o momento de pensar saídas. E não faz sentido responder a uma crise cortando as nossas possibilidades de futuro», avalia.

Vermelho

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