Brasil: Eduardo Cunha, expresidente de la Cámara de Diputados y cerebro del golpe parlamentario, declaró que no fue sobornado por Temer
El expresidente del Congreso dice que Temer nunca intentó comprar su silencio
El expresidente de la Cámara de los Diputados de Brasil Eduardo Cunha, preso desde 2016 por asuntos de corrupción, aseguró hoy a la policía que el mandatario Michel Temer nunca intentó comprar su silencio, informó su abogado.
Cunha, impulsor del juicio político que llevo a la destitución de Dilma Rousseff, declaró hoy en el marco de una investigación abierta contra el presidente Michel Temer por los supuestos delitos de corrupción, obstrucción a la justicia y asociación ilícita.
«Su silencio nunca estuvo a la venta», dijo el abogado de Cunha, Rodrigo Sánchez Rios, en declaraciones recogidas por medios locales.
Temer está siendo investigado por las autoridades, después de que el empresario Joesley Batista, uno de los dueños de la cárnica JBS, entregara a las autoridades una grabación clandestina que implica directamente al jefe de Estado.
En esa grabación, Batista le dice a Temer que todos los meses le daba dinero a Cunha «para mantener las cosas bajo control», a lo que el mandatario replica: «Tienes que mantener eso, ok?».
Para la Fiscalía, el audio sugiere que Temer dio aval a Joesley Batista para comprar el silencio de Eduardo Cunha, condenado a más de 15 años de prisión por su implicación en la trama corrupta construida alrededor de la petrolera estatal Petrobras.
La defensa de Cunha desmintió que el exdiputado haya recibido algún tipo de soborno con el fin de evitar una confesión ante las autoridades a cambio de una reducción de su pena y que podría salpicar a importantes políticos.
«El diputado resaltó que nunca le buscaron, ni el presidente, ni interlocutores del presidente. Él lo negó categóricamente», afirmó.
Según medios locales, el fiscal general, Rodrigo Janot, estaría preparando una denuncia contra el presidente Michel Temer, la cual podría ser presentada en los próximos días o semanas.
No obstante, la aceptación o rechazo de una eventual denuncia dependería de una votación en el pleno de la Cámara de los Diputados. Si fuera aprobada por al menos dos tercios de los diputados, la decisión sería entonces comunicada al Supremo, que tendría la última palabra.
Cunha depõe na PF de Curitiba e nega que ‘vendeu silêncio’, diz advogado
O deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) prestou depoimento por cerca de 1h30 na sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba, nesta quarta-feira (14). Ele falou no inquérito que investiga o presidente da República Michel Temer (PMDB).
Ao deixar a PF, o advogado de Cunha, Rodrigo Rios, disse que ele reafirmou que «o silêncio dele nunca esteve à venda» e que nunca foi procurado por Temer ou interlocutores do presidente para comprar o seu silêncio. «Ele negou categoricamente», disse Rios.
Cunha chegou à PF por volta das 10h, mas o depoimento estava marcado para as 11h. Ele só entrou em uma das salas às 11h15. Segundo o advogado Rodrigo Rios, foram feitas 47 perguntas ao deputado cassado e ele respondeu as que eram relacionadas ao conteúdo da delação dos donos do frigorífico JBS, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na delação, o empresário Joesley Batista entregou a gravação de uma conversa com Temer na qual afirma que o presidente deu aval para que ele continuasse pagando Cunha, para que ficasse em silêncio e não fizesse um acordo de delação.
Segundo Rios, Cunha não respondeu aos questionamentos relacionados ao suposto recebimento de propina por parte de empresas interessadas em obter empréstimos do Fundo de Investimentos do FGTS, por ser um tema que não faz parte do inquérito que investiga Temer.
O advogado de Cunha afirmou que o ex-deputado prestou depoimento como declarante. O deputado cassado saiu do prédio da PF por volta das 13h55 (veja vídeo abaixo).
Condenado pela Operação Lava Jato a 15 anos de reclusão, Eduardo Cunha está detido no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele foi preso em outubro de 2016.
Acesso aos depoimentos
Na terça (13), a defesa de Eduardo Cunha pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso às gravações que integram a investigação sobre Michel Temer antes de depor à Polícia Federal sobre o caso.
Eduardo Cunha, porém, queria ter acesso ao material da investigação com 48 horas de antecedência para poder responder às perguntas com ampla defesa – o que poderia adiar o depoimento, caso o pedido fosse aceito pelo Supremo.
Em março deste ano, Michel Temer foi gravado pelo dono da JBS, Joesley Batista, numa conversa em que, segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), deu aval para pagamentos a Cunha com o objetivo de convencer o ex-deputado a não fechar acordo de delação premiada.
O presidente nega as acusações, diz que não teme delações e afirma que jamais atuou para beneficiar a JBS no governo.
Em uma carta escrita da prisão, Cunha afirmou que não teve o silêncio comprado e que nunca pediu nada a Temer.
Nesta semana, o ministro Edson Fachin concedeu cinco dias para a PF concluir o inquérito sobre Temer, prazo que vence na segunda-feira (19).
Depois, se avaliar que há provas contra o presidente, caberá à PGR oferecer uma denúncia; caso contrário, poderá pedir o arquivamento do caso.
Senado retira nome de Aécio Neves do painel de votações
O nome de Aécio Neves (PSDB-MG), afastado do Senado por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), foi retirado do painel de votações nesta quarta-feira. O presidente da Casa, Eunício Oliveira, disse que a medida foi tomada para que não gere dúvidas sobre o cumprimento da decisão.
— A Mesa não descumpriu a decisão da Suprema Corte. Estava bloqueado, agora está apagado para que não gere nenhum tipo de duvidas — disse Eunício.
O presidente do Senado voltou a afirmar que está cumprindo a decisão.
— Não são verdadeiras informações de que não foi cumprida decisão – afirmou.
Fachin negou pedido de prisão de Aécio feito pela Procuradoria-Geral da República, mas determinou seu afastamento do cargo. O procurador-geral, Rodrigo Janot, recorreu da decisão, classificando a prisão de Aécio como “imprescindível” para a garantia da ordem pública e da instrução criminal, diante de “fatos gravíssimos” que teria sido cometidos pelo parlamentar.
A referência de Janot foi à delação de Joesley Batista, dono da JBS, na qual o empresário entregou uma gravação em que Aécio pede R$ 2 milhões para, supostamente, pagar a defesa dele na Lava Jato.