Brasil: el motín en la cárcel de Manaos deja 56 muertos y anuncian el traslado de los cabecillas a prisiones federales

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Líderes de rebeliões em Manaus irão para presídios federais

Os líderes da rebelião que terminou ontem com 56 mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, serão transferidos para prisões federais, confirmaram nesta terça-feira fonte oficiais.

Depois de se reunir com as autoridades do estado do Amazonas, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, informou na noite de segunda-feira que os principais responsáveis do massacre serão identificados e transferidos para outras prisões do país.

Moraes também lembrou que o governo liberou recentemente mais de R$ 1 bilhão para criar novas vagas no sistema penitenciário, que sofre com graves problemas de superlotação.

Após o massacre em Manaus, o ministro da Justiça afirmou que o governo estuda implantar três medidas «fundamentais» no menor tempo possível para conter novas rebeliões e que, na sua opinião, foram «ignoradas» nos últimos anos no Brasil.

Moraes ressaltou a necessidade de implementar um serviço de inteligência nos presídios, sugeriu um aumento dos investimentos para instalar sistemas de bloqueio de telefones celulares no interior das prisões e pediu a separação dos presos mais perigosos do restante dos réus.

O ministro se reuniu na noite de ontem com o governador do Amazonas, José Melo, com quem analisou a crise no sistema prisional do estado.

O Comitê de Gerenciamento de Crise da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas confirmou que 56 presos morreram no Compaj, o que o transforma no segundo maior massacre da história carcerária do país.

Outros quatro detentos foram assassinados na Unidade Prisional de Puraquequara (UPP), na zona rural de Manaus, e houve rebeliões em outras duas unidades do estado.

A rebelião no Compaj começou na tarde de domingo, quando membros da organização criminosa Família do Norte (FDN), que mantêm o controle sobre a unidade, iniciaram uma disputa com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), que opera em São Paulo.

O motim deixou um rastro de sangue no presídio, onde dezenas de pessoas foram brutalmente assassinadas, algumas delas esquartejadas e decapitadas, e amontonadas em diversas áreas comuns do complexo.

No total, 184 pessoas fugiram durante as rebeliões registradas entre domingo e segunda-feira, e as autoridades conseguiram recapturar pelo menos 40.

Terra Brasil


Ministro da Justiça diz que maioria dos mortos não eram ligados a facções

O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, afirmou nesta terça-feira que a maioria dos mortos nas duas unidades prisionais de Manaus, entre domingo e segunda-feira, não eram ligados a facções. O secretário de estadual de Segurança, Sérgio Fontes, havia afirmando na segunda que o massacre foi causado por uma guerra entre organização criminosas.

— Isso é um erro que não podemos cometer, achar que, de uma forma simplista, que esse massacre e essas rebeliões são simplesmente guerra entre facções. Aqui, os 56 mortos, mais da metade não tinha ligação com nenhuma facção. Isso é algo que não vem sendo divulgado, exatamente porque sempre é mais fácil uma explicação simplista — disse o ministro em entrevista.

O ministro visitou na manhã desta terça-feira o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, onde morreram 56 detentos. Segundo o Moraes, a situação na prisão é considerada normal e as investigações para identificar os chefes do episódio devem ser divulgadas até o fim da semana.

— As alas do Compaj já estão limpas e vazias. Por lá as coisas estão normais. Agora o foco é as investigações que já começaram. Conversei com o delegado responsável pelas investigações e já coloquei a Polícia Federal à disposição para ajudar no que for preciso. E ele (delegado) me disse que até o fim da semana eles devem passa os nomes dos líderes das facções para que eles sejam transferidos — disse o ministro, que também visitou a ala feminina.

Após a visita, Moraes dirigiu-se à sede da Defensoria Pública do Estado, onde reuniu-se com o defensor público geral em exercício, Antonio Cavalcante. Ficou definido o apoio do Ministério da Justiça para criação de uma força-tarefa para assistência jurídica nas unidades prisionais de Manaus e de uma Central de Atendimento das Famílias Vítimas do Massacre.

Na última semana, o governo federal já havia anunciado o repasse de R$ 1,2 bilhão aos estados para a construção de penitenciárias e modernização do sistema penitenciário, sendo R$ 44,8 milhões para cada estado.

— Tivemos uma reunião bem proveitosa e fizemos uma análise de todas as propostas para que episódios como esse não aconteçam mais. Eu creio que existe um processo de evolução de se controlar melhor os presídios e, como houve a liberação desse dinheiro, os presídios serão dotados de equipamentos para melhorar o sistema — destacou Antonio Cavalcante.

SOBE PARA 54 NÚMERO DE RECAPTURADOS

Segundo o Comitê de Gerenciamento de Crise do Sistema de Segurança Pública do Amazonas, o número de foragidos recapturados subiu para 54, até às 14h desta terça.

O secretario de Segurança, Sérgio Fontes, disse que a expectativa é de que todos os fugitivos sejam recapturados até o fim da semana, principalmente depois que a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) divulgou o rosto de 90 dos foragidos.

— Já conseguimos em conjunto com a polícia recapturar 50 e esperamos que até o fim da semana todos sejam recapturados e voltem pra cadeia — disse Sérgio.

Questionado sobre os possíveis nomes que lideraram tanto o massacre, quanto a fuga, Sérgio frisa que prefere aguardar a conclusão das investigações da Polícia Civil.

— Só é possível saber quem são os líderes das facções quando as investigações terminarem, mas já sabemos de alguns que lideraram a rebelião, pois negociamos com eles no domingo e madrugada de segunda. Até o fim da semana, teremos esses nomes e poderemos iniciar então as transferência dos mesmos — destacou o secretário.

O número maior de fugitivos foi do Compaj: 112 detentos Já do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), 72 presos conseguiram fugir. O número total de foragidos chegou a 184.

Sérgio Fontes disse ainda que até o fim desta terça os corpos que já foram identificados serão liberados para os familiares realizarem os procedimentos cabíveis.

— Vamos entregar os corpos aos familiares ainda hoje, conforme eles forem identificados e liberados pelo Instituto Médico Legal — finalizou o secretário.

O Globo


Entrevista exclusiva de Nodal al sociólogo y periodista brasileño Jayme Brener sobre el motín en la cárcel de Manaos

Por Tomás Forster (de la redacción de Nodal.am)

El pasado lunes 2 de enero no fue un día más en la capital del Estado de Amazonas. El Complejo Penitenciario Anísio Jobim (Compaj) de Manaos, amaneció convulsionado por un motín que dejó al menos 56 muertos. Según las autoridades estaduales, el hecho se debió a un enfrentamiento entre dos facciones delictivas: el Primer Comando Capital (PCC) –que data de 1993, con su núcleo histórico en San Pablo y que se expandió a 22 de los 27 estados del país- y la Familia del Norte (FDN), la más poderosa de Manaos y aliada del Comando Vermelho,  surgido en Río de Janeiro en la lejana fecha de 1979.

Según la información que circula, en el enfrentamiento, las facciones rivales buscaron saldar su disputa, previa declaración de guerra a mediados del 2016, por el control de una región considerada estratégica para el tráfico ilegal. El PCC se llevó la peor parte en el asunto mientras que la FDN, con la ayuda de los “vermelhos”, parece haber logrado el propósito de frenar a su enemigo y reafirmarse como la organización criminal más influyente del norte.

La masacre -la segunda en magnitud de la historia penitenciaria brasileña luego de la llamada masacre de Carandiru de 1992 en la que murieron 111 detenidos en San Pablo- trascendió los límites regionales, puso en el foco de la tormenta nuevamente a la problemática situación que se vive en las cárceles del país y provocó innumerables críticas por la pasividad de las fuerzas de seguridad mientras se producía el desbande. Desde el enfoque de Jayme Brener, sociólogo y periodista paulista, “no se puede comprender porqué las autoridades han permitido tal concentración de gente ligada a facciones enemigas en un sólo lugar”. En diálogo con Nodal, Brener analizó el trasfondo detrás de la masacre de Compaj y el vínculo que tiene con la situación penitenciaria a escala nacional.

¿Cuáles son los motivos que produjeron tal hecho de violencia en Manaos?

Hay más de una causa pero, de inmediato, lo que se revela es la unificación de grupos locales vinculados al narcotráfico en contra de la facción PCC, que intenta lograr una hegemonía nacional. Tampoco se puede obviar la incapacidad de la policía que no trabajó para detener la confrontación.

¿Cree que se podría haber previsto el enfrentamiento?

No se puede comprender porqué las autoridades permitieron y mantuvieron tal concentración de gente ligada a facciones enemigas en un sólo lugar. Ese es un punto clave. No hay que descartar como hipótesis que parte de la policía y de la justicia pueda haber actuado para favorecer a las facciones locales.

¿Qué es lo más la preocupa de este acontecimiento?     

Me asusta la absoluta ausencia del Estado en el momento en el que estallaba la matanza. Es como si hubieran querido dejar que se maten…Dijeron, para justificarse, que si entraba la policía habría muerto más gente. Es para reírse si no fuera algo tan lamentable.

¿Y cómo vincula este acontecimiento con lo que sucede más en general en las cárceles de todo Brasil en relación al problema del hacinamiento?         

Tiene una total vinculación. El peso del crimen organizado y de la violencia en Brasil le da letra al sentido común de que los presos tienen que pudrirse en la prisión. Todo obedece a la lógica meramente punitiva y así no hay rehabilitación social posible.

¿Cómo analiza la política penitenciaria y, más en general, la política de seguridad del gobierno de Temer?

¿Qué política? No hay política nacional de seguridad, sí hay un Estado que hasta ahora decide no involucrarse. Encima la prisión de Manaos pertenece al gobierno regional y fue semiprivatizada. Lamentablemente, no tengo una respuesta para tu pregunta. El Estado nacional entró recién ahora en el tema: enviaron al ministro de Justicia (Alexandre de Moraes) que anunció que transferirán a los cabecillas responsables de la masacre a aprisiones federales de máxima seguridad.

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