Estudiantes brasileños que toman escuelas en varios estados del país realizan un encuentro nacional

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Estudantes que ocupam escolas chegam a Brasília para encontro nacional

Desde a manhã desta segunda-feira (14), dezenas de estudantes que ocupam escolas em diversos estados do pais começaram a chegar em Brasília para um encontro nacional, que será realizado neste feriado da República. O encontro discutirá caminhos do movimento e estratégias de resistência e mobilização contra os impactos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que congela os investimentos sociais do governo federal por 20 anos, e a reforma do ensino médio, prevista na Medida Provisória (MP) 746.

Estudantes de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais deixaram os estados de ônibus em caravana. Haverá uma reunião de dirigentes de entidades do movimento estudantil e amanhã haverá um encontro dos estudantes que se organizam de forma autônoma para ocupar escolas e universidades contra as propostas do governo Temer.

O país tem 221 universidades ocupadas em 23 estados e no Distrito Federal. A maioria na Bahia, com 39 ocupações em instituições de ensino superior. Minas Gerais tem 27 e o Paraná, 24. O número de colégios ocupados é de 391, de acordo balanço da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) divulgado no ultimo dia 9. A maioria em Minas Gerais, com 163.

No auge do movimento, em 28 de outubro, estudantes do Paraná chegaram a ocupar 845 escolas. Após mais de um mês de resistência, eles sofreram uma serie de reintegrações de posse. De acordo com a União Nacional dos Estudantes (UNE), é a maior mobilização estudantil da historia do país. “Talvez de todos os setores sociais a educação seja aquela que esteja sendo atacada por mais lados, do ponto de vista financeiro, da concepção e até político-democrático”, diz a entidade, em nota.

Próximos encontros

O próximo grande evento dos estudantes secundaristas será o Encontro Nacional de Grêmios, marcado para 29 de janeiro e 1º de fevereiro, em Fortaleza. Os estudantes convidarão especialistas em economia e educação para debater impactos da PEC 55.

“Enquanto os golpistas dizem que nós estudantes não sabemos o que é PEC, nós fazemos Encontro de Grêmios para reunir economistas, movimentos sociais, entidades que possam discutir o assunto e nortear a resistência política da Ubes para o próximo ano frente aos retrocessos do governo”, disse o diretor de grêmios da entidade, Danilo Ramos.

Na última semana, o presidente Temer ironizou os estudantes ao afirmar que eles não sabiam o que seria uma PEC. «(Pergunto) você sabe o que é uma PEC? É uma Proposta de Ensino Comercial. Estou dando um exemplo geral de que as pessoas debatem sem discutir ou ler o texto», disse Temer, durante um seminário sobre infraestrutura e desenvolvimento, em Brasília.

Greve

Servidores de instituições federais de educação completam hoje três dias de greve contra a PEC 55, a proposta de reforma do ensino médio, escola sem partido, reformas trabalhista e previdenciária e terceirizações. Antes mesmo da deliberação nacional de greve, oficializada na ultima sexta-feira (11), servidores de diversas instituições já haviam paralisado suas atividades em apoio aos estudantes.

Representantes dos servidores também participarão amanhã da reunião aberta dos estudantes que ocupam escolas. “O objetivo de todas as entidades é construir um calendário que seja capaz de somar a nossa mobilização em todas as bases”, destacou o coordenador geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) Fabiano Godinho Faria, em nota.

Rede Brasil Atual

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