Nuevas movilizaciones en Brasil contra el golpe: Dilma y Lula hablarán en el acto central del 1° de mayo
Frentes preparam 1º de Maio por direitos, e indústria já pede mudanças
A dois dias das manifestações de 1º de Maio, quando centrais sindicais e movimentos sociais pretendem amplificar denúncias sobre o «golpe» no país contido no processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, apesar de críticas à gestão, empresários do setor industrial encaminharam ao vice-presidente Michel Temer um documento contendo o que considera «medidas fundamentais».
São 36 propostas para, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), serem implementadas «imediatamente» pelo governo depois de o país solucionar a questão política. Pelo texto, entende-se que a «solução» está na troca do governo, uma vez que as medidas foram encaminhadas a Temer. Neste domingo, Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participarão de ato no Anhangabaú, em São Paulo.
Quatro dessas medidas abordam diretamente as relações de trabalho, no que a CNI chama de segurança jurídica para o setor. O primeiro item fala em «valorizar a negociação coletiva» – os empresários, desde sempre, apoiam iniciativas que privilegiam acordos em relação à legislação. A tese do «negociado sobre o legislado» foi formulada no governo Fernando Henrique Cardoso e chegou a ser aprovada na Câmara, permaneceu travada no Senado e foi arquivado no início do governo Lula, em 2003, às vésperas do 1º de Maio. Mas existem outros projetos de lei com a mesma finalidade em tramitação no Congresso, como os PLs 4.962, deste ano, e 4.193, de 2012.
Outro pedido dos industriais é «regulamentar a terceirização». Existe um projeto nesse sentido em tramitação no Senado (PLC 30), que é combatido pelas centrais sindicais, por, segundo afirmam, abrir a possibilidade de terceirização em todos os setores e atividades.
A CNI também pede ao governo para «sustar ou alterar o texto da NR 12», a norma regulamentadora sobre segurança do trabalho em máquinas e equipamentos, que tenta evitar ou reduzir a incidência de acidentes nesse setor. Por fim, a entidade quer que acidentes ocorridos no trajeto – de casa para ou trabalho, ou vice-versa – sejam excluídos do cálculo do Fator Acidentário de Prevenção (FAP).
No documento, a confederação patronal fala em mudança de equipe ao se referir à agenda brasileira. «A saída da grave crise econômica por que passa o país exige a adoção de uma série de medidas na área fiscal e de aumento da competitividade. Não existe uma bala de prata ou uma mágica para melhorar o ambiente de negócios. É um conjunto de ações, que somadas à retomada do diálogo e à escolha de uma equipe eficiente, podem tirar o país da recessão», diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
«O projeto do Temer e dos empresários que financiam o golpe é extinguir ou reduzir programas sociais e direitos conquistados com muita luta, como carteira assinada», diz o presidente da CUT, Vagner Freitas. «Eles já falaram em acabar com a política de valorização do salário mínimo e fazer reforma na Previdência, como querem os patrões. E, como diz o jornal O Globo de hoje, ‘privatizar tudo que for possível’.»
As entidades que compõem as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo vão organizar atos em todo o país neste domingo. Na cidade de São Paulo, a manifestação começará às 10h, no Vale do Anhangabaú. Haverá um ato político com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve chegar por volta das 13h, e da presidenta Dilma, uma hora depois. Em seguida haverá apresentações musicais, a partir das 14h, com Beth Carvalho, Chico César, Detonautas e Martinho da Vila.
Na região do ABC paulista, por volta de 12h os metalúrgicos sairão em caminhada da Igreja Matriz de São Bernardo do Campo em direção ao Espaço de Eventos Poliesportivo, onde será realizado o ato de 1º de Maio, a partir das 10h. «O Dia do Trabalhador, neste ano, ganha um novo contorno neste momento em que as conquistas dos trabalhadores, acumuladas ao longo de muitos anos de luta, são ameaçadas pelo golpe em curso no Brasil», afirma o presidente do sindicato da categoria, Rafael Marques.
«Além do lazer que o trabalhador merece, ainda mais neste ano tão difícil, no nosso 1º de Maio também faremos a reflexão necessária sobre o momento delicado por que passa o país», acrescenta o sindicalista. «Aqueles que defendem o impeachment são os mesmos que promovem ataques constantes aos nossos direitos no Congresso, que querem a flexibilização da legislação trabalhista, a instituição da idade mínima para a aposentadoria, entre outras ameaças à classe trabalhadora.» O evento no ABC terá diversos shows – Arlindo Cruz, Leci Brandão, Tico Santa Cruz, Grupo Pixote, Fundo de Quintal, Teatro Mágico, Rappin Hood e GOG –, com encerramento de Zeca Pagodinho.
Segundo os organizadores, já estão confirmadas manifestações em Alagoas (Maceió), Bahia (Salvador e outras 13 cidades), Ceará (Fortaleza e Icó), Distrito Federal (com Virada Cultural do sábado para o domingo), Espírito Santo (Vitória, a partir do sábado), Goiás (Goiânia), Maranhão (São Luís), Mato Grosso (Cuiabá), Minas Gerais (Belo Horizonte), Pará (Belém), Paraíba (João Pessoa), Paraná (Curitiba), Pernambuco (Recife), Piauí (Teresina), Rio de Janeiro (capital, na sexta e no sábado), São Paulo (capital, Bauru, Campinas, São Bernardo e São Sebastião), Santa Catarina (Florianópolis, Blumenau, Chapecó, Joinville e Laguna), Rio Grande do Norte (Natal e Mossoró), Rio Grande do Sul (Porto Alegre), Rondônia (Porto Velho), Roraima (Boa Vista) e Sergipe (Aracaju). Confira a programação no final do texto.
Outras entidades também farão atividades de 1º de Maio na Praça da Sé, região central de São Paulo, com ato público a partir das 10h30. Participam o Fórum das Pastorais Sociais da Arquidiocese de São Paulo, a CSP-Conlutas e a Intersindical. Pela manhã, a Igreja realiza tradicional na Sé a sua Missa do Trabalhador.
Já a Força Sindical organizará seu evento, como de costume, na Praça Campo de Bagatelle, zona norte da capital paulista. As atividades, que incluem shows musicais e sorteio de prêmios, ocorrerá das 9h às 15h. Presidida pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SD-SP), a Força confirma as presenças dos deputados Mendonça Filho (DEM-PE), Bruno Araújo (PSDB-PE), Carlos Sampaio (PSDB-SP), André Moura (PSC-SE), Major Olímpio (SD-SP), Darcísio Perondi (PMDB-RS), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Rubem Bueno (PPS-PR).
Atos já confirmados
Alagoas
Cidade: Maceió
7h – Concentração no Posto 7 (Praia) caminhada até Alagoinha. Por volta das 12h, final com ato político e cultura pela democracia
Bahia
Cidade: Salvador
11h – Ato político, ecumênico e cultural em defesa da democracia, contra o golpe e por direitos, no Farol da Barra.
Outras cidades com atos confirmados: Itabuna, Eunápolis, Vitoria da Conquista, Paulo Afonso, Camaçari, Vale Jiquiriçá, Valença e Santo Antônio de Jesus, entre outras
Ceará
Cidade: Fortaleza
8h – Concentração na Areninha do Pirambu. Logo após haverá caminhada pela Avenida Presidente Castelo Branco e encerramento com ato político no Cuca da Barra.
Cidade: Icó-CE
7h30 – Concentração no Balão de Padre Cícero
Distrito Federal
Em Brasília, as atividades começam no sábado, dia 30: a CUT realizará uma Virada Cultural (Eixo Monumental Setor Divulgação Cultural – estacionamento da Funarte – entre a Torre de TV e a Funarte) a partir das 16h do dia 30 de abril até o dia 1º de maio.
A virada terá apresentação teatral para as crianças e a partir das 19h shows com artistas da cidade. No dia 1º será realizado um ato unificado com as frentes e encerramento com uma roda de samba.
Espírito Santo
Cidade: Vitória também inicia as comemorações no dia 30, às 10h, com Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária no Espaço Vida Saudável. Às 19h, luau com Preta Roots e Renato Casanova.
No dia 1º, a partir das 7h, concentração e caminhada da Praça dos Namorados até o Espaço Vida Saudável. Às 10h, Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária, e às 11h, ato político e show com Mano Feijó, Gang Sem Frescura e Bloco Bleque
Goiás
Cidade: Goiânia também inicia no dia 30. Às 10h, na Praça do Trabalhador. No domingo, a festa continuará com apresentações musicais e ato político.
Maranhão
Cidade: São Luis
9h, Caminhada do Trabalhador, na Praça João Lisboa
Mato Grosso
Cidade: Cuiabá
15h – dia 1º Caminhada saindo do INCRA-CPA até Praça Cultural CPA II, onde acontecerá a partir das 17 horas – Ato Político pela Democracia com atividades Culturais
Minas Gerais
Cidade: Belo Horizonte
10h, ato em defesa da democracia e contra o golpe. Marcha da Praça Afonso Arinos até a Praça da Liberdade, onde haverá ato político-cultura e lançamento do Acampamento da Democracia.
Pará
Cidade: Belém
8h, ato cultural na Praça da República, com café da Acolhida, com participação dos movimentos sociais
Paraíba
Cidade: João Pessoa
Ato “Democrassoca” uma alusão ao bloco de carnaval Muriçocas do Miramar. Sairá da praça das Muriçocas até o busto de Tamandaré, com manifestações culturais e políticas
Paraná
Cidade: Curitiba
Nesta sexta (29), o ato lembrará um ano do massacre contra os professores da rede estadual. A concentração começa às 14h, na Praça Rui Barbosa.
Pernambuco
Cidade: Recife
Acampamento desde o dia 25 na Praça do Derby. No dia 1º, caminhada a partir das 9h pelo centro, terminando na Rua da Moeda (Recife Velho). Ato político a partir das 12h e ato cultural às 14h (junto com tradicional Festa da Lavadeira)
Piauí
Cidade: Teresina
Café da manhã com trabalhadores, na praça Rio Branco às 9h de sábado (30), quando haverá diálogo com a população sobre democracia, direitos ameaçados
Rio de Janeiro
Cidade: Rio de Janeiro
Dia 29 – Ato da Frente Brasil Popular a partir das 18h na Lapa – Encerramento com show de Arlindo Cruz
Dia 30 – Viradão (de sábado para domingo) a partir das 20h na Lapa com a Juventude. Várias atrações culturais
Domingo, 1º de Maio da CUT, a partir das 14h na Lapa, roda de samba com diversas atrações culturais .
Rio Grande do Norte
Cidade: Natal
Dia 1º, 9h: grande ato de resistência ao Golpe, concentração na Praça das Flores, em Petrópolis. Em seguida, caminhada até a Praia do Meio, para um ato de encerramento
Cidade: Mossoró
Dia 29, 17h30: Mulheres Abraçam Dilma – Memorial da Resistência
20h – Roda de conversa sobre conjuntura e as consequências para a classe trabalhadora – Praça da Igreja Alto da Conceição.
Dia 30 – 17h30 – roda de conversa sobre conjuntura e as consequências para a classe trabalhadora – Praça da Igreja Nossa Senhora de Fátima
Rio Grande do Sul
Cidade: Porto Alegre
10h – dia 1º – Ato junto ao Monumento do Expedicionário, no Parque da Redenção com movimentos sindical e sociais
Rondônia
Cidade: Porto Velho
16h, ato político-cultural – Praça Madeira Mamoré
Roraima
Cidade: Boa Vista
Dia 1º, encontro na sede da Fetraferr (Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar de Roraima) com trabalhadores rurais e rrbanos
Das 8h às 18hm, ato pela democracia
São Paulo
Cidade: São Paulo
Assembleia Popular da Classe Trabalhadora contra o Golpe, na Defesa da Democracia e Por Nossos Direitos, no Vale do Anhangabaú, a partir das 10h.
Cidade: Sâo Sebastião (Praia do Camburi)
Caminhada dos Trabalhadores às 7h, na Praça dos Namorados
Cidade: Campinas
Às 9h, Missa dos Trabalhadores – Catedral Metropolitana
A partir das 14h, ato político e cultura, na Praça de Esportes Amil Rached
Cidade: Bauru
A partir das 18h: Local: Vitória Regia – Ato político, shows e roda de samba
Cidade: São Bernardo
A partir das 10hs – Local Espaço de Eventos Poliesportivos (Avenida Kennedy)
Santa Catarina
Cidade: Florianópolis
Dia de Luta dos Trabalhadores e Trabalhadoras, às 15h, no Largo da Alfândega
Cidade: Chapecó
Mateada dos trabalhadores contra o Golpe e em Defesa da Democracia, às 16h, em frente à Igreja Católica do Bairro Colatto
Cidade: Joinville
Encontro pela Democracia, às 9h30, no Parque da Cidade
Cidade: Laguna
Ato em Defesa da Democracia e dos nossos Direitos, às 15h, próximo da Ponte Anita Garibaldi, em Cabeçudas.
Cidade: Blumenau
Classe Trabalhadora em Defesa da Democracia, às 15h, na Praça Dr. Blumenau
Sergipe
Cidade: Aracaju
A partir das 14h, assembleia dos trabalhadores contra o golpe, na Praça da Juventude, no Conjunto Augusto Franco
Dilma e Lula no 1º de Maio contra o golpe
O ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff confirmaram presença no ato do 1º de Maio, em São Paulo; ambos falarão ao público e denunciarão o golpe em curso no país; por todo o Brasil, o 1º de Maio será comemorado pela CUT em conjunto com os movimentos sociais, estudantis, de negros, mulheres, LGBT e partidos que estão à frente da luta em defesa da democracia, contra o golpe e contra a retirada de direitos; o tema será “Brasil: Democracia + Direitos”.
O ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff confirmaram presença na celebração do 1º de Maio, em São Paulo. O evento se iniciará às 10h. Lula agendou sua participação para as 13h e Dilma, para as 14h. Ambos falarão ao público e denunciarão o golpe em curso no país.
Por todo o Brasil, o 1º de Maio será comemorado pela CUT em conjunto com os movimentos sociais, estudantis, de negros, mulheres, LGBT e partidos que estão à frente da luta em defesa da democracia, contra o golpe e contra a retirada de direitos.
O tema será “Brasil: Democracia + Direitos”.
O ato organizado pela Central Única dos Trabalhadores ocorrerá no Vale do Anhangabaú, região central da capital. Além das intervenções políticas, haverá shows de Beth Carvalho, Martinho da Vila, Detonautas, Chico Cesar e Luana Hansen.
Acampamento contra impeachment segue com atividades no Derby no fim de semana
Articulado pela Frente Brasil Popular, o acampamento se organiza em 10 comitês temáticos que propõem diariamente atos políticos e culturai.
Pesquisadora do SOS Corpo e membro do Fórum de Mulheres de Pernambuco, Rivânia Arantes visualiza um cenário difícil, fala em perdas de direitos e garante: haverá resistência. Arantes defende que não há provas que justifiquem o impeachment e chama de golpe o processo em andamento. “A gente não pode deixar que o que foi construído ao longo dos anos, a nossa democracia, seja simplesmente esquecida, jogada no lixo. Em nome dessa democracia muitas mulheres tombaram e nesse processo atual já perdemos direitos, com a guinada à direita da sociedade, das instituições supostamente democráticas”, critica a pesquisadora, que frisa ainda os ataques pessoais direcionados a Dilma Rousseff.