Brasil: Dilma Rousseff insiste que hay un golpe en curso
A presidenta Dilma Rousseff voltou a afirmar hoje (30) que o processo de impeachment aberto contra ela na Câmara dos Deputados é golpe porque não há crime de responsabilidade, apesar de o instrumento jurídico estar previsto na Constituição.
“É absolutamente má-fé dizer que, por isso, todo impeachment está correto. Para estar correto, a Constituição exige que se caracterize crime de responsabilidade. Impeachment sem crime de responsabilidade é golpe. Não adianta fingir que nós estamos discutindo em tese o impeachment. Estamos discutindo um impeachment muito concreto e sem crime de responsabilidade”, disse.
Dilma fez a declaração durante cerimônia de lançamento da terceira fase do Programa Minha Casa, Minha Vida, no Palácio do Planalto. Aos gritos de “Não vai ter golpe”, representantes de movimentos sociais presentes à solenidade se manifestavam contra o processo de impeachmentna Câmara dos Deputados.
Eles também gritaram palavras de ordem contra o vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o juiz federal Sérgio Moro, chamando-os de “golpistas”.
Por aclamação, o Diretório Nacional do PMDB decidiu ontem (29) deixar a base aliada do governo da presidenta Dilma Rousseff. A decisão foi anunciada pelo senador Romero Jucá (RR), vice-presidente da legenda, que substituiu o presidente nacional do partido. O PMDB também decidiu que os ministros do partido deverão deixar os cargos. Participaram da reunião mais de 100 membros do Diretório Nacional do PMDB.
Os ministros da Saúde, Marcelo Castro, e da Agricultura, Kátia Abreu, filiados ao PMDB, estavam presentes na cerimônia, mas não comentaram sobre suas situações no governo. Líderes peemedebistas consideram o dia 12 de abril como data limite para a entrega dos cargos do partido no governo, inclusive os seis ministérios.
Retomada econômica
Dilma afirmou que, sem estabilidade política, não haverá retomada do crescimento econômico.
“Aqueles que querem interromper um mandato legitimamente eleito, que não seja pelos instrumentos legais, vão ser responsáveis por retardar a retomada do crescimento econômico e a geração de empregos. Nós lutamos por mais direitos, mais inclusão, mais emprego, mais crescimento e mais democracia”, acrescentou.
A presidenta destacou que quem quer tirá-la do poder pode atingir direitos da população. “Quem não tem razão para tirar um governo que tem sua base pactuada pela Constituição, quer tirar o governo para golpear direitos garantidos da população. Se fazem isso contra mim, o que não farão contra o povo?”
Intolerância
Dilma lamentou o clima de polarização política no país entre os que são contrários e favoráveis ao governo. “Lamento que se crie um clima de intolerância e ódio. Acho isso imperdoável. O Brasil gosta do diálogo e do convívio. Ódio, ressentimento, preconceito é algo que tínhamos passado ao largo. Podemos divergir, mas não somos uma cultura intolerante. Lamento profundamente aqueles que vêm destilando ódio entre os brasileiros. Lamento profundamente e acho que isso é grave, porque a intolerância é a base da violência. Isso não podemos aceitar no país”.
Impeachment é um processo golpista, diz Dilma após rompimento do PMDB
No primeiro discurso oficial após o rompimento do PMDB com o governo federal, a presidente Dilma Rousseff voltou a chamar de tentativa de golpe a oposição tentá-la derrubar do Palácio do Planalto e afirmou que aqueles que pedem o impeachment promovem a intolerância no País.
Foi o primeiro discurso da presidente da República após o rompimento do até então maior aliado do governo federal, confirmado na tarde de terça-feira (29), em votação por aclamação do diretório nacional, em Brasília. A decisão isolou ainda mais o Palácio do Planalto, que vê a oposição inflando em um momento em que o processo do impeachment se encaminha rapidamente.
«Impeachment sem crime de responsabilidade é golpe. É esta a questão. Não adianta fingir que estamos discutindo em tese o impeahcment, porque é muito cocreto. Não adianta discutir se está previsto ou não na Constituição, porque o impeachment está. Processo de impeachment sem crime de responsabilidade é golpe.»
O discurso foi feito durante a cerimônia de lançamento da terceira fase Minha Casa Minha Vida, programa de habitação popular do governo federal cujo atraso da etapa atual tem gerado críticas de movimentos sociais de grupos sem-teto.
Em tom de desafio contra a oposição e diante somente de apoiadores de grupos populares e de sua equipe de ministros, Dilma abraçou o discurso usado durante as últimas eleições, de que o PSDB acabaria com os programas sociais do governo, e foi ovacionada pelos presentes com gritos de «não vai ter golpe».
«Muitos querem tirar os benefícios do Minha Casa minha Vida, que dão acesso à casa própria a milhões de brasileiros e brasileiras. Nós queremos continuar com o programa. Aqueles que acham que ele se resolve através de mecanismos de mercado esquecem da diferença social no Brasil. [O Minha Casa] é um instrumento de recuperação na economia, de recuperação de emprego. Queremos retomar seu crescimento. Sem estabilidade política, não recuperaremos aqueles que querem o legitimanente eleito vao ser responsaveis por retardar o crescimento do brasil. Mais emprego, mais crescimento e mais democracia.»
No discurso nervoso, a presidente ainda destacou o que chamou de um incentivo à intolerância e a ódio no Brasil praticado pela oposição e classificou como «imperdoável» a forma como tem sido conduzido o apoio ao impeachment. «O Brasil gosta de dálogo, convívio», resumiu.
Salida del PMDB cierra el ataúd del gobierno, dice Aécio Neves
La salida del aliado Partido del Movimiento Democrático Brasileño (PMDB) de la coalición que respalda a la presidenta Dilma Rousseff cierra el cajón de la gestión del Partido de los Trabajadores al frente del gobierno federal, consideró el senador opositor Aécio Neves, quien señaló que su agrupación, el Partido de la Social Democracia Brasileña (PSDB), está dispuesta a colaborar con una eventual administración liderada por el vicepresidente Michel Temer.
La anunciada ruptura del PMDB hizo más difícil la permanencia en el cargo de Dilma Rousseff, sometida a un proceso de destitución por el Congreso.
“El gobierno de Dilma se terminó. La salida del PMDB cierra la tapa del cajón de un gobierno moribundo que no tiene más condiciones mínimas para señalizar lo que todos queremos, que es recuperar el crecimiento, generar empleos, mejorar los indicadores sociales”, consideró Aécio Neves en diálogo con periodistas extranjeros en Brasilia. “La salida del PMDB llevará a la salida de otras fuerzas partidarias”, agregó.
Aécio, candidato derrotado en la elección presidencial del 2014 dijo que manifestó a Temer la disposición del PSDB a cooperar en caso de que Dilma sea apartada y agregó que ese respaldo no estará condicionado a la obtención de cargos.
“Nuestra alianza debe ser alrededor de un programa mínimo y de emergencia”, dijo Aécio. “Estaremos dispuestos a construir un ambiente adecuado para que esa agenda de emergencia pueda ser implementada”, concluyó.