Se agrava la crisis en Brasil: el PMDB formaliza ruptura con el gobierno de Dilma
El Partido del Movimiento Democrático Brasileño (PMDB), que lidera el vicepresidente Michel Temer, confirmó este martes su ruptura con la presidenta Dilma Rousseff y se declaró «independiente», incluso respecto a un posible juicio político contra la mandataria.
La decisión representa un duro golpe político para la mandataria, y fue tomada por unanimidad por la dirección nacional del PMDB, la mayor fuerza legislativa de Brasil.
El partido, columna vertebral del Congreso y clave para que Dilma evite que prospere el jucio político en su contra, ordenó además la entrega de todos los cargos que los afiliados de esa formación tienen en el Gobierno.
El PMDB cuenta con seis ministerios, luego de que este lunes anticipara su renuncia el ministro de Turismo, Henrique Eduardo Alves, un aliado de Temer.
La reunión de la agrupación, celebrada en Brasilia, fue rápida y decidida por aclamación.
Temer no participó de la reunión personalmente. Pero el encuentro terminó con gritos de «Brasil pra frente, Temer presidente».
Todavía en manos de dirigentes del PMDB están las carteras de Minas y Energía, Salud, Agricultura, Puertos, Aviación Civil y Ciencia y Tecnología, cuyos titulares deberán renunciar al Gobierno o correr el riesgo de sanciones en el seno del partido, que pueden llegar a la expulsión.
La reunión de la dirección nacional duró menos de diez minutos, en los que fue votada una única moción que pedía la «inmediata salida del PMDB del Gobierno, con la entrega de los cargos en todas las esferas del poder público federal».
El vicepresidente del partido, senador Romero Jucá, proclamó el resultado por «aclamación» y declaró que «a partir de hoy, de esta reunión histórica, el PMDB se retira de la base del Gobierno. La decisión está tomada. Viva Brasil», apuntó.
Desde 1985, el PMDB ha participado en todos los Gobiernos. Ha estado con José Sarney (1985-1990), Fernando Collor de Melo (1990-1992), Itamar Franco (1992-1995), Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011), y con Dilma Rousseff desde 2011, lo que ha creado la leyenda de que sin esa formación «es imposible gobernar».
En el mapa regional, gobierna en siete de los 27 estados del país, pero en el plano municipal tiene aún más presencia y cuenta con 1.041 de las 5.570 alcaldías del país.
PMDB decide por unanimidade entregar todos os cargos federais
O Diretório Nacional do PMDB hoje (29) reunido, cumprindo delegação que lhe foi dada pela Convenção Nacional do Partido realizada em 12 de março de 2016, decidiu por unanimidade aprovar a Moção 01, firmada por mais de uma dezena de Presidentes de Diretórios Estaduais do Partido que propuseram e requereram a “IMEDIATA SAÍDA DO PMDB DO GOVERNO, com a entrega dos cargos em todas as esferas do Poder Executivo Federal, importando a desobediência a esta Decisão em instauração de processo ético contra o filiado, na forma do art. 26 e seguintes do Código de Ética”.
As demais 11 moções apresentadas em tal Convenção foram declaradas prejudicadas.
PMDB rompe aliança com o PT e o governo federal
O Diretório Nacional do PMDB decidiu por aclamação, nesta terça-feira (29), em Brasília, romper a sua aliança com o PT e com o governo federal. O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer (SP), não participou da reunião, que foi presidida pelo senador Romero Jucá (RO), vice-presidente do Partido.
Jucá explicou que, por decisão da Convenção Nacional do Partido, o Diretório deveria deliberar sobre as onze moções apresentadas por diversos diretórios regionais, todas com o sentido de que o PMDB se afaste do governo federal. Houve entendimento para colocar em votação apenas a moção n° 1, apresentada pelo PMDB da Bahia juntamente com outros dez diretórios regionais, que representa as demais propostas. A proposta foi aprovada, ficando decidido pela saída imediata do governo federal com a entrega de todos os cargos ocupados pelo PMDB em todas as esferas da administração federal, com abertura de processo de ética contra o filiado que descumprir.
“A partir de hoje, nessa reunião histórica para o PMDB, o PMDB se retira da base do governo da presidente Dilma, e ninguém no país está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do Partido. A decisão está tomada”, proclamou o senador Jucá.
A reunião do Diretório Nacional do PMDB lotou o Plenário 1 da Câmara dos Deputados. Peemedebistas de todos os diretório regionais participaram do encontro, entre eles figuras históricas do Partido. Além do senador Romero Jucá, participaram da mesa: o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (RJ), Geddel Vieira Lima (BA), Jarbas Vasconcelos (PE), Valdir Raupp (RO), Eliseu Padilha (RS),Marcelo Barbieri (SP), Iris de Araújo (GO), Ibsen Pinheiro (RS) e Moreira Franco (RJ).
A moção aprovada pelo diretório nacional do PMDB
Un carnaval de traiciones
Temer vai cair no mata-burro das traições que está inaugurando. Vai entrar e sair da história como o sapo que queria ir à festa no céu, mas desabou.
“Sei lá”, respondeu o escorpião, “é da minha natureza”.
Conto brasileiro.
O processo de impeachment à presidenta Dilma Rousseff é um verdadeiro carnaval das traições.
Parece traduzir aquele ditado que diz que “o mais inocente matou a mãe para ir no baile dos órfãos”.
É difícil puxar o fio da meada, tantos são eles.
Comecemos então pelo mais óbvio.
O vice-presidente Michel Temer é o novo candidato a Café Filho na história brasileira. Café era vice de Getúlio, tido como mais à esquerda do este, o que não é o caso daquele lá em relação a Dilma Rousseff. Mas como Getúlio se recusou a renunciar, Café Filho traiu seu compromisso e declarou que seu dever (ou propósito) era ocupar a presidência, custe o que custasse. Ele só não imaginava que isto custaria a vida de Getúlio, que resistiu à bala, uma única, mas suficiente para retardar o golpe por dez anos.
O ex-presidente Lula disse que Sergio Moro foi picado pela mosca azul. Temer deve ter sido picado por um vampiro, daqueles que morrem num filme para renascer no outro. Como a lagarta botânica, ele imagina que vai entrar no casulo do impeachment e sair dele como a crisálida do salvador da pátria. Vai cair no mata-burro das traições que está consagrando e inaugurando. Vai entrar e sair da história como o sapo que queria ir à festa no céu mas desabou das alturas.
Se o PMDB dsembarcasse do governo às vésperas da eleição regular de 2018, dava para entender. Desembarcar agora, sem motivo que não seja a avidez de ocupar mais espaço no poder, é uma traição de grande monta, não só à presidenta e seu partido, mas também a seu eleitorado. Ou alguém acha que a maior parte do eleitorado peemedebista é do golpe? Só se quiserem se tornar eleitores do Bolsonaro.
O PSDB também está traindo seu eleitorado. Não acredito que a maioria dos eleitores do PSDB queira o golpe fajuto deste impeachment. O partido vai ficar maculado para sempre. Será levado por um playboy irresponsável (Aécio), um governador merendeiro (Alckmim) e um ex-presidente senil (FHC), todos traindo o programa do partido e suas próprias histórias (bem, no caso de Aécio, não dá pra garantir).
No Congresso vai haver um sem fim de traições. Como já alertou José Roberto de Toledo (no Estadão), que não pode ser acusado de petismo nem de bolivarianismo, quando uma das partes, na votação do impeachment, atingir sua quota (171 pró-governo, 342 pró-golpe), as traições a todos os propósitos vão se multiplicar para aderir ao lado vencedor, sejam lá quais forem os compromissos antes assumidos. Afinal, este é um dos Congressos mais vergonhosos da nossa história, e dá arrepios à mídia interncional ver Dilma processada por este bando de acusados de tudo o que há de pior na política brasileira.
No Judiciário e na PF, nem se fala. Togas são traídas todo o tempo, pela avidez de aparecer nas manchetes e de ser “aquele que prendeu o Lula” ou “derrubou a Dilma”. Gilmar Mendes organiza um seminário sem pé nem cabeça em Lisboa, em datas coincidentes com aquelas em que os golpistas comemoram 64, mas é abandonado pelos políticos conservadores com quem queria consagrar o golpismo brasileiro. Deu chabu, como se diz em festa junina. O foguetório não explodiu, abatumou. Ao invés do aplauso nas galerias, colheu as vaias na rua.
Mas em todo este rosário de traições, há um caso de fidelidade que merece reconhecimento.
Tempos atrás, motivadas talvez por um excesso de confiança em que venceriam as abantesmas petistas através de meios “normais”, as chefes-de-fila da mídia corporativa e golpista deram-se ao luxo de ensaiar tímidas auto-críticas em relação a seu apoio pró-ativo ao golpe de 64. Uma de claro que foi um erro, outra quis transformar a ditadura em “ditabranda”, outro ainda ressalta os acertos de 64 contra os erros e excessos de 68… Globo, Folha de S. Paulo e Estadão (Veja e as revistas semanais são apenas a artilharia leve do fim de semana) foram tomados por um verdadeiro surto psicótico-legalista que os levou àquele descaminho. Agora, porém, retornaram à sua normalidade, o golpismo para que nasceram e cultivaram.
Ainda bem. Ainda se pode confiar em alguém neste mundo.
Como o escorpião do conto, continuam cumprindo seu destino, sacrificando, em nome de sua natureza oligárquica, a democracia de que dependem.