Brasil: Lula anuncia que si fuera necesario volvería a disputar la presidencia en 2018
Lula celebra aniversario del PT con críticas a prensa y fiscales
El ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva definió el discurso que pronunció en la noche del sábado en Rio de Janeiro ante la militancia de su Partido de los Trabajadores (PT), en la fiesta de celebración del 36 aniversario de la agrupación, como una «descarga».
El ex mandatario se defendió de las acusaciones de que tiene una chacra en el interior del estado de Sao Paulo y que posee un apartamento triplex en la localidad costera de Guarujá, y criticó al fiscal Cassio Conserino, que lo citó a una declaración luego suspendida, y al Ministerio Público.
Lula, también, defendió a la presidenta Dilma Rousseff, ausente de la fiesta por un viaje a Chile y quien mandó al encuentro una carta con un mensaje contundente en el que dijo que existe en Brasil un intento de usurpar un mandato legítimamente conquistado en las urnas.
«No me harán retroceder», dijo Dilma en la misiva, quien, también, defendió a su antecesor, al que definió como un «patrimonio político».
«Soy y seré solidaria con mi amigo y compañero Lula en todas las ocasiones, y continuaré a su lado en todas las batallas que ciertamente todavía trabaremos», dijo Dilma a través de la carta leída por el presidente del PT, Rui Falcao.
Lula, en tanto, apeló a los petistas a apoyar a Dilma y aún así expresar eventuales divergencias. «Por más que tengamos problemas con alguna persona de este gobierno, este es nuestro gobierno», dijo Lula. Y tras una semana tensa entre la presidenta de Brasil y la agrupación, Lula dijo: «Dilma tiene que estar segura de una cosa: el lugar de ella es de nuestro lado. Ella necesita de nosotros para sobrevivir a los ataques que viene sufriendo en el Congreso».
Según el ex mandatario, el PT puede «diverger y hablar, porque un partido no tiene que estar de acuerdo en todo lo que el gobierno hace. Pero estamos juntos».
Previamente en Santiago de Chile, Dilma rebatió las críticas del PT al acuerdo que el gobierno hizo con el PMDB y la oposición para aprobar el proyecto que abre las puertas del área petrolera submarina a una mayor participaciómn de extranjeros. «Yo no gobierno para el PT», dijo Dilma, subrayando el carácter amplio de la alianza que la sustenta en el poder.
Lula, en tanto, dijo estar «harto» con el compartamiento de «nuestros enemigos, de nuestra prensa. Yo no imaginaba ver un Ministerio Público haciendo el juego de la prensa, de la (revista) Veja».
«Hoy los jueces tienen miedo de votar con miedo a una portada de un periódico», dijo Lula, agregando que «un país nunca será serio si un juez del STF, del STJ, del TCU están con miedo de la opinión pública. Hoy primero la prensa condena».
Lula dijo nuevamente que no es candidato, pero que «si fuera necesario, si entienden que el mantenimiento del proyecto corre riesgo, yo quiero decir bien alto: yo estaré con 73 años y con fuerza de 30 para ser candidato a presidente de la República».
Se precisar, serei candidato a presidente em 2018, diz Lula em festa do PT
O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (27) no Rio de Janeiro que, se o PT entender que é necessário, ele será candidato à Presidência em 2018. A afirmação foi feita durante festa de comemoração dos 36 anos do partido, na cidade do Rio. Em um discurso de quase 40 minutos, Lula criticou a oposição e a imprensa que, segundo ele, estão tentando atingi-lo “com mentiras, com vazamento de informações e a criminalização» por meio de notícias, sem que haja qualquer julgamento.
O ex-presidente negou que seja o dono do triplex no Guarujá e do sítio em Atibaia – imóveis investigados pela Justiça e que tiveram destaque na imprensa nos últimos dias. Segundo ele, o sítio, por exemplo, foi comprado por seu amigo Jacó Bittar. O acordo era que a família de Lula também usufruísse da propriedade quando ele deixasse a Presidência.
“Eles pensam que, com essa perseguição, vão me tirar da luta. Eles não conhecem o PT. Se quiserem me derrotar, não vão me derrotar mentindo. Terão que me enfrentar nas ruas, conversando com o povo brasileiro”, disse Lula. “Se eles quiserem voltar ao poder, vão ter que aprender a ser democráticos, disputar eleições e acatar o resultado. Se eles quiserem, se preparem para 2018. Afiem suas garras e vamos disputar democraticamente”, acrescentou.
Ele destacou que essa situação serve para fortalecer partido. «Eles estão determinados: ‘Vamos destruir o PT’. E eu queria dizer para eles: Vocês não vão nos destruir. Nós sairemos mais fortes dessa luta.»
Em seu discurso, Lula também disse que, apesar das divergências entre o PT e o governo da presidenta da República, Dilma Rousseff, o partido está ao lado dela. Lula disse que está à frente de um exército de milhares de soldados para defender o mandato de Dilma.
“Por mais que tenha discordância em alguma coisa, a Dilma tem que ter certeza de que o lado dela é esse. Ela precisa de nós para poder sobreviver aos ataques que ela vem sofrendo no Congresso Nacional pelos nossos adversários”, disse Lula.
Lula foi o grande homenageado da festa de 36 anos do PT, no Armazém da Utopia, na zona portuária do Rio de Janeiro.
Rejeição a Lula cresce, mas oposição patina, diz pesquisa
A 32 meses da eleição de 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ostenta rejeição de metade do eleitorado, mas o petista não é carta fora do baralho da sucessão de Dilma Rousseff.
Nomes conhecidos da oposição –os tucanos Aécio Neves e Geraldo Alckmin e Marina Silva (Rede)– estão estagnados ou encolheram, segundo o Datafolha.
Hoje, 49% dos eleitores afirmam não votar de jeito nenhum em Lula. É uma tendência crescente: em novembro, eram 47%, em dezembro, 48%. Aécio é o segundo em rejeição, com 23%.
«Pode ser um copo meio cheio ou meio vazio, dependendo do ponto de vista do observador», diz Alessandro Janoni, diretor de pesquisas do Datafolha.
A má notícia para o ex-presidente é que a rejeição é superior à dos meses seguintes à revelação do mensalão, em 2005, quando seu governo mais correu risco.
O copo meio cheio é a rejeição ter subido dentro da margem de erro (dois pontos), mesmo após pessoas próximas do ex-presidente –o pecuarista José Carlos Bumlai e o marqueteiro João Santana–terem sido presas por ordem do juiz Sergio Moro.
A relação de Lula com empreiteiras alvos da Lava Jato, que bancaram reformas em imóveis ligados a ele, é apurada em São Paulo e no Paraná.
Segundo Janoni, três variáveis determinarão a viabilidade de Lula como candidato: o tempo que falta até 2018, o estado da economia sob o governo Dilma Rousseff e a Operação Lava Jato.
«O mensalão foi um exemplo da capacidade de recuperação. A taxa de rejeição dele é alta hoje, mas ainda há um contingente grande (37%) que o considera o melhor presidente que o país já teve e uma percepção do eleitor de que haverá melhoras na economia», afirma Janoni.
OPOSIÇÃO
A crescente rejeição de Lula ainda não rendeu dividendos para a oposição, segundo quatro cenários eleitorais pesquisados pelo Datafolha.
Em um deles, Aécio Neves ainda lidera, mas escorregou três pontos percentuais (de 27% para 24%) desde dezembro. Lula e Marina seguem-no, estáveis, em situação de empate técnico –20% e 19%, respectivamente.
Num cenário com Geraldo Alckmin como o postulante do PSDB, Marina está na dianteira com 23%, Lula aparece com 20% enquanto o governador de São Paulo fica na terceira posição (12%).
Nos dois cenários, o quarto colocado é o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).
O Datafolha indica que a «crise de representação», nas palavras de Janoni– é um fenômeno em crescimento.
De dezembro para cá, os únicos a avançar no limite da margem de erro foram o ainda nanico Bolsonaro (chegou a 7%) e a vontade de não votar em ninguém. A opção do voto nulo ou branco chega a 19%.
Ausente da festa do PT, Dilma defende Lula e o partido em carta
Ausente da festa de comemoração de 36 anos do PT, na noite deste sábado, e em rota de colisão com o partido, a presidente Dilma Rousseff enviou uma nota na qual afirma que é “solidária” ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, segundo ela, está sendo “duramente atacado, de forma injusta”. No evento, que começou na noite deste sábado, o presidente do PT, Rui Falcão, foi aplaudido enquanto lia a carta de Dilma e a militância gritou «não vai ter golpe». Com capacidade para 4.000 pessoas, menos da metade do local do evento estava ocupada.
A carta é a defesa mais veemente feita por ela desde que o ex-presidente virou alvo da operação Lava-Jato.
“O presidente Lula é um patrimônio político do nosso país e do mundo, que vem sendo duramente atacado, de forma injusta. Sou e serei solidária ao meu amigo e companheiro Lula em todas as ocasiões, e continuarei a seu lado em todas as batalhas que certamente ainda travaremos”, diz a nota.
O ex-presidente Lula é a grande estrela da festa, que também conta com a presença do presidente nacional da legenda, Rui Falcão, e do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, além de parlamentares petistas. O presidente do partido chamou a militância a fazer uma campanha em defesa da Petrobras e se posicionar contra o projeto aprovado no Senado que muda as regras de exploração do pré-sal, tirando da estatal a exclusividade da exploração.
– Conclamo todos a fazer uma campanha nacional em defesa da Petrobras, que está sob ameaça pelo projeto de lei de retrocesso aprovado no Senado – disse Falcão.
Após a leitura da carta de Dilma, um telão exibiu uma homenagem da legenda a Lula: um vídeo com imagens do ex-presidente ao lado de eleitores e chefes de estado, com trilha sonora do cantor Zeca Pagodinho. Na música «Ser Humano», o cantor diz que «você tem sempre uma palavra de consolo, fica sem jeito de deixar alguém na mão» e está «sempre junto e misturado com o seu povo». E termina dizendo que ser humano «não deixa a canoa virar».
Os militantes saudaram Lula, aos gritos de «olê, olê olá, Lula, Lula» e «Lula guerreiro do povo brasileiro». Apesar da animosidade entre Dilma e o partido, a presidente também foi saudada pela militância quando Rui Falcão leu a carta enviada por ela. Eles gritaram «não vai ter golpe» e «olê, olê olá, Dilma, Dilma».
Entre os presentes há quem critique a condução da economia feita pelo governo. Um dos presentes, que se identificou apenas como Bruno, disse que Dilma não é bem-vinda no evento e que ela é «figura decorativa»:
– Ela não é bem-vinda porque está fazendo tudo errado na economia, O Lula é PT, mas ela é só figura decorativa – disse o militante.
CARTA DE DILMA
No momento em que seu governo é duramente criticado pelo PT, que defende mudanças, por exemplo, na política econômica, Dilma também defende o partido na carta. Segundo a presidente, há uma tentativa de criminalizar o PT “com base em uma moralidade seletiva”.
“A esses que fazem a luta política com base em factóides, mentiras, insinuações, fofocas e insinuações, responderemos com o melhor antídoto possível: a relação direta de confiança que construímos, nestes 36 anos, com os movimentos sociais, os trabalhadores, as mulheres, os jovens, todos aqueles que transformamos em protagonistas do desenvolvimento de nosso país”, diz trecho da nota.
Enfrentando um processo de impeachment, a presidente afirma ainda que há uma tentativa de “usurpar um mandato legitimamente conquistado nas urnas”.
No local da festa, militantes seguram uma faixa em que está estampado: «Dilma, chega de ajuste fiscal e superávit».
Leia a íntegra da carta de Dilma lida no aniversário do PT
“Companheiras e companheiros do Partido dos Trabalhadores,
Neste momento de celebração dos 36 anos do PT, quero saudar os petistas de todo o Brasil que, dia a dia, constroem a bela e vitoriosa história do maior partido político brasileiro. Com sua militância em favor da democracia, da soberania nacional, da inclusão social e de igualdade de oportunidades, vocês são responsáveis pela extraordinária transformação que estamos promovendo no Brasil.
Desde 2003, quando chegamos ao poder, implantamos políticas consistentes com nossa história de partido construído a partir da mobilização dos trabalhadores e das organizações sociais que historicamente não tinham voz e vez. Colocamos, no centro das atenções do Estado brasileiro, pessoas e segmentos sociais até então invisíveis e excluídos. Uma revolução pacífica e democrática, sem paralelo em nossa história, e da qual devemos ter muito orgulho!
Vivemos, é verdade, tempos difíceis. Há um ataque sistemático aos pilares de nosso projeto de desenvolvimento para o Brasil.
Ataque ao nosso maior militante, o presidente de honra Luiz Inácio Lula da Silva, comandante maior deste partido e do nosso projeto de Brasil. O presidente Lula é um patrimônio político do nosso país e do mundo, que vem sendo duramente atacado, de forma injusta. Sou e serei solidária ao meu amigo e companheiro Lula em todas as ocasiões, e continuarei a seu lado em todas as batalhas que certamente ainda travaremos.
Ataque a nosso partido, que pretendem criminalizar, tentando envenenar a sociedade contra nós com base em uma moralidade seletiva. A esses que fazem a luta política com base em factóides, mentiras, insinuações, fofocas e insinuações, responderemos com o melhor antídoto possível: a relação direta de confiança que construímos, nestes 36 anos, com os movimentos sociais, os trabalhadores, as mulheres, os jovens, todos aqueles que transformamos em protagonistas do desenvolvimento de nosso País.
Ataque a meu governo, que tem a tarefa, neste momento, de dar sequência a nosso projeto de Brasil. Querem usurpar um mandato legitimamente conquistado nas urnas com o apoio e a luta de vocês. Querem, por todos os meios, interditar as ações e iniciativas de meu governo. Não me farão recuar, pois tenho um compromisso inquebrantável com a estratégia de desenvolvimento pela qual tanto lutamos.
De norte a sul e de leste a oeste, seguiremos firmes e fortes, de braços dados com essa aguerrida militância do PT que, como eu, tem orgulho de empunhar a bandeira vermelha com a estrela branca na luta pela construção de um país mais justo e democrático.
Vida longa ao Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras!
Um grande abraço a todas e todos.
Dilma Rousseff“