Brasil: Dilma Rousseff designa a Nelson Barbosa como nuevo ministro de Economía, en reemplazo de Joaquim Levy

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NELSON BARBOSA É O NOVO MINISTRO DA FAZENDA

Indicação foi definida na tarde desta sexta-feira 18 pela presidente Dilma Rousseff; atual ministro do Planejamento, Nelson Barbosa vai substituir Joaquim Levy no Ministério da Fazenda; Barbosa e Levy divergiram em vários momentos ao longo de 2015; menos «fiscalista» do que Levy, Barbosa defendeu metas de superávit fiscal mais brandas; Levy deixou o cargo após o Brasil ser rebaixado pela agência Fitch, perdendo, assim, o grau de investimento; nesta tarde, o ministro Jaques Wagner, da Casa Civil, afirmou que a responsável pela política econômica é a presidente Dilma Rousseff; Valdir Simão, ministro da Controladoria-geral da União, deve assumir o Ministério do Planejamento no lugar de Barbosa

A presidente Dilma Rousseff definiu, na tarde desta sexta-feira, que Nelson Barbosa, atual ministro do Planejamento, assumirá a Fazenda, no lugar de Joaquim Levy.

Ao longo de 2015, Barbosa e Levy divergiram em vários momentos, porque Barbosa defendia um ajuste fiscal mais branco. Nesta tarde, o ministro Jaques Wagner, da Casa Civil, afirmou que a responsável pela política econômica é a presidente Dilma Rousseff.

Valdir Simão, atual ministro da Controladoria-geral da União, deve assumir o Ministério do Planejamento no lugar de Barbosa.

Leia, abaixo, informação publicada pelo jornalista Fernando Rodrigues:

A presidente Dilma Rousseff definiu na tarde desta 6ª feira (18.dez.2015) que Nelson Barbosa vai substituir Joaquim Levy no Ministério da Fazenda.

Barbosa tem 46 anos e até agora era o titular do Ministério do Planejamento. No segundo mandato de Dilma Rousseff, travou uma batalha constante com o seu colega da Fazenda.

Enquanto Levy buscava sempre uma política econômica mais contracionista, Barbosa defendia alguma flexibilidade na meta fiscal (a economia que o governo faz).

Levy sempre quis uma meta fiscal de 0,7% do PIB para 2016. Barbosa defendia algo perto de zero ou uma banda flexível. O Congresso acabou aprovando, com anuência do Planalto, uma meta de 0,5%.

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NELSON BARBOSA
Para Bresser-Pereira, novo ministro da Fazenda não promoverá grandes mudanças

De acordo com professor da FGV, atual ministro do Planejamento é um bom nome para o lugar de Levy: «Conhece bem o Estado brasileiro, está comprometido com o ajuste e sabe da importância da taxa de câmbio”, diz

Ex-ministro da Fazenda de abril a dezembro de 1987, no governo Sarney, e professor da Fundação Getúlio Vargas, o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira não acredita em mudanças profundas na política econômica, com a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a indicação de Nelson Barbosa, atual ministro do Planejamento. “Eu acho que o governo está comprometido em fazer um ajuste fiscal, o que o Levy mais defendia. O governo não conseguiu fazer um ajuste do tamanho que o Levy queria, mas fez próximo. O novo ministro da Fazenda também deve estar comprometido com essa meta”, diz. “Não creio que haja uma mudança muito grande.”

Bresser-Pereira considera o nome de Nelson Barbosa, que já é comentado como novo ministro da Fazenda (ele deixa o Planejamento), um bom nome para ocupar a Fazenda. “É um homem competente. Hoje já conhece bem o Estado brasileiro, está comprometido com o ajuste fiscal, mas não é radical nessa matéria, e sabe da importância da taxa de câmbio.”

Do ponto de vista político, ele acredita que a decisão do Supremo Tribunal Federal de ontem (18), que inviabilizou o voto secreto para a comissão do impeachment e fortaleceu o Senado, dá fôlego ao governo. “Mas isso, mais amplamente, apenas confirma o que venho afirmando desde que começou esse projeto de impeachment, que considero de uma irresponsabilidade total por parte de Eduardo Cunha e da oposição, do PSDB, PPS. A democracia brasileira é consolidada, no meu entender.”

Na opinião do economista, “a tentativa de impeachment é um golpe de Estado, e um golpe é um retrocesso no processo democrático muito sério”. “Acho que os brasileiros não estão dispostos a correr esse risco. Não acredito no impeachment de forma nenhuma”, diz, para em seguida fazer uma pequena correção: “Não digo que tenho 100 por cento de certeza, mas 90 por cento eu tenho, que não vai sair o impeachment. A decisão de ontem do Supremo vai nessa direção e tornou muito mais difícil a tarefa dos ‘impichadores’”

Reconhecidamente defensor do ajuste fiscal, embora ressalve que não é um radical quanto a isso, Bresser-Pereira considera correta a política de ajuste. “Mas sou muito crítico de quem afirma que o ajuste é a coisa mais importante, que é preciso fazer para o país retomar o crescimento, o que não é verdade. O mais importante para a retomada do crescimento já foi feito, e foi o ajuste feito pelo mercado da taxa de câmbio”, avalia.

Para Bresser-Pereira, o principal efeito da elevação do dólar é tornar as empresas industriais brasileiras novamente competitivas. “É questão de mais tempo para que elas voltem a investir.”

O economista entende que “o grande erro” que a presidenta Dilma Rousseff cometeu foram as desonerações levadas a cabo no primeiro mandato. “Foi uma coisa que ela pensou que era política industrial, e foi um desastre. Quando ela viu o tamanho da crise, passou a fazer a política correta. Acho que o novo ministro (da Fazenda) vai fazer a política correta.”

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Nelson Barbosa, um dos pais da crise fiscal, é o novo ministro da Fazenda

Nelson Barbosa mudou de endereço na Esplanada dos Ministérios, deixa o Planejamento e será o novo ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff. O anúncio oficial será feito ainda nesta sexta-feira.

Barbosa, de 46 anos, já era cotado para a Fazenda no fim de 2014, quando Dilma escolhia os nomes do primeiro escalão de seu segundo mandato. Seu nome agradava mais ao PT do que o de Levy, que acabou sendo escolhido. Nas inúmeras vezes em que circularam rumores de saída de Levy da Fazenda nos últimos meses, Barbosa sempre apareceu como um dos cotados para a pasta.

Levy chegou à Fazenda com o compromisso de tentar ajustar as contas públicas. Os cortes de gastos sempre foram uma das marcas de Levy em passagens anteriores pelo governo, característica que lhe rendeu o apelido de «Mãos de Tesoura». Levy foi secretário adjunto de Política Econômica e economista-chefe do Planejamento no mandato de Fernando Henrique Cardoso e, já na gestão Lula, chefe do Tesouro.
Barbosa, por sua vez, é da ala do governo mais afeita ao aumento de gastos como instrumento de estímulo à economia. Com o aumento de gastos, o Brasil fechará 2015 com déficit (já autorizado pelo Congresso) de 119,9 bilhões de reais.
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Uma das principais bandeiras de Levy nos esforços de ajuste das contas públicas era o compromisso de um superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) equivalente a 0,7% do produto interno bruto (PIB) para 2016. Nesta quinta-feira, o Congresso aprovou o orçamento de 2016 com previsão de meta de 0,5% do PIB. Foi a última derrota de Levy antes de sua saída do governo.

Perfil – Ph.D em Economia pela New School for Social Research, de Nova York, e secretário-executivo do Ministério da Fazenda no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, de 2011 a 2013, Barbosa exerceu diversos cargos na administração federal, incluindo secretário de Acompanhamento Econômico 2007 a 2008 e secretário de Política Econômica, de 2008 a 2010, no Ministério da Fazenda.
O economista foi também presidente do conselho do Banco do Brasil entre 2009 e 2013 e membro do conselho de administração da Vale de 2011 a 2013. Barbosa é lembrado por passagens pelo Banco Central, entre 1994 e 1997, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, entre 2005 e 2006, e pelo Ministério do Planejamento, em 2003.
Além dos cargos públicos, Barbosa atuou como professor titular da Escola de Economia de São Paulo (FGV-EESP), professor adjunto do Instituto de Economia (IE/UFRJ), pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE/FGV) e membro dos conselhos de administração da Cetip e do Banco Regional de Brasília (BRB).

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