Jair Bolsonaro encabezó una protesta en Brasil para exigir su amnistía tras ser acusado por el intento de golpe
El expresidente brasileño Jair Bolsonaro encabezó este domingo una movilización en San Pablo para reclamar por su «amnistía» después de que el Supremo Tribunal Federal decidiera que deberá enfrentar un juicio por el intento de golpe de Estado contra el gobierno de Lula da Silva tras su derrota en las elecciones de 2022.
La manifestación comenzó a las 14.00 horas con la interpretación del himno nacional. El líder de extrema derecha llegó a la Avenida Paulista minutos antes del inicio y fue la cara visible de una congregación que pidió no solo por el «perdón» para el exmandatario sino también para los condenados por el asalto a los poderes públicos en Brasilia en enero de 2023.
Bolsonaro estuvo en la carroza acompañado por la ex primera dama Michelle Bolsonaro, el gobernador de Minas Gerais Romeu Zema y la senadora Tereza Cristina, junto a otros parlamentarios cercanos al expresidente. La leyenda “Amnistía ya” acompañaba fotos de los condenados por los hechos de enero de 2023. “¡No hubo golpe!”, entonaba el público al ritmo de una banda de percusión.
En la previa de la marcha, Bolsonaro mostró la fuerza del partido a través de una foto junto a los siete gobernadores Romeu Zema (Minas Gerais), Jorginho Mello (Santa Catarina), Tarcísio de Freitas (San Pablo), Ronaldo Caiado (Goiás), Wilson Lima (Amazonas), Ratinho Júnior (Paraná) y Mauro Mendes (Mato Grosso).
La convocatoria fue impulsada por el propio Bolsonaro después de una manifestación similar en la playa de Copacabana de Río de Janeiro el mes pasado. En aquel entonces, la participación de los simpatizantes no alcanzó las expectativas de los organizadores.
La manifestación se llevó a cabo en respuesta a la decisión del máximo tribunal federal, en respuesta a la acusación de la fiscalía, la cual denunció que Bolsonaro buscó el respaldo de las fuerzas armadas para impedir la asunción de su sucesor, Luiz Inácio Lula da Silva. Bolsonaro.
En caso de ser condenado solo por el intento de golpe de Estado, la pena podría alcanzar hasta 12 años de prisión. Sin embargo, el exmandatario brasileño es acusado de al menos 5 delitos, por lo que la suma de los otros cargos elevaría la sentencia potencial hasta 40 años.
Por el momento, sobre Bolsonaro pesa una inhabilitación para presentarse a competir por cargos públicos hasta 2030 debido a sus reiterados esfuerzos por desacreditar al sistema electoral brasileño. Pese a ello, a sus 70 años insiste en que quiere ser candidato en las presidenciales de 2026.
El expresidente se declara inocente y dice ser un “perseguido” por las autoridades. “La presencia del pueblo en la Paulista será un termómetro para la amnistía”, dijo esta semana a la radio local AuriVerde Brasil.
Brasil: de qué se acusa a Jair Bolsonaro y qué pena puede enfrentar
La denuncia inicial presentó cargos contra 34 personas, pero la Corte Suprema solo decidió este martes sobre Bolsonaro y otros siete acusados. Entre ellos se encuentran los ex ministros de Defensa, Walter Braga Netto y Paulo Sérgio Nogueira, y el ex ministro de Justicia, Anderson Tor, además del propio Bolsonaro.
El expresidente de Brasil es acusado de abolición violenta del Estado democrático de derecho, tentativa de golpe de Estado, vinculación con una organización criminal armada, daño calificado y deterioro de patrimonio.
En detalle, el 8 de enero de 2023 miles de partidarios del entonces presidente saliente Jair Bolsonaro ingresaron a las sedes de la Presidencia, el Parlamento y la Corte Suprema ubicadas en la capital Brasilia. Al grito de «fraude» asaltaron y vandalizaron los edificios. Bolsonaro no había aceptado los resultados de las elecciones que dieron por ganador a da Silva por poco margen.
Bolsonaro es uno de los principales apuntados por motivar e impulsar los ataques de sus seguidores a los diferentes edificios gubernamentales. Hasta ahora, el Tribunal Supremo de Brasil condenó a casi 500 personas por los incidentes.
Líderes na Câmara não veem clima para anistia mesmo com pressão sobre Motta em ato de Bolsonaro
Por Marianna Holanda
Líderes na Câmara dos Deputados disseram, reservadamente, ainda não ver clima para avanço do projeto de lei que propõe anistia aos presos do 8 de janeiro, mesmo diante da pressão feita neste domingo (6) sobre o presidente da Casa, Hugo Motta, em ato de Jair Bolsonaro (PL).
Lideranças da esquerda avaliam que a estratégia pode ser um tiro no pé e isolar ainda mais o PL no Parlamento. «É uma tática de desespero. Se acham que Hugo vai pautar alguma coisa essa semana depois de tentarem emparedar ele, estão errados», disse o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ).
Já Mário Heringer (MG), líder do PDT, falou em desserviço institucional. «Atacar Hugo Motta é um desserviço institucional, mantém a atitude transgressora contra as instituições e Constituição. O movimento do encontro é legítimo, mas mais uma vez errático», afirmou.
Em São Paulo, deputados de direita, centro e esquerda reconheceram Motta como um alvo claro. O principal escalado para fazer o ataque foi o pastor Silas Malafaia, também como uma forma de poupar os demais parlamentares presentes de desgaste com o presidente da Câmara.
«Sr. presidente da Câmara, Hugo Motta, disse ‘eu sou arbitro, juiz’. Só se for juiz iníquo, porque ele pediu para os líderes partidários para não assinar urgência do projeto de anistia», disse Malafaia em cima do carro de som.
«Espero, Bolsonaro, se Hugo Motta estiver assistindo isso aqui, que ele mude, porque você, Hugo Motta, está envergonhando o honrado povo da Paraíba», completou.
Após a última reunião de líderes de quinta-feira, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que Motta teria pedido aos líderes para não assinar o requerimento de urgência, o que fez com que o partido tivesse de colher no varejo as assinaturas para garantir que o projeto vá direto para o plenário. Hoje, segundo disse no ato, há 165 votos de apoio dos 257 necessários.
No carro de som, o líder do PL não mencionou o nome de Motta diretamente, mas deu o sinal para que apoiadores aumentassem a pressão sobre deputados que ainda não tenham se posicionado, ao prometer um placar de indecisos.
«Segunda-feira [7], amanhã, vamos publicar o nome e a foto deles [dos que apoiam a anistia] para vocês agradecerem os deputados. Vamos divulgar também o nome e a foto de quem ainda está indeciso. Até quarta [9], presidente Bolsonaro, vamos ter, com ajuda do Caiado, Zema, Tarcísio, Wilson Lima, sim, as 257 assinaturas», disse.
«E aí será pautado querendo ou não a Câmara dos Deputados», completou.
A decisão final da pauta do plenário é de Motta, mas com o número de assinaturas, o requerimento de urgência já deve ir direto para lá.
Na mesma toada, Altineu Côrtes (PL-RJ), vice-presidente da Casa, afirmou no ato que Motta «será pautado pela maioria da Câmara dos Deputados». Em seguida, chamou um a um dos sete governadores no carro de som para perguntar se os seus partidos apoiavam à pauta, a que todos responderam «sim».
Estiveram no local os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); de Goiás, Ronaldo Caiado (União); de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL); do Amazonas, Wilson Lima (União); do Paraná, Ratinho Jr. (PSD) e de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil).
Líderes partidários aliados de Motta negam ter havido um pedido para que não assinassem o requerimento, mas compartilham do entendimento de que não é o momento político para discutir a proposta. Dizem que é preciso apoiar o presidente da Casa e dividir com ele essa pressão, que agora veem aumentar.
Por isso, até nos partidos de governadores que estiveram presentes no carro de som de Bolsonaro na Paulista (Republicanos, União Brasil, PP e PSD), os líderes não assinaram o documento.
Aliados de Motta dizem que o ato, que reuniu 55 mil pessoas, segundo levantamento do Datafolha, aumenta a pressão na Casa como um todo, sobretudo a um ano da eleição. Mas avaliam que isso não será suficiente para haver uma mudança de chave do paraibano e dizem que é o ônus de presidir a Casa.
Eles citam duas justificativas de manutenção da harmonia para a Câmara segurar o projeto: primeiro com o STF (Supremo Tribunal Federal); e segundo, com o Senado, onde o presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) já afirmou não ver prioridade no tema.
Entre os membros do governo Lula (PT), a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) disse que os ataques a Motta e a ministros do STF no ato reforçam o acerto do Judiciário no caso de tentativa de golpe de 8 de janeiro.
«Na boca dos golpistas, a palavra anistia se reduz a uma farsa, um projeto de lei que visa à impunidade de réus que nem foram julgados ainda. Querem apagar os fatos que aterrorizaram o país, mas não são capazes de esconder a violência e o ódio que continuam guiando suas ações», disse.
Já o ministro Jorge Messias (AGU) classificou o ato em São Paulo como de «extrema direita» e apontou para um fracasso da manifestação.
«Não vi bandeiras em defesa de nossa soberania, de nossos trabalhadores e empresários, ou de projetos fundamentais ao povo, como o da isenção do IR», disse.
Na mesma toada, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), disse que a manifestação foi «um espetáculo de irrelevância e constrangimento em dois idiomas». «Que nota você daria para a aula de inglês do inelegível?», questionou, em referência a um trecho do discurso de Bolsonaro.