Eduardo Bolsonaro pidió licencia y se quedará en EEUU por temor a que la justicia de Brasil retenga su pasaporte

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Golpe en Brasil: Eduardo Bolsonaro denunció persecución y huyó a EEUU

Eduardo Bolsonaro tomó una decisión que sorprendió a propios, pero no a extraños: anunció con un video en sus redes sociales que pidió una licencia sin goce de sueldo de su cargo como diputado federal y que se quedará en Estados Unidos, en donde se encuentra desde el pasado 27 de febrero. El hijo del ex presidente Jair Bolsonaro, que denunció persecución en el marco de la investigación por la causa de intento de golpe de Estado del 8 de enero de 2023, tomó su decisión luego de que la Procuraduría General de la República (PGR) diera lugar a la presentación para que la Justicia retenga su pasaporte realizada por diputados del oficialista Partido de los Trabajadores (PT). Su intención es convencer al Gobierno de Donald Trump de impulsar sanciones contra el presidente del Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

«Seré juzgado por un enemigo declarado, por la misma persona que denuncié aquí en el extranjero», afirmó en el video que difundió en sus redes sociales en referencia a De Moraes. Sin embargo, el parlamentario -cuya licencia aún no está vigente- no está imputado ni investigado en la investigación por el intento de golpe de Estado. El único proceso que está en discusión en el STF es la solicitud de retención de su pasaporte por parte de los diputados Lindbergh Farias (PT-Rio de Janeiro) y Rogério Correia (PT-Minas Gerais). Para ello, el máximo Tribunal pidió una toma de posición a la PGR, pero el caso no implica una solicitud de detención, aclaró el portal O’Globo.

«Si Alexandre de Moraes quiere confiscar mi pasaporte o incluso arrestarme para que ya no pueda denunciar sus crímenes en Estados Unidos, entonces es exactamente acá donde me quedaré y trabajaré más duro que nunca. Renuncio temporalmente a mi mandato, tomaré una licencia sin goce de sueldo, para poder dedicarme de lleno a buscar las sanciones adecuadas para los violadores de derechos humanos», dijo Bolsonaro hijo, que hizo varias giras e impulsó encuentros en distintas partes del mundo -como Argentina y Hungría- con aliados de su padre para empujar sanciones contra el Gobierno petista como para instalar la idea de que en Brasil hay censura, persecución contra quienes cometieron el asalto a los Tres Poderes, en 2023; que no hay garantías para juzgarlos y que merecen una amnistía.

Según el portal brasileño G1, la decisión de Eduardo Bolsonaro también llego luego de que fuera informado de que no sería nominado como presidente de la Comisión de Relaciones Exteriores de la Cámara, justo el mismo día en que su padre encabezó una flaca movilización en Río de Janeiro para impulsar la amnistía en la que vienen trabajando sin suerte.

https://tweet.com/eixopolitico/status/1901405205062713517?

En tanto, la BBC Brasil reportó que desde que Trump asumió el poder, el 20 de enero pasado, Bolsonaro hijo viajó al país del norte cuatro veces como parte de su campaña para lograr que legisladores, empresarios y miembros de la Casa Blanca tomen medidas públicas contra el gobierno brasileño antes de que la Corte decida si Bolsonaro padre pasará a ser imputado tras ser inculpado por la Fiscalía General de la Nación.

La reacción de la familia Bolsonaro  

«Él se aleja para combatir algo parecido al nazifascismo, que cada vez avanza más en nuestro país», afirmó sobre su hijo el expresidente ultraderechista en una actividad en el Senado de la Nación. «No estamos preocupados con las acusaciones, él sabe que no hizo nada mal. Estamos preocupados con quien va a juzgarlo, es evidente para todo el mundo que sería un juicio violento, para perpetrar una venganza, no para hacer justicia», dijo su hermano Flavio, que es senador. En línea con las palabras de su padre, consideró que en Brasil «no hay más democracia».

La sorpresa en el Partido Liberal 
La familia Bolsonaro hace unos años decidió usar como chapa para disputar cargos al Partido Liberal (PL), sin embargo, parecieran no haber sido informados de este movimiento. «Sigo creyendo en la fuerza política de nuestro país y en las instituciones de los Tres Poderes para atravesar este momento difícil que estamos pasando», dijo al lamentar esta situación en una nota pública el presidente del PL, Valdemar Costa Neto.

EL DESTAPE WEB

 


Eduardo Bolsonaro se licencia para viver nos EUA E buscar ‘sanções’ contra Moraes

Por Levy Teles e Guilherme Caetano

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pediu nesta terça-feira, 18, licença do mandato na Câmara dos Deputados para viver nos Estados Unidos, onde pretende «buscar sanções aos violadores dos direitos humanos». Em postagem publicada nas redes sociais, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse ser alvo de perseguição, criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e chamou a Polícia Federal (PF) de «Gestapo», a polícia secreta da Alemanha nazista.

«Irei me licenciar sem remuneração para que possa me dedicar integralmente e buscar sanções aos violadores de direitos humanos. Aqui, poderei focar em buscar as justas punições que Alexandre de Moraes e a sua Gestapo da Polícia Federal merecem», afirmou ele, que está nos EUA desde o fim de fevereiro.

O mandato será assumido pelo missionário José Olímpio (PL-SP), segundo suplente do partido. Ele foi deputado federal por dois mandatos, entre 2011 até 2019, quando exerceu o cargo pelo PP e, depois, pelo DEM. O regimento da Casa diz que o suplente assume a cadeira após 120 dias de vacância.

Minutos após o anúncio, em entrevista ao canal «Conversa Timeline», no YouTube, Eduardo afirmou que sua atuação nos Estados Unidos passa por advogar «a favor de eleições limpas e justas» – apesar de o governo Bolsonaro ter se empenhado em detectar fraudes no sistema eleitoral brasileiro sem conseguir encontrar nada.

Ele defendeu que o governo americano apenas reconheça «eleições onde ocorra ampla participação da oposição e também uma possibilidade de auditoria dos votos, uma recontagem», sugerindo pressão internacional sobre o processo eleitoral brasileiro.

«Essa é a mensagem que eu levaria ao presidente (Donald) Trump. Mas as pessoas do entorno dele já estão muito conscientes do que está acontecendo. Nas próximas semanas a gente vai ter cada vez mais a participação da Casa Branca e do Congresso em segurar o ímpeto de ditadores», afirmou ao jornalista Luís Ernesto Lacombe e ao blogueiro foragido da Justiça Allan dos Santos.

Eduardo declarou também, em entrevista à CNN Brasil, que pretende pedir asilo político ao governo americano. O asilo político é uma proteção concedida por um Estado a estrangeiros que comprovam estar sendo perseguidos na nação de origem.

O PL foi pego de surpresa pela decisão. Questionado pelo Estadão se sabia do plano do deputado – que também exerce a função de secretário de Relações Internacionais na sigla -, o senador Rogério Marinho (PL-RN), secretário-geral da legenda, afirmou que soube da informação pelas redes sociais.

Eduardo era o favorito para assumir a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional – o seu partido deverá agora indicar o líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS) -, o que era alvo contestação do PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O líder petista na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), e o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) entraram com um pedido no STF para que o passaporte do filho de Bolsonaro fosse apreendido.

Passaporte

Moraes havia pedido parecer da Procuradoria-Geral da República. Ontem, horas após a manifestação de Eduardo Bolsonaro, o procurador-geral, Paulo Gonet, declarou ser contrário ao pedido. «Os relatos dos noticiantes não contêm elementos informativos mínimos, que indiquem suficientemente a realidade de ilícito penal», afirmou Gonet.

Na sequência, o ministro do Supremo arquivou a representação dos deputados petistas.

O PT acusava Eduardo de obstrução de investigação, coação no curso do processo e atentado à soberania, alegando que ele estaria articulando, com congressistas dos Estados Unidos, sanções contra o Brasil e o Supremo. Na representação, Lindbergh afirmou que «em total dissintonia com a realidade», Eduardo «patrocina retaliações» contra o Brasil e Moraes.

A PGR argumentou que as ações de Eduardo Bolsonaro se inserem no exercício da atividade parlamentar e que não há provas concretas de crime. Gonet ressaltou que não há indícios de negociação com governos estrangeiros para atos que configurariam atentado à soberania nacional. O procurador-geral recomendou então o arquivamento da petição e o indeferimento dos pedidos apresentados.

‘Condenado’

Eduardo afirmou que sua decisão foi difícil, mas que era a melhor forma de «pressionar» Moraes, já que na sua opinião, Jair Bolsonaro «está condenado». O julgamento da denúncia contra o chamado «núcleo 1» descrito pela PGR – grupo que inclui o ex-presidente e seus principais auxiliares – está marcada para a próxima semana, dia 25. Ontem, o STF definiu que a acusação contra outros 11 denunciados, do «núcleo 3», será julgada nos dias 8 e 9 de abril (mais informações na pág. A10).

«Você pode botar o Ruy Barbosa para defender o pessoal do 8 de Janeiro ou Jair Bolsonaro. Vai ser preciso fazer uma exposição pública do que ele está fazendo, das atrocidades que está cometendo, para causar um constrangimento, e, quem sabe até, sanções contra ele. Porque você tem que ir onde está o conforto da pessoa.»

O deputado está em sua quarta viagem aos Estados Unidos apenas neste ano. A primeira ocorreu no começo de janeiro, quando ele foi ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para acompanhar a posse de Trump.

‘Nazifacismo’

Ao participar de um evento judaico, Jair Bolsonaro afirmou que a decisão anunciada pelo filho de se desligar temporariamente do mandato no Congresso é uma iniciativa para «combater o nazifascismo que avança sobre o nosso País». Bolsonaro compareceu à cerimônia de abertura de uma exposição sobre o holocausto em Brasília, com a presença de autoridades, ativistas e representantes de entidades que atuam pela preservação da memória do povo judaico.

Em entrevista ao canal no YouTube, Eduardo chorou ao afirmar existir «uma possibilidade real» de «nunca mais» ver o pai. «É claro que ele queria ver o filho perto dele.» (COLABORARAM ADRIANA VICTORINO E RAISA TOLEDO)

TERRA

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