Brasil | Mujeres del MST donaron alimentos a las comunidades indígenas Ava Guaraní

DIANGELA MENEGAZZI

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Brasil: Mujeres indígenas y del MST defienden territorio de la etnia Ava Guaraní en Paraná

Las agricultoras del MST entregaron aproximadamente cinco mil kilos de alimentos a las comunidades nativas de la zona. Los alimentos se producían en refugios y asentamientos situados en las zonas norte y noroeste del estado brasileño del Paraná.

«En apenas una semana de labor, las mujeres recolectaron, organizando cestas con mucho afecto y dedicación, «aportando lo mejor que poseemos para compartir. Fortalecer esta alianza posee un valor crucial: el MST también respalda la batalla por la tierra y los intereses indígenas. Para nosotros, se trata de una relación de cooperación y camaradería», expresó Sandra Ferrer, miembro de la comunidad Eli Vive y dirigente estatal del MST.

Dichas canastas incluyen arroz, frijoles, plátanos, camote, calabaza, aceite y sal, destinadas a otras comunidades nativas de la zona. Según Ferrer, la propuesta tiene como objetivo robustecer la resistencia de los Ava Guaraní y reportar infracciones a los derechos humanos.

“Entendemos que el MST es un movimiento de lucha, que también lucha por la tierra, la preservación y la continuidad de la vida. Por eso les damos la bienvenida hoy con gran respeto y honor. Siempre serán bienvenidos. Contamos con su ayuda”, afirmó Ilson Okaju, portavoz de la comunidad Tekoha Yvy Okaju.

Violencia hacia la comunidad Ava Guaraní
La entrega de alimentos ocurre en un escenario de agresiones y violencia extrema. Una de las siete ocupaciones llevadas a cabo por los Ava Guaraní en la Tierra Indígena (TI) Guasu Guavirá, en julio de 2024, es la comunidad Yvy Okaju. Desde aquel momento, los indígenas han soportado ataques continuos de grupos armados relacionados con el sector campesino.

Entre finales de 2024 y comienzos de 2025, individuos armados lanzaron disparos contra cuatro habitantes indígenas, incluyendo a un niño y un adolescente, y prendieron fuego en viviendas comunitarias. Cinco nativos continúan con proyectiles en sus cuerpos, sin tener acceso a un cuidado médico apropiado.

Además de contribuir con alimentos, las mujeres del Colectivo de Jóvenes del MST y comunidades indígenas elaboraron un mural en conjunto. De acuerdo con Ana Clara García Lazzarín, del Colectivo Juvenil, el proyecto potencia la identidad y la participación de los jóvenes en la batalla. «Estamos aquí, junto con el pueblo Ava Guaraní y las Mujeres Sin Tierra, construyendo este mensaje visual y escrito. Esto tiene un gran poder», subrayó.

TELESUR


Mulheres do MST e indígenas se unem em defesa do território Ava Guarani, em Guaíra (PR)

Edição: Ana Carolina Caldas

A luta pela defesa do território uniu mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do povo Ava Guarani nesta quinta-feira (20), em Guaíra, no oeste do Paraná. As camponesas do MST doaram cerca de 5 mil quilos de alimentos às comunidades indígenas da região. Os produtos foram cultivados em acampamentos e assentamentos das regiões norte e noroeste do estado.

“As mulheres, em uma semana de trabalho, já vêm fazendo a colheita, preparando essas cestas com muito carinho, com muito amor, trazendo o que temos de melhor para compartilhar. Fortalecer essa aliança tem um significado muito importante: o MST também defende a luta pela terra, também defende as causas indígenas. Para nós, é uma relação de parceria e companheirismo”, afirmou Sandra Ferrer, assentada na comunidade Eli Vive e dirigente estadual do MST.

As cestas contêm arroz, feijão, banana, batata-doce, abóbora, óleo e sal e serão distribuídas a outras comunidades indígenas da região. Para Ferrer, a iniciativa busca fortalecer a resistência dos Ava Guarani e denunciar as violações de direitos humanos.

“A gente entende que o MST é um movimento de luta, que também luta pela terra, pela preservação e pela continuidade da vida. Por isso, recebemos vocês aqui hoje com muito respeito e honra. Serão sempre bem-vindos. Contamos muito com a ajuda de vocês”, declarou Ilson Okaju, representante da aldeia Tekoha Yvy Okaju.

Violência contra o povo Ava Guarani

A distribuição dos alimentos ocorre em um contexto de ataques e violência extrema. A comunidade Yvy Okaju é uma das sete ocupações feitas pelos Ava Guarani na Terra Indígena (TI) Guasu Guavirá, em julho de 2024. Desde então, os indígenas sofrem ataques constantes de grupos armados ligados a fazendeiros.

Entre o fim de 2024 e o início de 2025, pistoleiros dispararam contra quatro indígenas, entre eles uma criança e um adolescente, e incendiaram casas da comunidade. Cinco indígenas seguem com balas alojadas no corpo, sem acesso a atendimento adequado de saúde.

Para Paulina Kunha Takua Rocay Ponhy Martines, líder da aldeia Yvy Okaju, o direito ao território não está em discussão. “A partir do momento que uma criança está dentro da barriga de uma mãe, ela já tem o direito de lutar e de ter um território garantido pelo governante do Brasil”, afirmou.

Ela também denuncia campanhas de desinformação na mídia local. “Dizem que somos paraguaios, que teríamos que voltar de onde viemos. Mas de onde viemos? Viemos desta terra. Não somos de outro mundo, não viemos do outro lado do mar. Sempre estivemos aqui. À nossa história não se pode colocar um marco temporal”, ressaltou.

Solidariedade e resistência cultural

Além da doação de alimentos, mulheres do Coletivo de Juventude do MST e indígenas realizaram um mural coletivo. Segundo Ana Clara Garcia Lazzarin, do Coletivo de Juventude, a iniciativa fortalece a identidade e a presença da juventude na luta. “Estamos aqui construindo, junto com o povo Ava Guarani e as mulheres Sem Terra, essa mensagem visual e escrita. Isso tem uma força muito grande”, destacou.

A jornada de luta das mulheres Sem Terra

A ação faz parte da Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra, que ocorre anualmente em março, mês do Dia Internacional da Mulher. Em 2024, o lema é “Agronegócio é violência e crime ambiental, a luta das mulheres é contra o capital”.

No Paraná, a jornada também busca denunciar a violência sofrida pelos Ava Guarani e pressionar as autoridades. “Além de levar acolhimento para essas famílias indígenas, queremos chamar a atenção das autoridades para a violência que maltrata esse povo”, reforçou Ferrer.

A jornada inclui outras mobilizações no estado. Em Reserva do Iguaçu, militantes se uniram às famílias da comunidade Resistência Camponesa e marcharam contra o despejo. O Coletivo Marmitas da Terra organizou mutirões de doação de sangue, rodas de conversa e uma ação solidária na retomada indígena Cristo Purunã, em São Luiz do Purunã.

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