Brasil | El gobierno involucra clubes de fútbol en la campaña Femicidio Cero para la lucha contra la violencia de genero

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Gobierno brasileño quiere involucrar a clubes de fútbol en lucha contra feminicidios

El Gobierno de Brasil se esfuerza por involucrar a los clubes de fútbol del país en la lucha contra la violencia contra la mujer y los feminicidios, tras conocerse un estudio según el cual en los días que hay partidos la violencia corporal contra las mujeres aumenta un 23,7 por ciento en comparación con los días sin compromisos.

La ministra de las Mujeres, Cida Gonçalves, hizo el anuncio al presentar la Articulación Nacional por el Feminicidio Cero, que se hace en agosto, un mes marcado por actividades de sensibilización para poner fin a la violencia contra las mujeres.

Según una investigación realizada por el Foro Brasileño de Seguridad Pública en colaboración con el Instituto Avon en 2022, en los días de partido de fútbol, el daño corporal intencional contra las mujeres es un 23,7 por ciento mayor que en los días en que no hay partido.

Y cuando el partido del equipo tiene lugar en la ciudad anfitriona, los casos de lesiones corporales se incrementan un 25,9 por ciento.

Hasta el momento, se han sumado a la movilización dirigentes de los clubes Corinthians, Flamengo, Vasco da Gama y Bahía.

«La acción que vamos a emprender no es temporal, es permanente (…) A partir de septiembre, el equipo designado por la selección elaborará el plan estratégico de acción», dijo Gonçalves.

La Articulación Nacional por el Feminicidio Cero tiene como objetivo movilizar a diversos sectores de la sociedad para poner fin a la violencia contra las mujeres en varios frentes, como la firma de un manifiesto, la celebración de eventos y conferencias sobre el tema, y la difusión de materiales gráficos y audiovisuales.

De acuerdo con un documento del Foro Brasileño de Seguridad Pública, cada seis horas una mujer es víctima de feminicidio en Brasil; tres de cada diez brasileñas han sido víctimas de violencia doméstica; cada seis minutos una niña o mujer sufre violencia sexual en el país sudamericano y cada 24 horas se denuncian 75 casos de acoso sexual.

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Ministra Cida Gonçalves anuncia campanha Feminicídio Zero

Por Maria Beatriz Giusti*

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, disse que terá «grande dificuldade» com o corte de 17,5% no orçamento da pasta — proporcionalmente, o ministério foi o mais atingido pelo contingenciamento imposto pela equipe econômica, de R$ 15 bilhões.

Cida destacou, porém, que não vê o corte como «desprestígio» do governo com a pasta, mas que fará o possível para não afetar os investimentos em projetos e políticas para mulheres.

«Pedimos para não mexer no Ministério das Mulheres, mas a decisão foi por um corte linear. Estamos quebrando a cabeça. Se for cortar, vamos cortar aqui em estrutura, em viagens, não nas áreas fim», ressaltou. «Não entendo como desprestígio. Agora, acho importante dizer que temos grande dificuldade», acrescentou, durante conversa com jornalistas mulheres.

Ela anunciou que a pasta vai lançar, neste mês, a campanha Feminicídio Zero, para tentar conscientizar a população sobre o tema. Ressaltou a preocupação com o aumento desse tipo de crime e da violência contra mulher.

De acordo com o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2023, todas as formas de violência contra mulher tiveram crescimento, como feminicídio, estupro, ameaça e agressão. No ano passado, houve 1.467 vítimas de feminicídio, ante 1.455 de 2022.

A campanha prevê parcerias com times de futebol, líderes religiosos e empresas. A ministra afirmou que recentemente se reuniu com um grupo de mulheres evangélicas para levar a questão aos templos. «Precisamos criar uma mobilização nacional contra a violência. Precisamos de pessoas que se indignem e tenham coragem de denunciar.»

Lula
No encontro, Cida enfatizou que ninguém pode fazer «piadas» machistas, nem o presidente da República. A declaração foi feita após ser questionada sobre fala recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião com empresários. Na ocasião, o chefe do Executivo condenava os altos índices de violência contra mulher no país e citava uma pesquisa que aponta maior ocorrência de casos após jogos de futebol. Lula afirmou que a situação era «inacreditável» e, em seguida, ironizou a má fase do Corinthians: «Se o cara é corintiano, tudo bem».

Cida frisou que «nem o Lula» pode ironizar a violência de gênero. «Quando o tema nos incomoda muito, decide fazer uma piadinha, porque acha que, com essa piadinha, melhora as coisas, diminui o impacto da notícia que você está dando. E o que eu tenho dito é que piadinha nem o presidente da República. Não dá para aceitar piadinha de nada nem de ninguém», afirmou. «Se você não consegue falar, não fala. Mas não faz piada. Não brinca com aquilo que é a vida das pessoas. Eu acho que é um processo que a gente vai ter que reconstruir no nosso país. Reconstruir com nossos homens, nossas lideranças, e eu, como ministra das Mulheres, com meu presidente da República», completou, destacando que vai conversar com o chefe do Executivo sobre o tema quando encontrá-lo. (Com Agência Estado)

*Estagiária sob supervisão de Cida Barbosa

CORREIO BRAZILIENSE

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