Brasil | Exasesor de Bolsonaro declara ante la comisión parlamentaria por el intento de golpe
Exayudante de Bolsonaro testificará sobre actos golpistas en Brasil
El teniente coronel Mauro Cid, exayudante de órdenes del expresidente brasileño Jair Bolsonaro, testificará hoy en la Comisión Parlamentaria de Investigación (CPI) sobre los actos golpistas del 8 de enero en esta capital.
Sospechoso de articular una intervención militar contra el Tribunal Superior Electoral, la tendencia es que Cid permanezca en silencio durante la sesión, como está ocurriendo en los trabajos conducidos por la Policía Federal (PF).
El derecho a no responder preguntas fue garantizado por la ministra Carmen Lucía, del Supremo Tribunal Federal (STF).
La audiencia del exauxiliar de Bolsonaro fue solicitada tras la PF encontrar en una pericia en el teléfono celular de Cid intercambios de mensajes con otros militares, en las cuales se vislumbraron acciones que incluirían una intervención.
Varios requerimientos solicitaron la presencia de Cid en la CPI, uno de ellos es de autoría de la relatora, la legisladora Eliziane Gama.
Para el senador Rogério Carvalho, hay indicios de que el militar estaría tramando un golpe de Estado contra el gobernante Luiz Inácio Lula da Silva.
«Mauro Cid tuvo conversaciones con otro auxiliar del expresidente, Ailton Barros, en las cuales hubo trama para abolir el Estado Democrático de Derecho en Brasil», alertó Carvalho.
En la conversación, prosiguió, Barros «afirma que el golpe necesitaría la participación del comandante del Ejército o de Jair Bolsonaro, y que el ministro del Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, debería ser arrestado».
También en la visión del senador Randolfe Rodrigues hay sospechas sobre posibles articulaciones de Cid en los ataques a los edificios del Congreso Nacional, el STF y el Palacio del Planalto (sede del Poder Ejecutivo), «justificando la necesidad de su testimonio para esclarecer su papel y proporcionar informaciones relevantes a los trabajos de la CPI».
Desde abril, el teniente coronel permanece preso en el Batallón de Policía del Ejército en Brasilia, a causa de las investigaciones sobre fraudes en la tarjeta de vacunación antiCovid-19 de Bolsonaro.
Con pedidos de intervención castrense y rechazo a la asunción de Lula al poder, partidarios extremistas del político ultraderechista irrumpieron y saquearon el pasado 8 de enero las sedes de los tres poderes en Brasilia.
Según el diputado Rogerio Correia, la CPI desmontará las mentiras de los bolsonaristas (seguidores del exmandatario) que acusan del golpe a la víctima, que resultó la democracia brasileña.
Aseguró que la comisión, la cual reúne a 32 parlamentarios titulares, siendo 16 senadores y 16 diputados, con igual número de suplentes, deberá «llegar al autor intelectual» de la tentativa antidemocrática que, en este caso: «O fue Jair o fue Bolsonaro».
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid depõe à CPI dos Atos Golpistas nesta terça
Por Filipe Matoso
Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid prestará depoimento nesta terça-feira (11) à CPI dos Atos Golpistas do Congresso Nacional.
Braço direito de Bolsonaro na Presidência da República, Mauro Cid deverá ser questionado pelos parlamentares sobre o conteúdo com teor golpista encontrado no celular do militar, que foi apreendido pela Polícia Federal em uma operação que levou à prisão do ex-ajudante de ordens.
Segundo a colunista do g1 Andréia Sadi, havia no celular de Cid um documento com instruções para que as Forças Armadas agissem após a derrota de Bolsonaro na disputa presidencial contra Lula.
Durante os quatro anos de Bolsonaro no poder, Mauro Cid era visto frequentemente com o presidente da República, em eventos públicos ou em agendas internas.
O depoimento de Mauro Cid à CPI deveria ter acontecido na semana passada, mas, como a Câmara dos Deputados decidiu dedicar a agenda da semana a projetos da área econômica (como a reforma tributária), as atividades das comissões foram suspensas para que o plenário se dedicasse à agenda da economia.
Com isso, o depoimento do militar foi adiado para esta semana.
Direito de ficar em silêncio
Os requerimentos que levaram Mauro Cid a prestar o depoimento desta terça-feira o colocaram tanto na condição de testemunha quanto na condição de investigado.
Há diferença nessas duas condições porque:
- se for como testemunha: é obrigado a responder a todos os questionamentos;
- se for como investigado: pode ficar em silêncio para não produzir prova contra si.
Diante disso, a defesa do militar pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele não fosse obrigado a comparecer à comissão.
Ao analisar o pedido, a ministra Cármen Lúcia decidiu que Cid tem a obrigação de comparecer à CPI, mas pode ficar calado para não se autoincriminar.
Como deve ser a sessão
A expectativa entre parlamentares é que a sessão tenha clima «quente».
Geralmente, as sessões da CPI destinadas a depoimentos costumam acontecer da seguinte maneira:
- na abertura da sessão, o presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), dá 15 minutos para o depoente fazer uma fala inicial;
- nessa fala, os depoentes costumam apresentar seu histórico profissional e pessoal e já se defender de acusações;
- em seguida, cada parlamentar tem 10 minutos para fazer questionamentos ao depoente (esse tempo abrange as perguntas e as respostas);
- a primeira parlamentar a fazer os questionamentos é a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPI.
Prisão de Cid
Mauro Cid está preso desde o início de maio suspeito de envolvimento em um esquema de fraudes em cartões de vacinação de Bolsonaro e familiares.
Bolsonaro sempre disse que não havia se vacinado contra a Covid-19, mas consta do cartão de vacinas dele a imunização contra a doença.
Jean Lawand Júnior
Em razão das mensagens com teor golpista encontradas no celular de Mauro Cid, um outro militar, o coronel Jean Lawand Júnior, foi chamado a depor à CPI.
Nas mensagens, enviadas após a vitória de Lula nas urnas, Lawand sugeriu a Cid que pedisse a Bolsonaro para dar uma ordem para que as Forças Armadas agissem.
No depoimento, Lawand negou ter proposto um golpe, afirmando que havia sugerido uma ação de Bolsonaro para «pacificar» o país e evitar, nas palavras dele, uma «convulsão» social. Ele ainda se disse a favor da democracia.
A versão, porém, foi rejeitada por parlamentares tanto da base quanto da oposição, que acusaram Lawand de ter mentido à CPI. O entendimento foi o de que as explicações dadas por ele não batiam com o conteúdo das mensagens.